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- Dada a atual situação, receia-se que possa ocorrer uma erupção vulcânica semelhante à que ocorreu em setembro do ano passado no vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, nas Canárias.
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A ilha de São Jorge, localizada no arquipélago dos Açores, tem atravessado de há uns dias a esta parte uma preocupante crise sísmica. Desde a tarde do passado sábado, dia 19 de março, foram registados mais de 1800 sismos naquela ilha. Desse número, 104 tremores de terra foram sentidos pela população local. Só na terça-feira passada, a população sentiu 22 sismos.
Diz o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que as magnitudes dos sismos têm variado entre "1,2 e 3,6, tendo o maior sismo ocorrido nas primeiras horas da crise sísmica". Crise essa que está situada entre a vila das Velas, na zona sul da ilha, e a Fajã do Ouvidor, na costa norte.
O instituto também explica que a "origem desta sismicidade pode estar relacionada com a ascensão de magma num dique magmático, fenómeno esse que provoca fragmentação das rochas em profundidade, o que se traduz em libertação de energia elástica sob a forma de sismos".
De acordo com o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), a atividade sísmica em São Jorge continua "muito acima" dos valores de referência, pelo que não está excluída a possibilidade de um evento de maior magnitude ou possível erupção.
"Continuamos com uma sismicidade claramente muito acima daquilo que é o normal para este sistema vulcânico fissural. Todos os sismos registados na rede do CIVISA são de origem tectónica, até ao momento", explicou o presidente do CIVISA, Rui Marques, em declarações à agência noticiosa Lusa.
Dada a atual situação, receia-se que possa ocorrer uma erupção vulcânica semelhante à que foi registada em setembro do ano passado no vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, nas Canárias.
"Temos de colocar todos os cenários possíveis em cima da mesa, não descartando qualquer um, ao nível de proteção civil de planeamento de emergência, de gestão de riscos", referiu, lembrando que se trata de "um sistema vulcânico ativo", que "teve uma erupção em 1580 e outra em 1808".
O presidente do CIVISA explicou que, por um lado, há "a possibilidade" da ocorrência de um "sismo com uma magnitude superior" aos eventos que se têm registado em São Jorge.
"Não é necessário muita magnitude para que haja danos. Estamos a falar de epicentros muito próximos das Velas. E, por outro lado, está a ocorrer esta sismicidade com uma frequência muito elevada num sistema vulcânico ativo, o que poderá evoluir para aquilo que é uma erupção vulcânica", vincou.
Rui Marques sublinhou, no entanto, que o CIVISA continua a proceder a "medições de dióxido de carbono no solo", acrescentando que neste momento "não" existem alterações "relativamente aos valores do passado".
"Havendo alguma alteração no sistema ela será comunicada aos órgãos de Proteção Civil", afirmou. Simultaneamente, o responsável diz que as populações devem manter a "tranquilidade", estando "atentas à informação que é veiculada pelos órgãos oficiais", mas "não se devem dispersar com contrainformação que, "por vezes, procuraram noutras fontes, que não as oficiais".
Por sua vez, Clélio Meneses, titular da pasta da saúde nos Açores, disse que o executivo açoriano entrou em contacto com a Atlânticoline, empresa pública responsável pelo transporte marítimo de passageiros nos Açores, e com as Forças Armadas “para a necessidade de ser emergente” retirar pessoas.
Já foram enviados meios humanos do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) e do CIVISA para a ilha de São Jorge e estão a ser “preparados bombeiros de outras ilhas para a necessidade de terem de se deslocar” para aquela latitude.
Também está a ser identificado, em colaboração com a Câmara Municipal das Velas, o "número de pessoas com mobilidade afetada, para terem uma proteção acrescida”.Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
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FonteRedação
