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- Depois de intermináveis meses de agonia, o povo irmão foi finalmente 'ver um campeonato lá em Saquarema'.
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Nos seus mais diversos e profundos domínios, a pandemia veio alterar por completo o mundo que conhecíamos. À semelhança do que sucedeu em tantos outros desportos, o surf também sofreu nas suas carnes os efeitos desta doença com a qual tivemos de aprender a conviver diariamente.
Em 2020, todos os circuitos da World Surf League foram cancelados naquela que foi a mais radical das decisões e desembocou em meses a fio com pouca ou nenhuma competição dentro de água. Para este ano de 2021, a WSL arregaçou as mangas e reergueu o seu naipe de circuitos da melhor forma possível. No caso da joia da coroa, o Championship Tour, foi desenhado um campeonato cuja sua viagem teve a rota desviada de muitas catedrais.
Desta forma, a pandemia tirou-nos os esplêndidos Supertubos, mas também Jeffreys Bay, Bells Beach, Teahupoo, Saquarema e até a regressada G-Land, na Indonésia. Neste triste corso poderíamos também meter a histórica Triple Crown havaiana, que virou digital e assim permanece. Uma autêntica cirurgia de coração aberto aquela que foi protagonizada pela entidade liderada por Erik Logan.
Por isso, desde 2019 ou seja ainda no mundo pré-pandémico, que muitos destes mágicos destinos não são surfados debaixo da chancela WSL. Grande parte deles só devem voltar em 2022, assim a pandemia o deixe, mas há um destes surf spots de luxo em que a velha e gorda senhora já voltou a tocar. A mágica Saquarema.
Por ali, a WSL já não passava desde junho de 2019. Etapa de CT que teve Filipe Toledo como vencedor, enquanto o nosso Frederico Morais fez meia-final, mostrando num grande palco que o seu lugar era entre os melhores do mundo, naquele que foi o ano da requalificação.
Depois de intermináveis meses de agonia, o povo irmão foi finalmente "ver um campeonato lá em Saquarema", citando uma pequena frase do hit da cantora brasileira Giulia Be. Naturalmente longe das enchentes de outros tempos, mas a verdade é que a carioca Praia de Itaúna, ladeada pela icónica Igreja de Nossa Senhora da Nazaré, viveu sete dias de festival, o Saquarema Surf Festival.
Do surf dos seniores, passando pelos mais novos e nunca esquecendo o longboard, a temperatura aumentou na famosa praia, que viveu um frenesim competitivo à qual já não estava habituada. Lembrou os dias de campeonato de CT.
Desta vez, não esteve presente a nata do surf mundial. Foi apenas um evento do QS regional, mas os longos dias de Saquarema Surf Festival trouxeram surf, agitação, vida, cor, diversão, alegria e festa a um templo sagrado, que há muito suspirava por estes momentos. Ali, o surf é tudo. Por isso, este é um local que é apelidado de Maracaña do Surf. Um palco grandioso, onde os surfistas ambicionam surfar, nem que seja pelo menos uma vez na vida.
Para rematar todo este glorioso festival, o Brasil brilhou na sala de visitas do seu surf. Das seis competições que estiveram em jogo, apenas no Pro Júnior feminino e na competição de longboard masculino a vitória não ficou dentro de portas. A peruana Sol Aguirre e o norte-americano Tony Silvagni foram os desmancha-prazeres.
Tirando isso, estes foram dias marcados por momentos de grande êxtase para a fervorosa falange da Praia de Itaúna. O desconhecido Arthur Máximo viveu um conto de fadas, Yago Dora cravou a bandeira num local icónico, o Capitão Adriano de Souza voltou ao ativo e a irmã de Gabriel Medina, a jovem Sophia, meteu o pé na porta do edifício do surf internacional.
E como em Saquarema o surf não se respira apenas dentro de água, em terra tivemos a inauguração de um novo centro de treino de alto rendimento, o Leo Neves Surf Training Center, bem como do novo museu do surf de Saquarema, que releva a importância deste local na história do surf brasileiro. O passado, o presente e o futuro juntos no mesmo raio de ação. Que viagem foi esta. Inesquecível!
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FotografiaWSL
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FonteRedação
