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  • David Raimundo: “O Telmo e o Fidji vão fazer um excelente trabalho” (ENTREVISTA 2.ª PARTE)
    13 setembro 2022
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  • Selecionador nacional garante coerência no processo da seleção dos surfistas.
  • David Raimundo caminha a passos largos para cumprir uma década a liderar a Seleção Nacional de Surf. Depois de ter revolucionado o surf nacional em termos de seleções e conquistas internacionais, Raimundo prepara-se para atacar o segundo trajeto olímpico, após ter ajudado Portugal a qualificar três surfistas para Tóquio’2020.

    O primeiro passo para Paris’2024 começa já esta sexta-feira, em Huntington Beach, com o primeiro de três Mundiais ISA que vão ter vagas em jogo para as olimpíadas francesas. Apesar de ausente, o selecionador nacional mostra-se otimista para a campanha portuguesa e demonstra confiança na escolha feita para suprimir a sua ausência na Califórnia.

    Na segunda parte desta entrevista exclusiva, David Raimundo aborda os critérios de seleção e analisa ainda vários outros temas importantes da atualidade do surf nacional.

    Beachcam - O Mundial ISA vai realizar-se em Huntington Beach, uma praia que historicamente não tem sido muito favorável ao surf português. Esse histórico torna ainda mais difícil a tarefa ou, por sua vez, é um fator extra de motivação para romper com essa tendência?

    David Raimundo - Gosto sempre de ver as coisas positivas que já conseguimos fazer lá. Conseguimos uma medalha de bronze com o Afonso Antunes e já tivemos atletas no top 10 júnior. É verdade que no US Open ainda não conseguimos nenhum resultado que faça justiça ao nosso potencial de surf, mas a nossa qualidade está lá. E, assim sendo, as perspetivas são sempre boas e a motivação sempre máxima!

    B - O David não vai poder estar presente neste Mundial ISA. A que se deve esta ausência?

    DR - Vou ser pai pela terceira vez e está previsto o meu filho nascer na semana do campeonato.

    B - No seu lugar estará o Nuno Telmo, que há muito trabalha consigo. Quem sugeriu este nome? Foi o David em conjunto com a FPS?

    DR - A sugestão foi minha à direção da FPS, que depois de analisar os meus argumentos e ponderar todos os cenários, optou por concordar comigo. Como já referi anteriormente, a prova é realizada em duplo podium e, por isso, são necessários sempre dois treinadores. A escolha do Telmo para mim é muito simples e fácil de entender: é um dos treinadores mais competentes, experientes e titulados em Portugal. Foi treinador da Teresa e da Kika mais de cinco anos, é treinador do Guilherme Fonseca há mais de 15 anos e já orientou o Frederico em alguns estágios e campeonatos do Pro Júnior e WQS. Conhece perfeitamente o surf do Gui Ribeiro e da Yolanda e já os vê competir desde os tempos em que eram esperanças. Depois, tem a vantagem de trabalhar exatamente da mesma maneira que eu, de ver o surf de competição como eu e de ser a pessoa a seguir ao Pedro Simão “Fidji”, que está mais por dentro daquilo que eu tenho feito com as equipas nacionais ao longo destes anos todos. E por último, tem uma excelente relação com o “Fidji”. Não tenho dúvidas que os dois, em conjunto, vão fazer um excelente trabalho!

    B - Tendo em conta as características tubulares de Teahupoo, chamar um surfista com características de tube rider foi algo pensado? É Guilherme Fonseca que, entre os surfistas que se mantêm em competição, encaixa nesse perfil?

    DR - Quando se começa a preparar um ciclo olímpico, tudo é pensado e preparado ao pormenor. Neste momento, e sendo realistas, não temos nenhum atleta a competir que tenha muita experiência na onda de Teahupoo. O Frederico é o mais experiente e mesmo assim não foi lá muitas vezes. A Teresa já teve lá a sua primeira experiência. Os restantes, nunca ninguém surfou lá. O surfista que tem mais experiência naquela onda - até já competiu lá mais do que uma vez - é o Nicolau Von Rupp. Mas não compete mais e está virado para outras áreas como surfista. O Guilherme Fonseca é um bom tube rider, assim como o Frederico e o Gui. A nossa ideia é fazer o máximo de estágios em Teahupoo, de forma a adquirir o máximo de experiência possível na onda. Sabemos que é complicado porque não temos orçamento para tudo aquilo que queremos e precisamos.

    B - Com uma equipa rejuvenescida em termos masculinos houve alguns nomes de destaque a ficarem de fora. No entanto, acredita que o recente resultado do Guilherme Ribeiro é a prova necessária para encerrar eventuais polémicas?

    DR - Sempre que existe uma convocatória, há pessoas contentes e pessoas descontentes. Já é assim desde a minha primeira convocatória para o Mundial ISA Junior, no Equador, em 2014. Cabe-me a mim e ao “Fidji” definirmos os critérios de seleção para cada prova e sermos coerentes com os mesmos. E nós sempre fomos coerentes com os nossos critérios. O que acontece muito aqui em Portugal é que as pessoas falam de justiça ou injustiça, de um ou outro atleta ser convocado ou não, sem saberem o mais importante: os critérios! E, esses, são definidos pela equipa técnica. Sempre aceitei e aceito que outros treinadores, surfistas ou amantes do surf, não concordem com os meus critérios. Mas nunca vão poder acusar-me que não fui coerente e justo. Felizmente, temos excelentes surfistas e a concorrência é sempre muito grande.

    B - Num olhar ao atual momento do surf nacional em termos de performances nas provas da WSL, como analisa a discrepância de resultados que tem vindo a ser verificada entre o feminino e o masculino, pese embora a recente vitória de Guilherme Ribeiro em Lacanau?

    DR - É um facto que o surf feminino tem estado muito forte e consistente nos WQS. Vamos, se não me engano, em 9 vitórias consecutivas para surfistas portuguesas. É, realmente, notável. A juntar a isto, a vitória da Teresa - a primeira portuguesa na história - no Challenger de Manly foi muito bom para o reconhecimento do surf português. E olharmos para o ranking do WQS europeu feminino e vermos a campeã e duas vice-campeãs da Europa, puxa muito por todas as meninas que fazem surf em Portugal. Mas não acho que os homens estejam assim tão mal como algumas pessoas os pintam. Vejamos: o Frederico ainda este ano estava no World Tour. E só saiu por uma regra - cut ao fim da quinta etapa - que do ponto de vista desportivo não faz o menor sentido. Caso contrário, acho que se ia manter. O Vasco é o campeão europeu em título. O Gui Ribeiro venceu em Lacanau. Temos que ter sempre em atenção todo o contexto quando queremos comparar o feminino versus masculino e Portugal versus franceses ou espanhóis. Esta comparação e análise dava para fazer uma entrevista só disto, pois a complexidade é muito maior do que se faz querer passar.

    B - Olhando apenas para o atual momento do surf feminino, como avalia este crescimento e quais considera as principais causas desta afirmação? Este momento faz com que olhe para as representantes femininas como a grande arma portuguesa para chegar a Paris'2024?

    DR - Acho que o crescimento do surf feminino é reflexo do bom trabalho que algumas escolas e treinadores têm vindo a fazer já há vários anos. Tudo isto aliado ao bom nível das surfistas e à sua capacidade de trabalho, coincide com o aparecimento dos bons resultados. Olho para a qualidade de todos os surfistas portugueses! E acredito que essa qualidade, experiência e espirito de grupo nos mundiais são a nossa maior arma para voltarmos a fazer história! Todas as pessoas que me conhecem sabem que sou um otimista por natureza. Sou ambicioso e trabalhador. Acredito sempre que é possível atingirmos os nossos objetivos e sonhos!

    B - Acompanhou de muito perto o crescimento de Vasco Ribeiro no panorama do surf nacional e internacional. Como olha para o recente anúncio de que vai fazer uma pausa na carreira?

    DR – Olho, acima de tudo, com respeito. Ele, melhor que ninguém, sabe o que é mais importante para a sua saúde mental. Neste momento, isso tem que ser a principal prioridade.

     

    Não perca a primeira parte da entrevista de David Raimundo, onde deixa algumas críticas ao atual processo olímpico, além de comentar outros temas “quentes” associados a Paris’2024.

     

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