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- Apesar de estar no encalce do recorde mundial, o big rider brasileiro diz que não é isso que o move nesta atividade tão extrema. 'Quero evoluir muito no surf e desfrutar das ondas. Esse é o meu objetivo enquanto big rider.'
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O fim do inverno anuncia o fecho da temporada de ondas grandes. E esta é daquelas que vai deixar saudades e perdurar na memória durante muito tempo. Os últimos meses foram bastantes intensos no Canhão da Nazaré, um dos grandes templos do planeta no que toca à arte de desafiar enormes montanhas de água.
Esta foi uma das mais consistentes temporadas dos últimos anos. Desde a realização de duas edições do Nazaré Tow Surfing Challenge a sessões épicas, tivemos um pouco de tudo. Desta forma, não é de estranhar que várias bombas estejam a ser veiculadas como candidatas a destronar o recorde mundial do Guinness da maior onda surfada, que continua a estar na posse de Rodrigo Koxa. A 8 de novembro de 2017, o big rider brasileiro surfou uma onda que foi medida oficialmente com 24,40 metros.
Um dos surfistas que colocou-se na corrida a esse recorde é Vinícius dos Santos. Rebocado por Lucas Chumbo, curiosamente outro dos surfistas envolvidos nesta batalha, o big rider brasileiro terá surfado uma onda com quase 30 metros de altura (29,68), segundo a medição de Douglas Nemes, um especialista em mecânica das ondas. Tudo aconteceu no pesado swell que a 25 de fevereiro quebrou na Praia do Norte. Isto numa sessão em que Vinícius até saiu lesionado após um wipeout na última onda que surfou. Magoou um joelho.
Numa altura em que o seu nome está na berlinda por causa da gigante onda surfada, a "maior onda da minha vida", o Beachcam falou com um dos heróis desta inesquecível temporada no Canhão da Nazaré.
Beachcam (BC) - Em primeiro lugar, como é que tudo isto aconteceu?
Vinícius dos Santos (VS) - Essa onda foi surfada no passado dia 25 de fevereiro. Fiz parte da equipa do capitão Alemão de Maresias, Lucas Chumbo, Nic von Rupp, Lucas Fink, Lourenço Katzenstein, José Carlos e Michaella. Com o apoio do André Santos, que ficou no farol a avisar que ondas eram as melhores.
BC - Quando é que percebes-te que poderias ter surfado uma onda com potencial para recorde do mundo?
VS - Em 2021, já havia apanhado uma onda grande na remada. Esta até acabou por concorrer aos WSL Big Wave Awards. Todos questionavam-me pelo tamanho dessa onda, mas não sabia o que responder. Esta temporada ao ver as imagens espetaculares e perceber que havia surfado a maior onda da minha vida, antes que os jornalistas e amigos perguntassem qual o tamanho, resolvi entrar em contato com um cientista. Fui recomendado a conversar com o oceonógrafo, PhD em engenharia costeira e especialista em mecânica das ondas, Dr. Douglas Nemes. Este fez um estudo de caso e obteve a incrível marca dos 97 pés, quase 30 metros.
BC - Desde que tornas-te big rider, tens como objetivo bater o recorde mundial da maior onda surfada?
VS - Sou um surfista de alma e cheguei até aqui pelo amor que tenho ao desporto. Caso tenha a felicidade de bater o recorde, no meio de tantas ondas boas, com certeza que seria um grande feito. Porém, quero evoluir muito no surf e desfrutar das ondas. Esse é o meu objetivo enquanto big rider. Escolhi a vida de surfista de ondas grandes pelo prazer. Desço as ondas simplesmente por satisfação.
BC - Nas últimas temporadas, tens sido presença habitual na Nazaré. O que significa esta onda para ti?
VS - A Nazaré é o local onde consegui extrair todo o meu potencial como waterman. Foi o nível seguinte. Trabalhei alguns anos como nadador-salvador no Brasil e fiz cinco temporadas no North Shore da ilha havaiana de Oahu. Tudo para conseguir atingir um nível mais alto em termos de surf e ter a oportunidade de surfar as maiores ondas do planeta. Na Nazaré, apanhei a melhor onda da minha vida e agora também a maior. A minha vida transformou-se desde que cheguei a esta vila. Parece que o meu surf encaixa perfeitamente nesta onda e em todo o ambiente à volta. Sou muito bem tratado pelos locais. O surf é a minha vida. A Nazaré permite-me que possa ser um melhor surfista e por consequência uma melhor pessoa.
BC - Até ao momento, nunca tiveste a oportunidade de participar no campeonato de tow-in que ali se realiza. Esse é também um objetivo?
VS - Com certeza, caso um dia venha a ser convidado, estarei pronto.
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FotografiaLeo Domingos
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FonteRedação
