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O Eddie Aikau Big Wave Invivational é uma das mais famosas e prestigiantes provas de ondas grandes do mundo e também uma das mais peculiares, porventura talvez gozando mesmo do estatuto de evento mais diferenciado neste capítulo.

O 'The Eddie', assim é conhecido no métier, distingue-se desde logo dos demais eventos de ondas grandes por apenas ser colocado na água quando as condições são mesmo as idealizadas por quem manda: ondas com 20 pés havaianos, cerca de 6 metros, com formação perfeita e consistente.

Se tais condições não forem verificadas na emblemática baía de Waimea, localizada no North Shore da ilha havaiana de Oahu, simplesmente não se realiza o campeonato.

Isso ajuda a explicar porque razão o evento criado em 1984 apenas foi para a água em nove ocasiões, sendo que o grosso dessas edições (cinco) foram realizadas já no século XXI. Só há ação se a Natureza enviar ondas semelhantes aquelas que Eddie Aikau enfrentava nos idos do século passado nos seus arriscados e destemidos salvamentos.

A prova da qual estamos a versar estas linhas realiza-se em memória deste surfista havaiano, o primeiro nadador-salvador no North Shore e responsável por mais de 500 salvamentos naquelas águas bem agitadas e perigosas do Pacífico Norte. É obra! Com apenas 31 anos de idade, Eddie Aikau perdeu a vida a 14 de março de 1978 no mar do North Shore, na sequência de um acidente que envolveu o barco que tripulava. 

Em busca de ajuda e determinado a salvar os restantes tripulantes da embarcação Hokule’a, Eddie pegou na prancha e fez-se ao mar. Partiu e nunca mais foi visto. Ficou a lenda que perdura até aos dias de hoje.

Recentemente, este evento esteve parado. Uma machadada em algo que respira a cultura havaiana por todos os poros, começando pela impactante cerimónia de abertura. 

Depois de já ter estado debaixo da esfera da World Surf League (WSL) e contar com o patrocínio da Quiksilver, o prestigiado campeonato de ondas grandes conheceu uma nova vida em 2021, mas acabou por não se realizar. Motivo? A resposta não poderia ser mais fácil. Não foram reunidas as condições tão procuradas pela organização, apesar do longo período de espera durante o inverno.

A última vez que o Eddie Aikau Big Wave Invitational teve lugar foi no dia 25 de fevereiro de 2016. Falta sensivelmente mês e meio para completar sete anos desde esse dia glorioso para o surf de ondas grandes. O triunfo coube a um homem da casa, John John Florence, que deu o mote para um ano em que conquistou o primeiro dos dois títulos mundiais que possui.

John John foi o último surfista a pisar o degrau mais alto do pódio de um evento que reúne os melhores especialistas de ondas grandes do mundo e que para este ano conta pela primeira vez com um português entre a luxuosa lista de quatro dezenas de convidados, no caso Nic von Rupp.

A vitória de Florence permitiu a esta competição manter um registo que demonstra bem a dificuldade que é sair vencedor das ondas gigantes que são formadas em Waimea. Em nove edições já disputadas, houve outros tantos vencedores. Ninguém bisou, até ao momento.

Em 1984, Denton Miyamura foi o primeiro big rider a consagrar-se nesta prova, curiosamente num campeonato não disputado em Waimea, mas sim em Sunset Beach, outra das ondas mais conhecidas do North Shore.

A seguir, já na mágica baía de Waimea, vieram as vitórias em 1986 de Clyde Aikau (irmão mais velho de Eddie), bem como de Keone Downing e Noah Johnson nos anos de 1990 e 1999, respetivamente. Com a curiosidade de que a edição conquistada por Noah rolou no dia 1 da janeiro de 1999.

No primeiro 'The Eddie' disputado no século XXI, em 2001, houve a estreia de um vencedor não-havaiano. O autor dessa proeza foi o australiano Ross-Clarke Jones, um dos melhores caçadores de ondas grandes da história. 

No ano seguinte, naquela que foi a primeira e única vez até ao momento que a prova disputou-se em dois anos consecutivos, Kelly Slater inscreveu o seu nome no quadro de honra. Mais um feito que abrilhanta o extraordinário curriculum vitae do recordista de títulos mundiais de surf.

Deste palmarés, consta igualmente a família Irons. Na fase em que o saudoso Andy dominava a seu bel-prazer o circuito mundial, Bruce brilhou em Waimea, naquela que é uma das vitórias mais importantes da sua carreira com a licra vestida. Aconteceu em 2004. 

O sucessor do Pipe Master em 2001 e antecessor de John John Florence foi o californiano Greg Long, também ele bem habituado a desafiar os limites nas maiores ondas do planeta Terra. 

Entre havaianos, de forma natural em maioria, norte-americanos e australianos, conta-se a história de todas as vezes que a organização aplicou a máxima “Eddie Would Go” (O Eddie iria) e houve mesmo ação da pesada. 

Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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