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- Há um mês, o competidor sul-africano estreou-se no Mundial ISA de Surf Adaptado.
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No passado mês de dezembro, as ondas de Pismo Beach receberam o Mundial ISA de Surf Adaptado pelo segundo consecutivo.
Durante uma semana, aquela cidade californiana foi o ponto de encontro dos melhores para surfistas do mundo, que tão boas recordações deixaram ao surf adaptado português, graças às medalhas de ouro alcançadas magistralmente por Camilo Abdula e Marta Paço, esta última bicampeã mundial com apenas 17 aninhos.
Porém, o evento norte-americano também se fez de mais histórias riquíssimas, com outros protagonistas, que comungam a mesma paixão pelo mar, surf e a vida. Atletas que mostram que tudo é possível e os sonhos podem ser realizados por mais obstáculos que apareçam ao caminho. Afinal, o que não nos mata, torna-nos mais fortes.
E esse é um mantra que bem pode ser aplicado a Caleb Swanepoel. Aos 27 anos de idade, este para surfista sul-africano fez há um mês a sua primeira aparição num Mundial ISA de Surf Adaptado. Competiu na classe Stand 3.
Este foi o culminar de um percurso na modalidade que começou depois de Caleb quase ter perdido a vida no mar em junho de 2015, mas não em cima de uma prancha de surf. Nesse momento, o surf adaptado não fazia parte da vida deste originário da Cidade do Cabo e nem sequer constava dos seus planos que tal viesse ser uma realidade.
"Estava a praticar bodysurf com os meus irmãos na África do Sul quando surgiu um grande tubarão branco na água. Veio na minha direção e atacou-me. Perdi a minha perna direita. É um milagre estar vivo hoje em dia", diz o competidor sul-africano em comunicado da Associação Internacional de Surf (ISA).
Após aquele momento horripilante em Buffelsbaai, na província do Cabo Ocidental, só alguns anos mais tarde é que Caleb decidiu começar a fazer surf adaptado, seguindo o caminho oposto às vítimas de ataques de tubarão, que em muitos casos perdem a vida ou ficam impossibilitadas de fazer surf.
"Todos pensam que um sobrevivente de ataque de tubarão é obrigatoriamente um surfista. A verdade é que apenas aprendi a surfar uns anos depois do incidente", confidencia Swanepoel.
Quanto à performance no Mundial ISA de Pismo Beach, o para surfista de 27 anos surfou dois heats, mas não conseguiu o acesso às meias-finais. O que importa isso quando a maior vitória já foi outra.
"Costumo dizer que o oceano tirou-me muito, mas também já me deu bastante. É um privilégio acordar todos os dias, saber que a vida é uma dádiva e que se deve aproveitar o máximo de cada dia", afirma Caleb Swanepoel.
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
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FotografiaISA/Pablo Franco/Jersson Barboza
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FonteRedação
