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  • Entrevista a Pedro Perestrelo Pinto, Cônsul-Geral em São Francisco (Parte 2): da visita às catedrais do surf havaiano ao antepassado português de Kai Lenny
    13 maio 2022
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  • Fotografia
    DR/Pedro Perestrelo Pinto
  • Fonte
    Alexandre Melo
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  • Na recente passagem do Cônsul-Geral pelo arquipélago do Havai, não faltou o surf ou não estivéssemos a falar da meca do surf mundial. Além disso, Pedro Perestrelo Pinto é desde há muito um praticante desta modalidade olímpica.
  • Na primeira parte da entrevista que o Beachcam efetuou a Pedro Perestrelo Pinto, ficámos a conhecer um pouco melhor a ação desenvolvida pelo Cônsul-Geral de Portugal em São Francisco, bem como a forte influência da cultura portuguesa no Havai, arquipélago onde recentemente esteve.

    Uma visita à qual não faltou o surf ou não estivéssemos a falar da meca do surf mundial. Iniciou-se no bodyboard, mas a verdade é que há muito que o surf faz parte da vida de Pedro Perestrelo Pinto. "Divirto-me, enche-me a alma e recarrego baterias", conta-nos.

    Contemporâneo de nomes como Pedro 'Pecas' Monteiro, João de Macedo ou Francisco Simões Rodrigues 'Xiquilin', a introdução à modalidade aconteceu na emblemática Praia Grande, no concelho de Sintra. "Nada bate um bom dia de Praia Grande, com amigos de infância", diz-nos. Contudo, também a Carrapateira e a insular Fajã de Santo Cristo têm um lugar muito especial no coração.

    Nesta passagem pelo Havai, o diplomata teve a oportunidade de confraternizar e fazer um free surf com um dos maiores big riders da atualidade, Kai Lenny. Uma figura que, imagine-se, tem costela portuguesa por causa de um antepassado.

    Curiosamente, o país onde tem alcançado a glória ao descer as gigantes montanhas de água geradas no Canhão da Nazaré, a cada inverno que passa. Paralelemente, Pedro Perestrelo Pinto também teve tempo para visitar as catedrais do North Shore e surfar em Pupukea, ali bem ao lado de Pipeline. 

    Beachcam (BC) - Nesta visita ao arquipélago do Havai como surgiu a oportunidade de ser recebido por Kai Lenny?

    Pedro Perestrelo Pinto (PPP) - O Mayor Mike Vitorino organizou uma receção com alguns luso-descendentes na minha chegada a Maui. Tendo sabido que eu fazia surf, convidou para lá estar a família Lenny: pais, Kai e Ridge. No dia seguinte, fomos fazer surf a Lahaina. As ondas estavam pequenas, mas foi divertido.

    BC - Qual a origem da ascendência portuguesa de Kai Lenny?

    PPP - Do lado paterno tem um antepassado português que, há várias gerações, terá emigrado para a Califórnia. A mãe também é da Califórnia e mudaram-se para o Havai antes de terem os filhos. É uma 'water family': todos fazem surf, kitesurf, windsurf e foil. O pai contou-me como o Laird Hamilton, de quem eram vizinhos, foi uma referência para o Kai. E a mãe lembrou episódios em que ele e o irmão, Ridge, em miúdos treinavam o tow-in com um, de bicicleta, a puxar o outro, de skate, por uma corda. Por vezes, a brincadeira acabava no hospital.

    BC - Nesse encontro, o que disse Kai Lenny acerca do nosso país? Apenas falou da onda gigante da Nazaré?

    PPP - A Nazaré foi a motivação para ir a Portugal e depois apaixonou-se pelo país. Das pessoas à comida, elogiou imenso Portugal. Disse-me que é onde mais se sente em casa na Europa. É um dos seus sítios preferidos no mundo, para surf e não só. Sobre a Nazaré, disse-me que adora a onda e foi um grande desafio percebê-la, por ser um beach break, em comparação com Jaws ou Mavericks, que são mais previsíveis. Comentou que o campeonato em 2020 foi um dos momentos mais marcantes da sua vida. Nem a costela partida lhe tirou o foco.

    BC - Uma vez que gosta de fazer surf, teve tempo na agenda para praticar este desporto nalgum local icónico?

    PPP - Claro. Fui uma manhã ao North Shore de Oahu e percorri todas aquelas ondas que crescemos a ver em revistas. De Haleiwa a Velzyland. Pipeline estava flat, por isso entrei em Pupukea, dois picos ao lado. Gostei imenso. Em Maui, como disse, estava pequeno, mas sabe sempre bem.

    BC - Sendo português, um país fortemente ligado ao surf, como é que a prática deste desporto entrou na sua vida?

    PPP - Desde que nasci, passei as férias e os fins de semana na Praia Grande. Acho que tive a primeira prancha de esferovite aos cinco anos e, como todos do meu grupo, pelos 10/11 anos comecei a fazer 'morey boogie', pois na altura não chamávamos bodyboard. Estou a falar de 87, 88, 89. Poucos do meus amigos começaram logo a fazer surf. As exceções na Praia Grande eram o André Pedroso – o maior talento que vi… nasceu para o mar - o Pecas e, logo depois, o João de Macedo. O Francisco Simões Rodrigues era o único mais novo que me lembro que fazia surf. Passei para o surf anos depois e nunca me esquecerei do dia em que cortei a primeira onda na Praia Grande. Estava em êxtase e quando saí fiquei a dançar sozinho com o chop, ao pôr do sol, onde agora é o Bar do Fundo.

    BC - Em Portugal, quais as ondas que mais gosta de surfar?

    PPP - Nada bate um bom dia de Praia Grande, com amigos de infância. A Carrapateira é a minha 'terra santa', onde sempre que posso vou em 'peregrinação', desde os 16 anos, na altura de Vespa e a acampar. E a Fajã de Santo Cristo, em São Jorge, é um lugar único, onde apanhei as melhores ondas em Portugal. Agora a minha praia é Ocean Beach, em São Francisco, que tem algumas semelhanças com a Praia Grande. Tem fundo de areia e mar forte.

    BC - É no surf que encontra uma forma de desconectar e relaxar da rotina diária?

    PPP - O surf conjuga o exercício físico, a adrenalina e um elemento espiritual, inerente ao mar. Sempre que entro divirto-me, enche-me a alma e recarrego baterias.

    BC - Como é que olha para o crescimento do surf como dinamizador do turismo em Portugal?

    PPP - Tem um impacto importante, os números são evidentes e já faz parte da nossa imagem externa. Não só pelo desporto em si, mas também pela perceção de qualidade de vida que transmite. Por exemplo, a onda da Nazaré projetou Portugal como destino turístico, mesmo para quem não faz surf. Para mim, pessoalmente, é algo ambivalente. Por um lado, como surfista, quando estou em Portugal, confesso que me custa ver tantos estrangeiros na Costa Vicentina, por me lembrar de há 30 anos ter a Arrifana e a Carrapateira só para mim e dois ou três amigos. Por outro lado, como diplomata responsável pela promoção de Portugal na região oeste dos Estados Unidos, procuro aqui posicionar Portugal como a Costa Oeste da Europa, a Califórnia da Europa. Nesse sentido, o mar e o surf são instrumentais para elevar o perfil do nosso país. Há muito potencial a explorar, da ligação entre a Nazaré e Mavericks, à troca de experiências entre Portugal e a Califórnia em termos de áreas de reserva protegida de surf, e de modelo de negócio do surf.

    Para além do surf, mas ainda sobre o mar, realizámos uma série 'Blue Talks' com algumas das melhores universidades da Califórnia – Stanford, UCLA, UC San Diego e UC Santa Barbara - sobre a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que terá lugar em Lisboa no fim de junho. Também nessa área promovemos a imagem de Portugal e temos afirmado a liderança do nosso país.

    Em suma, também pelo surf e pelo mar, o 'it place' para os californianos visitarem ou investirem é cada vez mais Portugal. Isto tem sido evidenciado em artigos recentes, como o do meu amigo Jon Littman, na Los Angeles Magazine: 'The new California dream is in Portugal'.

     

     

     

     

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