Homepage


-
CheersMick! Uma carreira ímpar que termina05 abril 2018

- Fanning falhou o triunfo no evento de despedida da elite mundial, mas para trás deixou um currículo impressionante, com três títulos mundiais e muitas vitórias. Mas, acima de tudo, deixou um legado ímpar.
-
As homenagens chegaram de todos o lado, desde os colegas de equipa e compatriotas até a Kelly Slater e aos principais rivais. Todos renderam homenagem a Mick Fanning, que despediu-se esta quinta-feira do World Tour por opção. O tricampeão mundial australiano escolheu a etapa de Bells Beach, onde tantas conquistas conseguiu, para a despedida e quase o fez a vencer. Falhou por pouco, foi finalista vencido, mas para trás deixa um currículo impressionante e um legado ainda maior.
Carreira de Fanning em números:
Três títulos mundiais (2007, 2009 e 2013);
22 etapas conquistadas (2016 x1, 2015 x2, 2014 x3, 2013 x1, 2012 x2, 2010 x1, 2009x3, 2007 x3, 2006 x2, 2005 x2, 2002 x1 e 2001 x1);
Entrou em 127 etapas – de acordo com os dados fornecidos pela WSL – e surfou 610 heats.
Olhando para os números é possível ver que nos 17 anos que esteve entre a elite mundial, incluindo o atual e o ano sabático de 2016, só em 2018, 2017, 2011, 2008, 2004 e 2003 não venceu qualquer evento. Aliás, a primeira vitória no Tour aconteceu em 2001 quando ainda nem sequer fazia parte da elite. Foi wildcard em Bells e bateu os pros, tocando o sino pela primeira vez na carreira. Voltou a fazê-lo em 2012, 2014 e 2015, falhando a missão por muito pouco esta temporada. Se o tivesse feito tinha fechado um ciclo perfeito, além de ter superado os lendários Kelly Slater e Mark Richards como recordista de triunfos em Bells – todos eles têm quatro vitórias.
A par de Bells, França e África do Sul também se estabeleceram como um território de domínio de Eugene, como era conhecido. Venceu em Hossegor em quatro ocasiões: 2013, 2010, 2009 e 2007. E em J-Bay as mesmas quatro: 2002, 2006, 2014 e 2016, a última etapa conquistada no Tour. Se só não ganhou mais na icónica direita africana, porque um tubarão não deixou… Fanning conquistou ainda dois triunfos na Gold Coast (2005 e 2007), tal como em Portugal, sendo o único surfista até ao momento a vencer lá por mais que uma vez. O australiano foi o vencedor da edição inaugural em Supertubos, o The Search, e fê-lo novamente em 2014. Em Trestles também bisou (2009 e 2015), tal como no Brasil, embora uma das vitórias tenha sido em Santa Catarina (2007) e outra em Imbituba (2006). Sobram os triunfos em Teahupoo (2012) e na Ilha Reunião (2005), noutra etapa The Search.
Mas nem só de títulos se fazem os campeões e é esse lado humano que torna o legado de Mick Fanning ainda maior. Depois dos três títulos mundiais conquistados, o aussie falhou por pouco o quarto em 2015, que podia colocá-lo em igualdade de títulos com o malogrado Andy Irons. Foi esse o ano mais intenso da carreira de Fanning e o que o elevou a herói. Primeiro por todo o episódio que envolveu o ataque de tubarão em J-Bay, que interrompeu a final e acabou com o campeonato por ali. Mas nem isso travou o ímpeto de Mick, que voltaria lá no ano seguinte para alcançar a vitória, a última da carreira.
Nesse ano prosseguiu forte, mesmo depois de novo avistamento durante uma sessão de treinos, e chegou ao Havai bem na luta. Na manhã da final recebeu a notícia da morte do irmão e, ainda assim, vai para a água dar espetáculo, falhando o título por muito pouco. No final do ano anuncia a separação da mulher e uma pausa temporária no Tour. Em 2016 decidiu fazer um ano sabático, que lhe permitiria entrar apenas em alguns eventos. Só fez cinco e mesmo assim conseguiu requalificar-se. Mas 2017 foi um ano penoso. Fanning nunca conseguiu passar dos quartos-de-final e terminou fora do top 10 mundial. O foco já não era o mesmo, o que levou a uma decisão inevitável: o final da carreira, que aconteceu ontem de forma simbólica.
Mick Fanning é daqueles surfistas que vai deixar muitas saudades, sobretudo pela forma como inovou e se impôs na elite mundial. Embora nem todos apreciem o estilo, é considerado por muitos o surfista mais veloz de sempre e aclamado por outros como o White Lightning. As menagens de apoio que recebeu por estes dias mostram que além de um dos maiores campeões da sua história, o surf perdeu um campeão da vida. Cheers Mick!
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
Visita a nossa Loja Online, encontras tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf!
Segue o Beachcam.pt no Instagram









