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- Depois de um arranque de temporada positivo, Miguel Blanco ocupa atualmente o 59.º posto no ranking mundial e confessa-nos que este é "o ano" em que virou atenções a 100 por cento para a competição.
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Miguel Blanco está a ter um arranque de temporada de 2018 em bom plano e, depois de um excelente 5.º posto alcançado no QS3000 da Martinica, conseguiu instalar-se no top 100 mundial. Depois de alguns anos em que andou mais dedicado às viagens, ao free surf e a aprimorar o lado técnico do seu surf, o jovem da Linha surge agora de rompante a atacar as grandes arenas do surf mundial.
Depois de ter estado pelo Havai e Taiti na viragem do ano – viagens que deram origem ao seu novo power clip Black Sand – Blanco assume que a prioridade definida a partir de agora é o ataque ao WQS. Para já, está a conseguir fazê-lo com impacto. A missão para por regressar ao Havai no final do ano, mas de lycra vestida. Fomos falar com o melhor português do ranking WQS, atual 59.º colocado, e saber como tem gerido toda esta fase da carreira.
Beachcam - Durante estes anos de transição de júnior para sénior, e perante as dificuldades naturais que os jovens encontram nela, por algum momento chegaste a pensar em desistir?
Miguel Blanco - Claro que não! Deixar de fazer o que mais gosto, que é surfar… desistir?!? Nem nunca tive motivos para pensar nisso.
BC - Qual a cota parte deste sucesso que pertence à ligação com o teu treinador, o Zé Seabra?
MB - Cm certeza que o meu progresso nos últimos três anos tem muita influência do Zé. Quer da maneira como planeamos o ano, como da sua visão e experiência no surf e a capacidade de analisar cada elemento do surfista e melhorá-lo individualmente.
"Os campeonatos passaram a ser prioridade para mim, mas claro que não quero perder o foco no free surf".
BC - Os últimos resultados que tiveste podem ter sido o clique que faltava para colocares o WQS como prioridade? Neste momento vais dar mais prioridade às provas ou ao free surf?
MB - Os dois últimos anos foram dedicados mais ao meu desenvolvimento como surfista e no início do ano de 2018 acordámos - em conjunto com o Zé - que estava na hora de ir atacar o WQS a sério, para furar o top100 e estar “on a mission” nos campeonatos. Os campeonatos passaram a ser prioridade para mim, mas claro que não quero perder o foco no free surf e vou continuar a fazer surftrips para melhorar o meu surf, apanhar ondas boas e produzir conteúdos.
BC - Vamos ter mais grandes produções até ao final do ano?
MB - Claro que sim. Sempre que for a algum sítio e apanhar boas ondas, uma edição haverá de aparecer por aí na net. Always stay tuned. Estou a pensar fazer pelo menos duas strike missions até agosto e ainda tenho bastantes imagens do inverno em Portugal que estou a guardar.
BC - Acreditas que a diferença que havia para o top 100 mundial era apenas de confiança?
MB - O ano começou agora, estou em 67 do ranking [entretanto, Miguel Blanco subiu ao 59.º posto, após o QS de Barbados], mas não garantido como top 100 até meio do ano. Ainda tenho muito trabalho pela frente, muito surf para fazer e muitos heats para passar. Acho que o que faltava, mesmo, era um trabalho regular que incluísse uma rotina saudável todos os dias. No final, claro que tem influência direta no aumento da confiança e saber o que fazer no momento certo nos heats.
"O WCT não acabar em Pipeline é mais um grande vacilo da WSL. Quem não quer ver o título mundial a ser disputado numa das ondas mais intensas e difíceis do Mundo?!?"
BC - A presença no Havai é o teu grande objetivo da temporada? Como vês a retirada de provas da WSL do Havai em 2019?
MB - Sem dúvida. O ano é longo e ainda há muito surf para se fazer, mas sempre foi um sonho correr a Triple Crown. Sunset, Haleiwa e um dia Pipe! Já dediquei algum tempo da minha vida ao Hawaii e é um sítio que parece que quanto mais vou, mais gosto de lá estar. O crowd é intenso, mas a qualidade das ondas é muito boa. No fim, compensa sempre.
Quanto à saída das provas… em 2018 ainda há as etapas do Hawaii, por isso vamos focar neste ano. O próximo ano vai ser uma surpresa para todos, com todas as mudanças que se tem vindo a falar. Não apoio, de todo, os Primes [QS10000] serem só na segunda metade do ano -para os surfistas do WCT poderem fazer o QS se não se estiverem a qualificar pelo CT. E o WCT não acabar em Pipeline é mais um grande vacilo da WSL. Quem não quer ver o título mundial a ser disputado numa das ondas mais intensas e difíceis do Mundo?!?
BC - Como é que achas que surfar na Nazaré contribuiu para o teu surf e confiança?
MB - Nunca vi a Nazaré como um sítio para evoluir o meu surf ou confiança. De todas as vezes que surfei foi porque queria apanhar umas ondas maiores e parecia que seria um bom dia de surf de remada na Praia do Norte. Mas, claro, que estando no meio dos melhores do mundo na Nazaré, aprendi e evoluí muito no Big Wave. Grande parte dessa evolução também tenho de agradecer ao meu amigo Sérgio Cósmico e ao Mar Sem Fim por abrirem portas a novos surfistas como eu e darem oportunidade de explorar o Big Wave em Portugal.
BC - Qual a onda com que sonhas e que ainda não tiveste oportunidade de surfar?
MB - Puerto Escondido e as direitinhas de Salinas no Mexico. Fiji. Quero apanhar Desert Point bom - fui uma vez, mas o vento virou onshore -, Greenbush, Riffles e Kandui. Ir novamente à Namíbia. E se alguém me quiser mostrar uma onda nova e perfeita estou aberto a novas aventuras!
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