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Chama-se Elizabeth Cresson, tem apenas 23 anos e é uma empresária californiana que tem como objetivo voltar a colocar de pé um evento em Mavericks, uma das principais arenas mundiais do surf de Ondas Grandes. Tal vai mesmo acontecer após um hiato de seis anos sem eventos na famosa onda de Half Moon Bay, em Santa Cruz. Mas com o objetivo de não voltar a cometer os erros do passado, segundo Cresson, e de premiar a igualdade de género.

Foi em 1999 que Mavericks recebeu o primeiro campeonato, estabelecendo-se como o grande palco para os big riders mundiais, fazendo carreiras e imortalizando surfistas para a história, com algumas tragédias pelo meio. Chegou a Hollywood com “Chasing Mavericks”, mas nos últimos anos tem perdido a sua força, sobretudo pela entrada em cena da Nazaré na última década, mas também pela falta de eventos. Ainda assim continua a ser o “Santo Graal” do surf de ondas grandes na remada, ao contrário da Praia do Norte que se destaca pelo tow-in, prática que foi proibida durante largos anos em Mavericks.

Foi por toda essa tradição, que é marcante em toda a população do Norte da Califórnia, nomeadamente Santa Cruz, que Elizabeth Cresson, que admite não ser surfista, criou a empresa Mavericks Ventures, LLC, com sede em San Francisco. Foi essa empresa que durante os últimos dois anos lutou por todas as questões legais para conseguir voltar a ter um campeonato em Mavericks, estando perto de materializar o objetivo.

A ideia de Cresson surgiu depois de a WSL decidir abdicar da licença para o evento em 2019, após três anos marcados por adiamentos. Antes disso, tinha havido um evento especial chamado Titans of Mavericks, que pouco fez pela grandiosa arena californiana. Mais atrás, Mavericks já fazia parte do Big Wave Wolrd Tour, antes de este ficar sob a tutela da WSL. Agora, a jovem empresária quer recolar Mavericks onde merece estar no mapa das Ondas Grandes.

Em entrevista ao jornal “San Francisco Chronicles”, Cresson admite que pretende que este novo campeonato seja dirigido para os surfistas, mas também para a comunidade local e para o público espalhado pelo Mundo. “Estamos super otimistas que vamos colocar o campeonato na água já na próxima temporada”, frisou a jovem empresária.

O evento não terá uma data fixa, tal como acontece com a maioria deste género de campeonatos. A licença obtida permite a realização do mesmo durante a temporada de maiores swells e ondulações e vai de 15 de Novembro a 31 de Março. Algo que significa que no próximo inverno a ação deverá regressar a Mavericks em formato de competição. Para já, Cresson está apostada em garantir um patrocinador principal para um evento à escala global.

Em relação ao formato, a empresária pretende dar mais oportunidades a surfistas locais, jovens big riders emergentes e grandes nomes. O campeonato terá 24 surfistas convidados, sendo 12 surfistas para a prova masculina e 12 para a prova feminina, indo, assim, ao encontro desse objetivo de promover a igualdade de género. No próximo verão será feita a seleção dos convidados por um comité especializado.

Além disso, a organização promete investir fortemente na transmissão por webcast, de forma a levar o evento aos quatro cantos do Mundo, mas também a evitar enchentes no santuário de Half Moon Bay.

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