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- Pela frente e caso não haja perturbações motivadas pela pandemia, teremos uma temporada regular composta por 10 etapas mais a finalíssima de Trestles, onde serão conhecidos os novos donos do surf de competição a nível mundial.
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Depois de um longo defeso, estamos prestes a desembocar no momento que há muito desejamos, suspiramos e ansiamos. O início de uma nova temporada do Championship Tour (CT).
À semelhança do que sucedeu na época transata, tudo vai começar onde habitualmente costumava acabar a cada mês de dezembro. Pipeline. É na onda rainha do surf mundial que os melhores do mundo vão voltar a vestir a licra de competição, já a partir deste sábado. Uma evento que desde logo fica marcado pela ausência de Gabriel Medina, o atual campeão mundial.
Pela frente e caso não haja perturbações motivadas pela pandemia, teremos uma temporada regular composta por 10 etapas em oito meses. De janeiro a agosto, que inclui a passagem por Portugal, já em março. A meio, esta caminhada será marcada pela reintrodução de um cut. De 36 homens e 18 mulheres, as etapas da segunda metade do ano passarão a ter 24 homens e 12 mulheres. Depois, os campeões mundiais serão conhecidos pelo segundo ano consecutivo numa finalíssima a realizar em Trestles, no mês de setembro.
É a partir de uma folha em branco que este sábado começa a ser escrita a história do CT 2022, do qual estes são alguns dos motivos que vão colocar mais tempero para o que aí vem:
Equação Gabriel Medina
Esta semana, o edifício CT foi abalado com o anúncio de que o vigente campeão não vai participar pelo menos nas duas primeiras provas da época. Medina não está bem e tem de recuperar em termos físicos e emocionais. A este cenário de fragilidade juntou-se o fim do casamento com a modelo Yasmin Brunet. No meio de todo este turbilhão, paira a grande dúvida em torno de Gabe. Será que este afastamento irá estender-se apenas à perna havaiana ou vai prolongar-se por toda a época? Para já, tudo não passa de mera futurologia, mas as probabilidades podem não ser assim tão baixas no que toca ao surfista brasileiro tirar um ano sabático ou qualquer coisa do género. Gabriel precisa de reencontrar-se e reagrupar. Fazer um reset ao sistema. Quanto tempo demorará? Não sabemos. Quem está no convento é que sabe o que vai lá dentro...
O cinquentenário Kelly Slater
O 11 vezes campeão do mundo prepara-se para enfrentar nova temporada. Já são tantas, que perdemos a conta. Só que esta não é uma época qualquer. KS completa meio século de vida dentro de poucos dias. É isso mesmo, vamos ter nos próximos meses um cinquentenário a competir entre os melhores do mundo. Lembram-se de mais algum desporto em que isto aconteça atualmente? O GOAT continua aí para as curvas, sempre no alto rendimento e com muito surf para dar e vender. Um bom resultado em Pipe pode alavancar ainda mais o desejo de continuar por estas paragens e partir em busca de um marco único na história do desporto: vencer uma etapa com 50 anos marcados no cartão de cidadão. E o 12º título mundial? Isso então, seria a loucura. Por sua vez, um mau resultado no seu jardim pode complicar a vida a Slater, pois não deverá ir à Austrália por causa das questões vacinais, que já começar a dar que falar. Isso deixaria o de Cocoa Beach à mercê do cut, o que poderia fazer repensar os seus planos quanto ao futuro.
O implacável cut
Precisamente, esta temporada será marcada pela reintrodução de um cut a meio da viagem. Pela primeira vez desde 2011, haverá um naipe de surfistas que ficará afastado do CT após cinco etapas, enquanto um outro punhado de atletas terá automaticamente confirmada a qualificação para 2023. Como tal, neste início de campanha poderemos vir a ter surfistas mais ansiosos, nervosos e a jogar pelo seguro em termos de performances. Afinal, está tanto em jogo num curto espaço de tempo. Faz lembrar aquela velha máxima dos desportos americanos: win or go home. A chegada deste cut não vai admitir muitos erros por parte dos atletas, nem fatores incontroláveis, como é caso das temidas lesões. Tudo pode servir de sentença. Depois de escapar à guilhotina, aqueles que continuarão a ser mundialistas podem respirar fundo e soltar a franga na segunda metade de 2022.
O plano de Frederico Morais
Em 2021, Kikas fez história ao conseguir a melhor classificação de sempre de um surfista luso no CT. Foi 10º classificado. Depois deste extraordinário desempenho, as expectativas dos fãs portugueses crescem em relação aquilo que pode fazer este embaixador do desporto nacional. É desta que vence uma etapa? Poderá apurar-se para a finalíssima de Trestles? Frederico quer fazer sempre mais e melhor. É a isso que se predispõe. É essa a sua essência e a madeira da qual é feito. Porém, Morais também sabe que a casa não se começa a construir a partir do telhado. É preciso germinar o terreno, lançar as suas fundações. Primeiro, há que entrar com o pé direito na nova época, fintar o cut e depois sim estabelecer novas metas e quebrá-las. Campeonato a campeonato, heat a heat, treino a treino. O plano está traçado e agora há que começar a executá-lo com mestria.
Supertubos, sejam bem-vindos de novo!
Foi em outubro de 2019 a última visita da divisão máxima do surf mundial a Supertubos. Desde aí, parece que já vivemos um século. Tudo por causa de uma pandemia que veio alterar a rotina diária do planeta. Aos poucos, com avanços e recuos, a normalidade vai sendo reposta. No contexto do surf de competição, um desses sinais é o regresso da etapa portuguesa do CT. O mais famoso beach break do Oeste de Portugal volta a engalanar-se. Desta vez não no tradicional mês de outubro, mas sim na primeira quinzena de março, fim do inverno no hemisfério norte. Fará mais frio e os dias poderão ser mais cinzentos, mas aquilo que interessa aos surfistas e aos adeptos deverá estar melhor. As ondas. A prova está agendada para uma altura do ano em que por norma os Supertubos estão a bombar e de que maneira. A tradição assim o diz, agora é esperar que a Natureza não desiluda. Até agora, por cá o inverno tem sido muito frutífero. Que assim continue.
John John a part-time ou full-time ?
Dizem os registos que John John Florence não faz uma época completa no CT desde 2017, ano em que se sagrou bicampeão mundial. De então para cá, o havaiano tem sido fustigado por lesões nos joelhos e consequentes incursões à mesa de operações, o que tem travado a fundo uma carreira que parecia destinada a muitos mais cetros mundiais nesta altura do campeonato. Por isso, há uma dúvida inquietante entre os fãs do Mundial e que também deverá assolar o próprio John John, aqui e acolá. Mil e uma moléstias depois, será que finalmente os joelhos vão aguentar o duro esforço de uma longa e desgastante época? Para já, os sintomas evidenciados mostram que Florence está completamente recuperado e melhor do que nunca. Tem varrido os campeonatos disputados no North Shore com exibições estratosféricas. O talento sobre uma prancha de surf continua todo lá, mas só isso não é garantia de pleno sucesso no desporto e na vida. E o surfista havaiano sabe-o tão bem...
À terceira é de vez Steph?
O ano passado, bem se pode dizer que a campeoníssima Stephanie Gilmore viveu o denominado 'annus horribilis'. Não houve o inédito oitavo título mundial, que faria desempatar no topo da hierarquia com a compatriota Layne Beachley, nem tão pouco medalhas olímpicas. Ao mesmo tempo, olhou para o lado e viu a rival Carissa Moore limpar tudo com distinção. Aos 34 anos, Gilmore tem aqui a terceira oportunidade para tornar-se na surfista mais titulada da história e provar que não está já a entrar na curva descendente da carreira. A tarefa não vai ser fácil. De um lado, a australiana terá de medir forças com velha guarda, que já conhece de memória. Do outro, surgirá o pelotão das jovens e talentosas rookies. Durante a época, Steph terá de apresentar a sua melhor versão, se não quiser ser ultrapassada pela esquerda e pela direita. Não pode vacilar. Para já, os contratempos continuam. Testou positivo ao novo coronavírus e está em dúvida para o Billabong Pro Pipeline. Pior início era impossível e nem sequer chegou a hora de envergar a licra. 'Happy Steph' continua a não ter muitos motivos para sorrir, mas de um momento para o outro o jogo pode mudar.
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FotografiaWSL
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FonteRedação
