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  • Nic von Rupp e a 'incrível' expedição a Cortes Bank: 'Achava que nunca teria a oportunidade de surfar esta onda'
    18 janeiro 2023
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  • Fotografia
    Divulgação Nic von Rupp
  • Fonte
    Alexandre Melo
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  • Habituado a entubar em diversos spots, Nicolau garante que nunca "tinha visto condições tubulares tão perfeitas" em toda a sua vida.
  • Nos dias de hoje quando o tema é surf de ondas grandes há dois nomes que rapidamente são atirados para cima da mesa: Nazaré e Jaws. São duas arenas temidas, que granjeiam um grande mediatismo, sendo por isso muito procuradas pelos caçadores das maiores ondas do mundo.

    É nessas latitudes que se desenrolam duas das mais conhecidas provas de ondas grandes, onde são estabelecidos novos recordes mundiais do Guinness e as célebres entradas para os famosos 'Óscares do Surf' (Big Wave Awards).

    Porém, há outros spots espalhados pelo globo que preenchem desde sempre o imaginário daqueles que se dedicam a esta atividade tão bela e extrema. Provocam aquele friozinho na barriga a quem não tem medo de descer gigantes montanhas de água. Um desses spots é Cortes Bank, que nos seus dias de maior glória já foi considerada uma das maiores ondas que pode ser surfada por um ser humano. Esta é uma onda grande sim, mas totalmente diferente do paradigma a que nos fomos habituando a ver nos últimos tempos.

    São vários os aspetos que tornam esta onda tão singular. Situada no estado norte-americana da Califórnia, Cortes Bank não rebenta junto à costa. Aliás, está bastante longe da mesma, distando de 160 quilómetros da cidade de San Diego. É uma onda que está localizada no meio do Pacífico Norte, rodeada de vida marinha (sobretudo tubarões) e sem nenhuma referência de terra por perto. O spot é tão remoto que para aceder ao mesmo é necessário fazer uma viagem de barco madrugada dentro, com a duração de sete ou oito horas. 

    A isto acresce, o facto de que esta direita tubular raramente está ativa. Por isso, o momento em que condições ideais estão alinhadas é uma verdadeira dádiva da Natureza. Nunca se sabe quando é que tal poderá voltar a ocorrer, o que torna ainda mais imperdível quando o swell entra.

    Os livros dizem que a primeira vez que esta onda foi surfada aconteceu no verão de 1962. A proeza foi da autoria de Harrison Ealey. Se a primeira vez ocorreu no século passado, a última expedição a Cortes Bank aconteceu na passada sexta-feira. Foi sexta-feira 13, mas para um punhado de big riders foi o dia de sorte, uma jornada que jamais vão esquecer nas suas vidas.

    Os efeitos de uma das maiores ondulações de que há memória na Califórnia tiveram o condão de despertar este gigante adormecido. E foi assim que no dia em que a portuguesa Francisca Veselko fez história para o surf português também na Califórnia, tivemos um outro surfista luso numa aventura que nem nos seus melhores planos pensava que iria ocorrer naquele momento.

    Nic von Rupp estava por aquelas bandas devido ao facto de ter sido dada luz verde para o Eddie Aikau Big Wave Invitational, que acabou por não ser colocado na água. As 30 horas de viagem para ir de Portugal ao Havai revelaram-se em vão numa primeira fase, mas acabaram por ter uma grandiosa recompensa. Para Nicolau e curiosamente para outros dois big riders que também vieram da Europa para o Eddie Aikau, no caso a francesa Justine Dupont e o brasileiro Lucas Chumbo. O britânico Andrew Cotton, outro velho conhecido das sessões da Nazaré, também juntou-se a esta turma.

    Do "desespero" na chegada ao Havai por não haver o 'The Eddie', tudo mudou num ápice. "De repente, dou por mim numa viagem organizada pelo Garrett McNamara, a HBO e o Bill Sharp. Vi-me num grande barco de pesca, com nove motos de água e uma equipa de 40 pessoas. Ao contrário de todas as viagens que faço, esta foi-me entregue nas mãos. Não tive que preocupar-me com absolutamente nada. Basicamente, esta foi uma expedição da HBO para a segunda e terceira temporadas da série '100 Foot Wave", começou por contar-nos Nic, entretanto já regressado a Portugal.

    Durante um dia, o big rider de 32 anos fez o que mais gosta num local que há muito admira e respeita. "É aquela onda icónica, situada no meio do mar, que antigamente era a maior do mundo. Ao longo da minha vida sempre achei que iria surfar as maiores ondas do mundo, mas achava que nunca teria a oportunidade de surfar em Cortes Bank", confidenciou.

    E explica porquê: "É tão rara de quebrar e sobretudo a logística que é necessária para lá chegar. É uma logística muito grande para quem vive em Portugal. O acesso não é descer uma falésia e já estamos prontos para entrar na água e surfar. É preciso ter os contactos certos, as motos de água certas, entre outras coisas. A última vez que esta onda havia sido surfada foi em 2012. Também por ser num local tão remoto e longe da costa, o mar é muito mais agitado e sujeito aos efeitos dos ventos e ondulações", explicou o surfista da Praia Grande.

    Nic von Rupp descreve a remota onda norte-americana, surfada em tow-in, como "surreal", sendo "formada por uma montanha aquática. Quando essa ondulação embate na montanha, acaba por formar uma direita tubular perfeita. No entanto, é difícil de alinhar porque não temos qualquer referência de terra sobre onde estamos".

    Naquele dia, os integrantes daquela expedição para a história deram de caras com Cortes Bank em modo "gala". Habituado a entubar em diversos spots, Nicolau garante que nunca "tinha visto condições tubulares tão perfeitas", até porque "geralmente, existe sempre um pouco de vento, mas ali não havia uma única rajada de vento".

    Havia ondas perfeitas e gigantes, mas também alguém que nunca é bem-vindo quando há surfistas na água, os tubarões. "Quando pensamos na costa Oeste dos Estados Unidos da América, vem-nos à cabeça aqueles vídeos assustadores dos tubarões-brancos perto da costa. Então, agora imaginem estar a 160 quilómetros de distância dessa mesma costa. A verdade é que mal chegámos ao lineup vimos a cabeça de um atum do tamanho do meu corpo. Tinha acabado de ser devorado por um tubarão", relatou.

    O big rider português diz mesmo que "houve uma altura em que um dos surfistas presentes viu um tubarão-branco com cerca de seis metros de comprimento". Para evitar surpresas indesejáveis, a tática passava por "sempre que não havia ondas, íamos mais para a ponta, de modo a não estarmos ali a fazer de isco para os predadores".

    Riscado Cortes Bank da 'bucket list', Nic von Rupp adianta que há mais ondas gigantes que "gostava de surfar" pela primeira vez, como é o caso de "The Right e Shipstern Bluff".

    A "oportunidade surgirá", assim como surgiu para participar no mítico Eddie Aikau Big Wave Invitational, o "evento mais icónico" no mundo das ondas grandes e que despoletou toda esta história.

    "Há 10 anos atrás era impensável que um surfista português fosse convidado para o Eddie Aikau a surfar ondas portuguesas. É um marco", entende Nic. Um marco como também foi a presença nesta inesquecível expedição. 

     

     

     

     

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