Homepage
- Surfista português chegou a estar dependente apenas dele próprio para alcançar o sonho, mas caiu nos quartos-de-final, terminando o ano no 32.º posto. Mais dramática foi a situação de Pat Guadaukas, que falhou o regresso ao WCT por apenas 4 centésimas.
-
Terminou esta madrugada de domingo a luta pela qualificação para o World Tour 2018 e, infelizmente, Portugal não conseguiu qualificar o segundo surfista. Vasco Ribeiro esteve em destaque no dia final do QS10000 em Sunset Beach e chegou mesmo a sonhar alto, mas acabou por perder nos quartos-de-final da Vans World Cup, acabando por ver o sonho ruir.
O dia não começou da melhor forma para as cores nacionais, uma vez que Frederico Morais foi logo afastado no heat 4 da 4.ª ronda, após uma bateria de poucas ondas, em que o norte-americano Griffin Colapinto, que acabaria o dia como vencedor do WQS, e o brasileiro Wiggolly Dantas seguiram em frente. Mas a vingança veio logo n o heat seguinte…
Vasco Ribeiro teve uma entrada em cena auspiciosa e fez-nos sonhar. Com 14,30 pontos o surfista da Poça venceu o heat 5, contribuindo para isso o pesado tubo que completou em Sunset e que lhe deu uma nota de 8 pontos. O brasileiro Italo Ferreira também seguiu em frente, sendo que o sul-africano Michael February e o basco Aritz Aranburu ficaram pelo caminho.
A competição até estava a ser amiga de Vasco. O português estava nos quartos-de-final com a missão de ter de vencer o campeonato para se poder qualificar. Com o andamento do dia, o português deixou de depender de terceiro, após várias eliminações de adversários diretos. Foi assim, a depender já apenas de si próprio, que entrou em prova nos quartos-de-final. Mas aí as coisas já não correram tão bem.
Vasco Ribeiro ainda chegou a ter a prioridade num par de ocasiões, mas elas nunca se cruzaram com as bombas do set. Após alguns desencontros, o jovem português terminou a bateria no último posto, com apenas 7,43 pontos. Para a fase seguinte passaram os norte-americanos Kolohe Andino e Conner Coffin, que no final do dia estariam nos lugares mais altos do pódio.
Mas antes da final, há que contar a história dramática de outro norte-americano. No que diz respeito às contas da qualificação foram poucas as surpresas. O australiano Wade Carmichael precisava de avançar uma rondas e só parou na final, pelo que terminou ainda no 4.º posto do ranking. Depois sobrava apenas um ex-guerreiro do WCT: Pat Gudauskas. O fecho do top 10 estava dependente dele.
Pat esteve num ritmo incrível ao longo do dia e nas meias-finais precisava apenas de não ser o último do heat. Mas foi mesmo nessa posição que terminou. Ainda mais inglório foi ter ficado a apenas 4 centésimas de ponto de alcançar o jovem havaiano Barron Mamyia e, igualmente, o objetivo. O que são 4 centésimos? Neste caso foi a diferença entre regressar ao WCT ou ficar à porta.
A prova seguiu para a final já com o top 10 definido. Colapinto terminou em 4.º lugar, mas venceu o WQS. Carmichael foi 3.º e festejou a qualificação. A luta pelo triunfo foi disputada entre Kolohe e Conner Coffin, mas os poderosos carves de Coffin levaram a melhor nas ondas havaianas, dando o primeiro triunfo da carreira no WQS ao californiano. Primeiro e maior.
Vamos ao top 10 do WQS…
- Griffin Colapinto (USA)
2. Jesse Mendes (BRA)
3. Kanoa Igarashi (USA)
4. Wade Carmichael (AUS)
5. Tomas Hermes (BRA)
6. Yago Dora (BRA)
7. Italo Ferreira (BRA)
8. Willian Cardoso (BRA)
9. Keanu Asing (HAW)
10 Zeke Lau (HAW)
Mas as contas estão longe de estar fechadas. Destes 10, Kanoa está dentro da qualificação pelo ranking do WCT, o que abre vaga para o 11.º, que é o brasileiro Michael Rodrigues. Nesse caso teríamos cinco rookies brasileiros no ano que vem.
Mas ainda falta Pipeline e só aí poderá ser confirmado o top 10. Até porque Italo Ferreira, que teria sempre a sua vaga assegurada com um wildcard pela lesão sofrida este ano, e Zeke Lau também ainda se podem qualificar pelo WCT, onde alguns finais de carreira, como o de Bede Durbidge, podem abrir vagas no top 22. Caso isso acontecesse os beneficiados seriam o azarado Pat Gudauskas e ainda o sul-africano Michael February.
Mas também existe a possibilidade de ficarem todos de fora de lugares de qualificação, inclusive Kanoa, e Michael Rodrigues ficar de fora. Nesse caso, o brasileiro seria um dos substitutos do WCT no próximo ano. Mas só após Pipe se irá saber.
Entretanto, Vasco Ribeiro subiu um par de posições e terminou o ano no 32.º posto do ranking, falhando o top 30 por apenas 100 pontos. Ainda assim, esta é uma posição que o ajudará a começar o WQS em 2018 com um seeding bem forte para as etapas mais importantes da primeira metade do ano.
- Griffin Colapinto (USA)