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- No último heat do campeonato, o big rider australiano sofreu um violento wipeout que resultou na fratura de uma vértebra lombar.
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Um dia de campeonato de ondas grandes na Nazaré é sempre uma jornada recheada de momentos incríveis, mas também é um dia marcado por acidentes e algum drama à mistura, tão próprio desta atividade extrema.
Na edição de 2021/2022 do Nazaré Tow Surfing Challenge, Jamie Mitchell viveu essas sensações mistas. Por um lado, venceu um dos prémios em disputa. Por outro foi um dos azarados do dia. Antigo competidor do Mundial de Ondas Grandes, Mitchell é um velho conhecido da Praia do Norte, apesar de nos últimos anos ter estado mais ausente no que toca a competições por estas bandas. Em 2016, o australiano proclamou-se o primeiro campeão do Nazaré Challenge, prova que então era disputada na remada.
Agora, meia década volvida dessa histórica conquista, Jamie voltou a desbravar as gigantes montanhas de água da Praia do Norte, mas estreando-se no campeonato de tow-in. Fez equipa com o chileno Rafael Tapia, também ele debutante. Juntos formaram uma das equipas que maior animação ofereceu a quem assistiu ao evento.
No último heat do campeonato, Jamie Mitchell ainda acalentava as esperanças de destronar o brasileiro Lucas Chumbo do primeiro posto na prova masculina, procurando juntar-se a este no restritíssimo grupo de surfistas que já venceram na Nazaré em tow-in e na remada. Simultaneamente, a vitória por equipas era igualmente possível.
Porém, para tudo isso ser consumado era necessário um golpe de asa por parte de Mitchell. O heat foi-se desenrolando até que chegaram os últimos minutos da decisiva contenda. Ciente de que a situação de desvantagem permanecia, o big rider aussie apostou no tudo ou nada. Havia que tentar virar o tabuleiro. Era a última onda. O derradeiro assalto ao prémio máximo. Entubou numa esquerda, mas para sua infelicidade não encontrou a saída do gigante cilindro. Alo ruíram as hipóteses de vitória.
O que aconteceu? "A Nazaré venceu, novamente", atirou o competidor de 45 anos. Mitchell sofreu um violento wipeout que resultou na fratura de uma vértebra da lombar. Uma "lesão delicada", conforme disse Rafael Tapia.
Como tal, depois do resgate o antigo vencedor do Nazaré Challenge teve de ser transportado para uma unidade hospitalar. Parceiro desta empreitada, Rafael foi ao encontro do australiano e entregou-lhe em mão a taça que reconhece todos os esforços desenvolvidos durante o dia. Jamie foi considerado o big rider com maior compromisso durante o evento. Para a dupla ficou o segundo lugar na classificação coletiva. Nada mau para uma primeira aparição no exigente Nazaré Tow Surfing Challenge.
"Faltavam cerca de cinco minutos para acabar o heat e precisava de algo como um 7,14 pts para alcançar a vitória. As condições estavam a ficar cada vez piores, pelo que estava difícil encontrar uma boa onda. Entendi que a única forma de conseguir o requisito seria através de um tubo. O Rafael colocou-me na onda e larguei a corda um pouco mais cedo do que o habitual. Procurei estar bem dentro do tubo, mas a onda apertou e o resto é história. A Nazaré venceu, novamente", contou Jamie Mitchell através da sua página oficial na rede social Instagram.
A aventura pode ter acabado numa cama de hospital, mas o experiente big rider diz ter-se "divertido muito" durante o campeonato e está "ansioso para ter uma nova oportunidade de participar no próximo ano". Até porque como disse Rafael Tapia: 'A Nazaré dá e tira". E quem sabe se para o ano não chega a hora de Jamie Mitchell ser retribuído pela Natureza num local onde já conheceu as duas faces da moeda.
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FotografiaWSL/Laurent Masurel
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FonteRedação
