Homepage

  • Carlos Muñoz, o surfista que não chegou a tempo das Olimpíadas, mas meteu a Costa Rica no CT masculino
    22 dezembro 2021
    arrow
    arrow
  • Fotografia
    WSL/Damien Poullenot
  • Fonte
    Alexandre Melo
powered by
  • Meo
  • Mercedes
  • Buondi
Segue-nos nas redes
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Foi uma verdadeira montanha-russa de emoções fortes aquela que o surfista costarriquenho viveu no segundo semestre de 2021. Da desilusão profunda à euforia total de cumprir de um sonho. É assim o microcosmos do desporto e a vida.
  • No último verão, o surf fez a sua estreia no maior evento desportivo do mundo. Os Jogos Olímpicos. Para Tóquio'2020 qualificaram-se 40 surfistas (20 homens + 20 mulheres). Um lote para o qual apurou-se com distinção o nosso Frederico Morais. 

    Só que em vésperas da partida de Lisboa para Tóquio, Kikas ficou retido em Portugal. O motivo? Fácil de adivinhar. O surfista de 29 anos foi infetado com o novo coronavírus. A notícia caiu quem nem uma bomba no dia em que realizou-se a cerimónia de abertura dos Jogos da 32ª Olimpíada e originou um imbróglio à Associação Internacional de Surf (ISA).

    É que a 48 horas da ida para a água da primeira prova olímpica de surf da história, o elenco masculino estava coxo. De acordo com a lista de alternates divulgada pela ISA meses antes da prova, o italiano Angelo Bonomelli estava pré-designado como substituto de Frederico Morais. No entanto, dado o pouco tempo que tinha para aterrar no país do sol nascente, o surfista transalpino não conseguiu contornar toda a burocracia em tempos de pandemia, o gerou grande revolta em Bonomelli, pelo que a sua vaga passou para Carlos Muñoz, por convite da entidade presidida por Fernando Aguerre. 

    Porém, apesar de todos os esforços para chegar em tempo recorde a Tsurigasaki Beach a fim de competir no seu heat, a verdade é que Carlitos não completou com sucesso este contrarrelógio. Chegou fora de horas ao destino e com isso caiu por terra as esperanças de Muñoz participar neste momento histórico e único na carreira de um atleta, seja lá qual for o desporto. Simultaneamente, a Costa Rica ficou privada de um representante no setor masculino. O país cujo lema é Pura Vida ficou-se apenas pelo feminino, onde também houve muito para contar em relação à dramática forma como Leilani McGonagle foi eliminada.

    Foi assim com esta enorme frustração que Carlos Munoz teve de fazer um reset à cabeça, reagrupar e cerrar fileiras para a próxima batalha. A Challenger Series, circuito onde estava em jogo a qualificação para o Championship Tour (CT) de 2022.

    A abrir esta aventura caiu uma eliminação precoce na sempre complicada onda de Huntington Beach, na Califórnia. Depois, o costarriquenho viajou para o Velho Continente e aí mostrou a sua melhor versão ao conseguir dois resultados muito fortes em Ribeira d'Ilhas e Hossegor, mais concretamente dois quintos lugares.

    E eis que Muñoz chegou ao North Shore da ilha havaiana de Oahu bem posicionado e com excelentes probabilidades de conseguir uma histórica qualificação para o CT. Para si e para a Costa Rica. Em Haleiwa, o surfista com aparência a fazer lembrar o icónico Rob Machado não se deu nada bem, talvez acusando em demasia a pressão inerente à responsabilidade do momento. Perdeu de primeira num heat no qual cometeu uma interferência. Um verdadeiro pesadelo aquele que foi vivido na meia-hora em que esteve no mar de Haleiwa com a licra de competição vestida. 

    Nos dias seguintes, Carlos Muñoz ficou de calculadora na mão e com o seu destino entregue aquilo que os oponentes fossem fazendo no tradicional campeonato havaiano. A ansiedade era muita a cada heat realizado. Sofreu a bom sofrer, mas no último dia de campeonato, com a eliminação do australiano Kalani Ball nas meias-finais, chegou a notícia pela qual Carlitos desejava e tanto lutou. Assegurou a qualificação para o CT 2022 via Challenger Series. Ocupou a última vaga entre os 12 atletas que carimbaram o passaporte para a divisão máxima do surf mundial. Foram apenas 350 pontos de distância para o surfista que ficou imediatamente atrás de si na tabela classificativa, o australiano Jordan Lawler. 

    Um momento singular na história do surf da Costa Rica e da América Central, pois esta é a primeira vez que tal região do globo irá ter um surfista no CT masculino. Do lado feminino, as notícias também foram ótimas para o surf costarriquenho com a requalificação de Brisa Hennessy, uma das principais protagonistas desta edição inaugural da Challenger Series. 

    "Mal consigo acreditar no que aconteceu. Agradeço a todos os que acreditaram em mim, apoiaram-me e fizeram esta caminhada ao meu lado. Tem sido uma grande aprendizagem. Obrigado a todos", disse um hiper mega contente Carlos Muñoz ao sítio oficial de internet da World Surf League. E não é para menos, tal a grandeza do feito que protagonizou.

    Foi uma verdadeira montanha-russa de emoções fortes aquela que este surfista viveu no segundo semestre de 2021. Da desilusão profunda à euforia total de cumprir um sonho. É assim o microcosmos do desporto e a própria vida. 

    Carlos Muñoz tem o seu nome gravado para todo o sempre na história do surf costarriquenho e agora vai desfrutar, pelo menos durante um ano, de surfar nas melhoras ondas do planeta inserido no comboio dos duros. A estreia gozando do prestigiante estatuto de surfista do CT está marcada para o final de janeiro na onda rainha do surf mundial, Pipeline. Havia melhor lugar para tal momento solene? Agarra que é tua, Carlitos! 

     

     

     

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

    Visita a nossa Loja Online, encontras tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf! 

    Segue o Beachcam.pt no Instagram

Tags
  • praia
  • mar
  • Surf
  • Competição
  • WSL
  • World Surf League
  • Carlos Muñoz
  • Costa Rica
  • Challenger Series
  • World Championship Tour
  • Fotografia
    WSL/Damien Poullenot
  • Fonte
    Alexandre Melo
similar News
similar
setembro 18
Portugal recebe 7º edição da Global Wave Conference
setembro 21
Viana do Castelo acolhe conferência anual da World Surf Cities Network
setembro 20
Viana do Castelo é capital europeia da inclusão com o Blue Surf Festival
setembro 21
Última fase de candidaturas ao curso de Turismo de Surf em Peniche
setembro 20
Quatro distritos do Norte sob aviso amarelo na madrugada de quinta-feira devido à chuva
setembro 20
Joana Schenker já está nos quartos-de-final do Walker Bay Pro
setembro 20
Maior vert ramp da Europa recebe demo no domingo