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- Por todo o país, viveram-se sessões mágicas, inesquecíveis, que mostraram o quão belo é a comunhão entre o ser humano e a natureza.
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Desde o início de 2022 que as previsões começaram a dar indícios do que estava a surgir no horizonte. Por isso, o nervoso miudinho instalou-se rapidamente. Com o passar dos dias, a ansiedade e a adrenalina galoparam em cada espreitadela às previsões.
Será que ia mesmo acontecer ou a Natureza iria fazer das suas e trocar as voltas a tudo e todos pela enésima vez?
Nas vésperas do dia D, parecia já não haver grandes dúvidas. A tempestade perfeita formada no Atlântico Norte iria brindar a costa portuguesa com o primeiro grande swell de 2022, um ano que ainda nem sequer saiu da incubadora.
De norte a sul do território continental, mas também na idílica Madeira, o mar subiu e começaram a quebrar ondas perfeitas, fantásticas e prontas a serem desbravadas pelas surfistas. Sejam profissionais do ofício ou simples free surfers. Todos eles com a mesma paixão.
O mote havia sido dado na passada sexta-feira com uma tarde épica em alguns surfs spots de excelência, como foi o caso da icónica Praia de Carcavelos. Ao chamamento da mãe Natureza não faltaram nomes como o top mundial Frederico Morais, Miguel Blanco. Filipe Jervis ou o antigo competidor e local Pedro 'Pecas' Monteiro, que foi autor de um dos tubos da sessão, mostrando que continua a dominar como poucos a arte de entubar nos cilindros carcavelenses.
Perto dali, em Santo Amaro de Oeiras, também houve festa com Vasco Ribeiro a dar lá uma saltada com a sua turma.
Mais acima em Portugal continental, no templo sagrado das ondas grandes, o swell também começou a entrar, apesar do vento. Aqueceram-se os motores. No dia seguinte, o vento acalmou e debaixo de condições limpas, o Canhão da Nazaré viveu um daqueles dias que ficam eternamente guardados na história. De quem esteve lá dentro a desafiar as condições extremas e de quem ficou em terra a contemplar a coragem daqueles seres humanos, feitos indiscutivelmente de uma outra madeira.
Um dia de emoções fortes, com ondas gigantes surfadas de forma magistral pela nata desta atividade, desde as primeiras horas da manhã. No livro de ponto, apenas tiveram falta os havaianos.
Num dia tão exigente, não faltou um punhado de momentos que susteve a respiração da multidão, que estava espalhada pelos penhascos do Canhão. Felizmente, tudo acabou bem numa jornada épica. Fez lembrar o primeiro grande swell a chegar à Nazaré no mundo pandémico. O muito badalado dia 29 de outubro de 2020.
Naturalmente que a ação na arena nazarena dominou as atenções, por toda a carga mediática que acarreta. Porém, outros surf breaks também carburaram em alta voltagem e ofereceram excelentes oportunidades a quem se aventurou neles.
Sempre com Carcavelos à cabeça, onde Kikas voltou a dar show e desta vez teve a companhia no line-up de outro top mundial, o japonês mais português do surf mundial. Kanoa Igarashi, que até ao lusco fusco andou à caça de tocas.
Por todo o país, viveram-se sessões mágicas, inesquecíveis, que mostraram o quão belo é a comunhão entre o ser humano e a natureza, mesmo que esta esteja a exprimir-se no seu estado mais puro e selvagem. É para dias como estes que os surfistas vivem e esperam em alguns casos uma vida, particularmente quando o assunto mete ao barulho a palavra Nazaré.
Ficam as memórias e depois de saboreado este banquete, volta tudo à estaca zero. Acompanhar atentamente as previsões e esperar. Afinal, quando entra o próximo swell?
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FotografiaLeo Domingos
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FonteRedação
