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  • Fenómeno da Reunião procura regresso ao topo
    16 abril 2018
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  • Jovem surfista espantou o Mundo em 2011, depois de ser campeã mundial júnior e open da ISA num curto espaço de semanas, mas acabou por fazer pausa na carreira em 2013. Agora, quatro anos depois, está de volta.
  • Se nos últimos anos Johanne Defay se estabeleceu como a melhor surfista francesa e europeia da atualidade – e talvez de sempre... -, a verdade é que se recuarmos alguns anos no tempo, pouco o fazia prever. Isto porque Defay é de uma geração que foi dominada por Cannelle Bulard, um verdadeiro fenómeno “made in” Ilha Reunião, que limpou várias competições juniores e que prometia ser um caso raro de sucesso no surf mundial.

    Bulard juntou vários triunfos ao currículo e com 17 anos fazia os franceses sonhar alto. Tudo começou no Pro Junior Europeu, com várias vitórias em etapas. Como aconteceu em San Sebastian, onde dividiu o lugar mais alto do pódio com o nosso Vasco Ribeiro, então também a dar cartas no circuito júnior europeu. Na semana seguinte voltou a vencer uma etapa, desta vez em Sopelana, onde viria a vencer novamente nos dois anos seguintes.

    Bulard estava a atravessar um momento de forma único e 2011 foi, de facto, um ano de sonho, e nunca mais visto. No final de maio desse ano havia conseguido a medalha de ouro nos Mundiais juniores da ISA e um mês depois, para espanto geral, carimbou nova medalha de ouro mas nos Mundiais Open da ISA.

    Parecia uma questão de tempo até a jovem surfista francesa chegar à elite mundial, até porque em 2010 tinha ficado à porta da qualificação, depois de terminar no 10.º posto do ranking do WQS. Em 2011 foi 14.ª classificada, depois de, entre outros resultados, ter sido 5.ª no 6 estrelas do Estoril. Mas aquilo que parecia uma subida ao topo, acabou por resultar numa queda progressiva.

    Bulard ainda se manteve em atividade nos campeonatos da ASP e, apesar de a evolução não acontecer como previsto, conseguiu o título de campeã europeia júnior da ASP em 2012. Mas nessa fase já era Defay a conseguir destacar-se mais, sobretudo nos mundiais juniores da ASP, onde Cannelle nunca conseguiu um resultado de destaque.

    Em 2013, no último ano de júnior, Bulard competiu em menos eventos do WQS, ficou afastada dos lugares de topo no ranking e viu a compatriota e rival Johanne Defay vencer o título europeu júnior e open e ainda seguir para a elite mundial feminina. Nesse mesmo ano, a surfista da Reunião decidiu fazer uma pausa, dedicando-se por inteiro aos estudos – foi para Espanha tirar fisioterapia.

    Agora, quatro anos depois, Cannelle Bulard surpreendeu tudo e todos ao regressar às provas europeias do circuito WQS. O surf já havia voltado a fazer parte do seu dia-a-dia e em 2016 até conquistou o título francês pela terceira vez na carreira. Depois de perceber que o surf ainda lá estava, decidiu regressar às provas internacionais, tentando agora regressar ao topo.

    “Aos poucos, estou a voltar a sentir o feeling da competição”, admitiu Bulard recentemente, durante o Pro Zarautz, em declarações à WSL. “Quase esqueci como me comportar em heats de 20 ou 25 minutos, especialmente agora que existe prioridade em heats de quatro surfistas. Por isso, aos poucos estou a tentar encontrar o ritmo e estratégias que funcionem a meu favor”, explicou a surfista natural da Reunião, ilha que também deu ao surf mundial Jeremy Flores ou a própria Johanne Defay.

    Bulard não escondeu que gostaria de chegar ao topo mundial, como conseguiram as colegas de geração Johanne Defay e Pauline Ado – a última já fora do WWT. “Atualmente sinto-me bem com o meu surf. Passei um mês em casa e com o programa de vigilância [programa implementado na Reunião para evitar os ataques de tubarões] consegui surfar bastante”, afirmou.

    Cannelle Bulard falou ainda a nova realidade profissional em que vive. “Agora, tenho uma nova perspetiva de vida. Passei os últimos quatro anos a fazer algo de diferente e isso permitiu-me ter um plano alternativo. Posso ir trabalhar como fisioterapeuta quando quiser ou precisar, o que me dá outro tipo de abordagem e mentalidade”, confessou.

    Para já, a surfista de 24 anos entrou somente em três eventos, com o melhor resultado a acontecer até no nosso país. Foi no Caparica Pro que Bulard alcançou um 9.º posto. A juntar a isso, foi 25.ª no QS1500 em Tenerife e ainda 13.ª na semana passada em Zarautz. A viver uma temporada de transição, em que procura readquirir ritmo competitivo, sobretudo fora de portas, Cannelle Bulard ocupa atualmente o 123.º posto do ranking mundial. Mas o currículo fala por si e não se admirem se ela voltar a dominar a concorrência pelas ondas europeias.

     

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