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  • Eleições FPS, Entrevista João Aranha (Parte 1): 'É essencial centrar a energia nos clubes'
    23 fevereiro 2022
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    Arquivo FPS/João Aranha
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  • Presidente da FPS desde 2013, João Aranha sublinha que a "experiência comprovada, a transversalidade a todas as modalidades da federação, a independência e a vontade de continuar a elevar o Surfing a novos patamares" são os traços distintivos da lista que lidera face à lista concorrente.
  • É já no próximo dia 5 de março que vai haver ato eleitoral na Federação Portuguesa de Surf (FPS). Um sufrágio destinado à eleição dos Órgãos Sociais para o triénio 2022-2025, onde está incluída a votação para a presidência da Direção. 

    Duas listas vão a votos nesta eleição. De um lado, a candidatura liderada pelo atual presidente João Aranha. Do outro, a lista encabeçada por João Guedes. Numa altura em que se aproxima o dia de todas as decisões quanto a quem vai liderar os destinos da FPS nos próximos três anos, o Beachcam esteve à conversa com João Aranha. Desde 2013 que Aranha é o presidente da Federação Portuguesa de Surf, candidatando-se agora a um terceiro mandato.  

    Em baixo é apresentada a primeira de duas partes desta extensa entrevista.

    Beachcam (BC) - Qual o balanço que faz após dois mandatos à frente da FPS?

    João Aranha (JA) - Um sentimento francamente positivo, diria até de orgulho e superação. Penso que em 2013 só nós é que acreditávamos poder alterar de forma significativa a forma de apresentação da FPS no surfing nacional e mundial, de interagir mais eficazmente com os seus agentes desportivos, de potenciar os resultados que sabíamos serem possíveis atingir.

    E fomos bem-sucedidos na maioria dos objetivos que nos propusemos alcançar. Fomos consistentemente candidatos a todos os títulos europeus e mundiais nas modalidades que a FPS tutela. Foi feita a aposta nas equipas nacionais e participações em competições internacionais. A inclusão do Surf nos Jogos Olímpicos obrigava a uma reestruturação total da forma de encarar a equipa nacional.

    Dedicámos atenção a todas as modalidades, logrando participar em todos os europeus e mundiais que se realizaram. Construímos uma equipa multidisciplinar, com equipas técnicas específicas para cada modalidade. Foi implementado um novo Regulamento da equipa nacional, seleções e alto rendimento e um ambicioso plano de estágios das diversas equipas nacionais.

    Estreitámos a relação com os treinadores individuais dos atletas e com os atletas da equipa nacional Júnior e Open. Foi ainda criada uma equipa de apoio médico, que acompanhou atletas operados e a sua respetiva recuperação. No plano organizacional, destaco a restruturação da FPS e dos seus processos administrativos para fazer face ao evidente crescimento mundial do Surfing.

    Mudámos de sede e de imagem, criámos novos laços ou fortificámos a relação com os principais organismos internacionais e com todos os stakeholders nacionais da Federação - Governo, institutos públicos, empresas, parceiros, patrocinadores, e principalmente os praticantes, treinadores, juízes, clubes e Escolas. Avançámos ainda com um novo site e uma nova intranet. Alargámos a capacidade de resposta da FPS e aligeirámos processos, tornando-os mais fáceis de utilizar para todos os nossos afiliados.

    Destaco também a criação de um sistema de julgamento, que prontamente colocámos ao serviço dos clubes para as suas competições. Reconhecemos a importância das competições organizadas a nível local pelos clubes e a dinâmica que estas emprestam a todo o surfing nacional. São alicerces de divulgação, formação, mas também de aperfeiçoamento da alta competição para alguns atletas e por isso temos trabalhado para melhorar as condições técnicas para a realização dessas provas.

    Foi ainda muito importante o lançamento do projeto de Certificação de Escolas, que se encontrava apresentado na Assembleia da República desde 2015, mas que não tinha ainda sido possível lançar, foi mais um momento de concretização entre tantos outros. A Federação Portuguesa de Surf é hoje reconhecida como a guardiã das modalidades de Surfing em Portugal, da sua organização e certificação, da sua cultura e evolução.

    BC - Que principais obstáculos encontrou ao longo de todos estes anos?

    JA - No início, os desafios eram tremendos e a FPS tinha recursos desajustados às necessidades e muitíssimo limitados e escassos. Sentíamos que estávamos a entrar numa batalha em que só nós acreditávamos ser possível chegar onde estamos hoje.

    Conseguir motivar todos os agentes, angariar apoios, estruturar o calendário competitivo nacional, certificar e incentivar novos formatos de provas, desenvolver um projeto olímpico de raiz, são apenas alguns exemplos de desafios que nos foram colocados nestes anos e que tudo fizemos para superar com sucesso.

    Com a chegada da pandemia, muitos dos desafios anteriores perderam alguma relevância e foi preciso toda uma capacidade de adaptação e reatividade a novos problemas. Aqui destaco o lançamento e enorme sucesso da campanha de 'Regresso ao Mar', que não só permitiu que o surfing de lazer voltasse às ondas como, por via desse caminho, a atividade económica relacionada com as modalidades voltasse a operar, minimizando assim os efeitos nefastos da pandemia. Ainda neste âmbito desenvolvemos a campanha 'Ensino de Surf Seguro', em 2020, em conjunto com a ONG Médicos do Mundo. Foi implementada uma formação sanitária em Covid-19 destinada a clubes e escolas FPS em que cerca de 200 entidades aderiram e obtiveram o selo 'Ensino de Surf Seguro'.

    BC - Desde que tomou posse pela primeira vez, houve um substancial aumento de federados. A que se deve essa situação? 

    JA - Penso que há vários fatores a ter em conta. O ponto de partida é, sem dúvida alguma, o fenómeno de popularidade que as nossas modalidades têm vindo a gozar, especialmente no que ao Surf e ao SUP diz respeito.

    Em cima disso, acreditamos que há um imenso trabalho desta Direção na transposição desta popularidade para números concretos de federados. Na vertente desportiva, destaco o crescimento do quadro competitivo nacional (que permite o acesso à competição a um cada vez maior número de jovens), o aumento das categorias femininas e a realização de circuitos nacionais em todas as modalidades que tutelamos.

    Na vertente de lazer não posso deixar de falar do trabalho que tem sido feito em conjunto com os clubes através redução do valor de filiação para praticantes (que beneficiam de um seguro idêntico aos atletas e podem até participar em algumas provas) bem como dos programas de captação de novos federados.

    Para estes pontos foi fundamental a simplificação e automatização de processos que introduzimos na estrutura da federação que veio reduzir a carga burocrática e o tempo despendido por todos os intervenientes.

    Temos noção de que existe ainda um potencial significativo de federados por explorar e por isso continuaremos a apostar tanto no desenvolvimento da competição como na ligação aos clubes e escolas de todo o país.

    BC - Quais os grandes objetivos e metas para um eventual novo mandato?

    JA - É essencial centrar a energia nos clubes. Até agora, incluímos os clubes na organização dos eventos de QCN (Quadro Competitivo Nacional) e contratámos um novo elemento de staff para coordenar os Circuitos Regionais e contribuir nos desafios técnicos que os clubes pudessem encontrar. Desenvolvemos um sistema de julgamento que colocámos ao serviço dos clubes, dinamizámos a Taça de Portugal e ajudámos a estabelecer um conjunto de clubes que hoje, mais que nunca, constituem a base da FPS.

    Mas queremos seguir adiante e assegurar uma nova base para este desenvolvimento. Temos medidas concretas para fortalecer esta ligação e a capacidade dos clubes em contribuir para o desenvolvimento das modalidades em Portugal.

    Iremos criar um programa de desenvolvimento desportivo nos clubes por via de contratos-programa para seu financiamento com projetos de desenvolvimento desportivo. Também temos programada a implementação do Programa de Apoio aos Clubes (PAC) em que faremos uma caracterização dos clubes de surf em Portugal, para potenciar a sua atividade, no apoio à comunidade, na formação e no alto rendimento.

    O intuito é otimizar a ligação entre FPS e Clubes de forma a melhorar a comunicação e a partilha de experiências. Fortalecemos assim a equipa de apoio aos clubes, passando de uma ligação essencialmente técnica de apoio ao QCN, para um apoio ao desenvolvimento desportivo e para um maior trabalho de fundo na organização dos clubes.

    Iremos também continuar a aposta no desenvolvimento do QCN, com a implementação dos circuitos regionais de bodyboard, nos moldes do modelo implementado no surf. Iremos também reforçar o investimento nos Campeonatos Nacionais de Surf Esperanças.

    Vamos assegurar a continuidade do programa de Alto Rendimento e do Projeto Olímpico 2024. Estamos a desenvolver trabalho de base de preparação, que nos possibilitará dar início ao projeto de Esperanças Olímpicas e Para-Surfing Olímpico assim que o Comité Olímpico estabelecer este programa.

    Assumimos que a estrutura administrativa da FPS necessita, mais uma vez, de ser reorganizada. Anteriormente esta reorganização foi feita alterando o foco e as competências do staff da FPS para que pudesse responder aos novos desafios que se avizinhavam. Agora, é necessário crescer um pouco. Precisamos de expandir a nossa capacidade de resposta administrativa e preparar-nos para o futuro.

    É forçoso ainda avançar na modernização de processos e implementar novos desenvolvimentos na intranet, reestruturar o site e atualizar informação. Está também em estudo uma parceria com uma empresa tecnológica para o desenvolvimento de uma app FPS dedicada.

    BC - Fica surpreendido por surgir neste momento uma outra lista concorrente?

    JA - Claro que não. Uma nova lista só vem demonstrar o interesse que o Surfing tem atualmente. Após anos conturbados e no seguimento do bom trabalho efetuado na FPS, o Surfing tornou-se um desporto apelativo, bem estruturado e economicamente viável para muitos e é hoje, com certeza, motivo de interesse e motivação para que novas listas surjam com a ambição de concorrer ao organismo máximo do desporto.

    Tal é natural numa democracia que apareçam outros projetos, outras ideias, novas aproximações, se bem que grande parte do que vimos proposto na lista concorrente esteja já realizado ou tenha vindo a ser implementado nos mandatos desta direção.

    BC - Quais os principais traços distintivos desta lista perante a lista concorrente?

    JA - Diria, principalmente, a experiência comprovada, a transversalidade a todas as modalidades da federação, a independência e a vontade de continuar a elevar o Surfing a novos patamares. Seja através dos projetos já implementados com sucesso e que têm ainda muito espaço para evoluir, seja através dos compromissos e programas desenhados para este próximo mandato, que vêm dar continuidade a uma visão que nos trouxe até aqui.

     

     

     

     

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