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  • A sustentabilidade da Reserva Mundial da Ericeira foi a debate
    11 novembro 2021
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  • A temática transversal ao evento comemorativo do 10º aniversário da Reserva Mundial de Surf foi dissecada nesta última Digital Talk.
  • Na passada quarta-feira, o Ericeira WSR+10 encerrou o seu ciclo de conferências com uma Digital Talk dedicada à sustentabilidade, conceito que constitui o denominador comum deste projeto promovido pelo Ericeira Surf Clube (ESC) para comemorar o 10º aniversário da Reserva Mundial de Surf da Ericeira (RMSE),

    A quinta e última conferência (de um ciclo iniciado em junho) intitulou-se “Por uma Reserva Mundial de Surf da Ericeira + Sustentável”. Durante o dia, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, foram partilhados vários exemplos de como é necessário pensar globalmente e agir de forma local, tal como foi relembrado por Carlos Pereira da Silva do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova. 

    Esta conferência focou, sobretudo, as potencialidades do oceano e do surfing enquanto ferramentas de promoção da sustentabilidade ambiental, social e económica para operacionalizar e concretizar os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e do Green Deal Europeu, procurando-se consciencializar os públicos-alvo sobre as várias dimensões que envolvem o conceito da sustentabilidade e gerar reflexão sobre a respetiva aplicação na RMSE, abrindo novos horizontes.

    Os quatro painéis, moderados pelos jornalistas Miguel Pedreira e João Valente, apresentaram uma panóplia muito rica de oradores, incluindo, entre outros, uma eurodeputada, biólogos, um surfista profissional que se tornou num forte ativista ambiental, académicos e representantes de empresas e organizações não-governamentais. 

    Logo ao início da manhã, Maria Graça Carvalho (deputada ao Parlamento Europeu; vice-presidente da Comissão de Pescas; membro titular do Comité de Indústria, Pesquisa e Energia; membro Titular da Comissão dos Direitos da Mulher e Igualdade de Género e da Comissão Especial de Inteligência Artificial na Era Digital) apresentou o desafio da sustentabilidade numa perspetiva europeia, assim como a sua visão sobre os caminhos a percorrer numa lógica de eficiência coletiva para a resolução dos principais desafios ambientais que a nossa sociedade enfrenta e o contributo do desporto para este objetivo.

    Esta embaixadora do projeto Ericeira WSR+10 declarou que o "grande desafio da sustentabilidade passa por desligar o desenvolvimento económico da degradação ambiental”, meta que se encontra no cerne do European Green Deal, nomeadamente com a redução das emissões de CO2, numa transição energética – e de paradigma – que deverá ser realizada com as pessoas e não contra as pessoas, sem deixar ninguém para trás e apostando em energias limpas e acessíveis, com aposta na ciência e nas novas tecnologias, consumindo menos e melhor e reduzindo o impacto das atividades humanas sobre o planeta, de forma a alcançar equilíbrios ambientais e sociais.

    Maria Graça Carvalho concluiu a sua intervenção referindo que “o surf é uma boa onda para a economia, ambiente e saúde de quem o pratica… e as boas ondas não devem ser desperdiçadas.”

    De seguida entraram em cena os quatro painéis, compostos da seguinte forma:

    1. “O Potencial da Literacia do Oceano” - Raquel Gaspar, Miguel Blanco, Maria Cristina Antunes e Nuno Vasco Rodrigues;

    2. “Produção e Biodiversidade” - Álvaro Sardinha, Rita Sá, Joana Lia Ferreira, Bárbara Maurício e David Camocho;

    3. “Surfing: educação, eventos e carga” - Ana Vaz, Ricardo Nogueira Mendes, João Fonseca Ribeiro e Rute Grilo Martins;

    4. “A Reserva no presente a olhar o futuro” - Juanma Murua, Carlos Pereira da Silva, Joaquim Casado e António Abreu.

    Coube a Juanma Murua abrir este derradeiro painel. O responsável pelo estudo em curso sobre o impacto da RMSE nos últimos 10 anos falou sobre alguns dados e resultados recolhidos neste âmbito no que toca aos níveis ambiental, social, económico e de imagem, dividindo-os em impactos positivos e negativos. Em termos de conclusões, considerou que os principais problemas ambientais relacionados com a prática do surf na Ericeira se encontram aos seguintes níveis:

    - pegada ecológica do transporte provocada por quem se desloca à Ericeira para surfar e a diminuição da biodiversidade, nomeadamente no que toca à quantidade e  tamanho dos exemplares das espécies marinhas aqui capturadas;

    - falta de estratégias e regulamentação específica sobre assuntos ambientais para a RMSE (tais como estratégias para a mobilidade ou os resíduos);

    - falta de monitorização dos dados necessários para conhecer adequadamente o impacto da RMSE e fornecer uma gestão adequada e um melhor uso económico e social e com menor impacto ambiental;

    - falta de envolvimento comunitário e desconhecimento do que significa a RMSE, tanto entre a população local como entre os surfistas.

    Juanma Murua destacou também, na parte negativa, a falta de força jurídica da RMSE a nível da legislação portuguesa e de conservação ambiental. Já em território positivo, encontram-se a qualidade da água do mar e das praias, tendo em conta as zonas balneares galardoadas nos últimos anos.

    Tiago Matos (representante da Associação dos Amigos da Baía dos Coxos, entidade que integra o Conselho Restrito do Conselho Municipal da RMSE) e Pedro Bicudo (representante da SOS – Salvem o Surf, outra entidade que integra o CRCM da RMSE) partilharam as perspetivas críticas destas entidades sobre o início e a evolução da Reserva Mundial de Surf da Ericeira.

    Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Mafra, Hélder Sousa Silva, discursou sobre a mesma RMSE, destacando os aspetos positivos da mesma, que considerou uma realidade em permanente aperfeiçoamento. O autarca focou a necessidade de mobilizar a comunidade para o importante património que a Reserva representa, concluindo que “valeu a pena” o percurso iniciado em 2011.

    Miguel Toscano encerrou a sessão de trabalhos, partilhando que a Comissão Europeia deu a possibilidade do projeto EWSR+10 terminar até 28 de fevereiro de 2022, devido à pandemia da Covid-19, período que será aproveitado para o desenvolvimento de novas iniciativas, nomeadamente ao nível das temáticas da inclusão social e da tecnologia.

    O diretor da área de Inovação e Redes Colaborativas do Ericeira Surf Clube avançou também que o estudo sobre o impacto da RMSE deverá ser apresentado em janeiro do próximo ano.

    Todas as informações relevantes sobre o projeto Ericeira WSR+10 podem ser consultadas online, quer no site oficial do evento ou nas respetivas redes sociais.

     

     

     

     

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    Ericeira WSR+10
  • Fonte
    Redação
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