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  • Afinal, a subida do mar até 2030 vai ter impacto reduzido em Aveiro
    09 novembro 2021
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  • Se a cidade vai manter-se como está, as praias podem perder areal, mas sobretudo, devido à erosão costeira e não à subida do nível média do mar.
  • O físico João Miguel Dias, da Universidade de Aveiro, considerou na passada segunda-feira que a subida do nível médio do mar até 2030 terá pouco impacto na região e considera “alarmistas” as projeções que indicam que Aveiro pode estar em risco já naquele ano.

    De acordo com declarações à agência noticiosa Lusa daquele cientista, que lidera o núcleo de modelação estuarina e costeira do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), os modelos numéricos desenvolvidos para a zona de Aveiro apontam para uma subida do nível médio das águas do mar de 70 centímetros em 2100 e de apenas 10 centímetros em 2030, o que terá um impacto reduzido.

    "A costa de Aveiro tem uma particularidade que obviamente é ter a Ria, que é ladeada por margens com uma topografia bastante reduzida. Isto significa que uma subida do nível das águas do mar poderá ter impacto nestas zonas”, explica. Porém, João Miguel Dias recusa que o cenário seja preocupante. O físico contradiz “mapas muito alarmistas que dão Aveiro como uma das zonas em perigo, já em 2030”.

    “O que anda aí a circular são resultados de uns modelos americanos muito básicos, que apenas consideram o preenchimento e não têm em conta a física do sistema: não consideram o atrito, não consideram a propagação da maré, não consideram as barreiras naturais existentes e meios de proteção que o Homem já construiu”, esclarece.

    Para o investigador, esses mapas têm por base um modelo “muito primário, que simplesmente diz que o nível médio do mar vai subir e que se houver uma cota abaixo desse nível vai ser inundada. Isso dá uns mapas muito alarmistas”.

    “No meu grupo de investigação trabalhamos com modelos numéricos de última geração, desenvolvidos para a zona de Aveiro em particular, com a Ria muito bem definida, com todas as medidas de proteção que já existem, desde uma boa parte do dique do Baixo Vouga Lagunar a zonas de proteção na Murtosa, considerando tudo isso”, elucida.

    João Miguel Dias desmente a tese de que Aveiro estará submersa em 2030 e contrapõe: “Em 2030, Aveiro vai estar exatamente como está agora, porque em 2030 o nível médio do mar subiu cerca de 10 centímetros, o que praticamente não terá impacto”.

    O grupo de investigadores da Universidade de Aveiro tem vindo a trabalhar num modelo de projeção para o ano de 2100 e indica que, “no cenário mais pessimista”, a linha de inundação, que ocorre em preia-mar com marés vivas, poderá aumentar cerca de 30%”.

    “Mas estamos a falar para 2100, se o ser humano não intervir. Vejamos a cidade de Aveiro que tem o sistema de comportas e eclusas que a protege das inundações. Se o nível médio do mar subir 70 centímetros, que é o que se prevê para 2100, o que será feito é subir a cota de coroamento do sistema de eclusas mais 70 centímetros para a água não passar”, reforça.

    Se a cidade vai manter-se como está, as praias podem perder areal, mas sobretudo, devido à erosão costeira e não à subida do nível do mar.

    “Nós temos uma costa sujeita a problemas de erosão, mas esse é um problema que já vem de há muitos anos. Há várias décadas que são conhecidos problemas de erosão na Vagueira, ou na zona do Furadouro, Cortegaça, Esmoriz e por aí fora, mas são resultado do défice sedimentar que existe na costa, devido à construção de barragens na maioria dos rios, que retêm sedimentos a montante“, sustenta.

    Segundo explica, a areia que o mar retirava às praias com os temporais de inverno era depois reposta durante o verão, com a areia que circulava na deriva costeira.

    "Agora circula menos areia pelo que há esta tendência natural de erosão das nossas praias que se tem vindo a verificar e o ser humano tem de intervir e tem-no feito, pelo que as praias da região estão relativamente estáveis”, assegura.

    Questionado sobre o que pode então mudar nesse cenário com as alterações climáticas, João Miguel Dias diz que o regime da agitação marítima não será muito diferente e se o nível médio do mar subir mais 70 centímetros até 2100, “pode alagar uma faixa até à topografia de mais 70 centímetros, o que significa que uma praia pode perder 20 a 30 metros se nada for feito”, conclui.

     

     

     

     

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