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- Muitas décadas depois, a onda de Shipwrecks foi novamente ativada. Deixou de ser um exclusivo dos mais antigos e que estava apenas no imaginário dos mais novos.
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É comum dizer-se que a história repete-se, pelo menos duas vezes. Pois bem, tal situação aconteceu recentemente em Nusa Lembongan, ilha localizada no arquipélago da Indonésia, conforma conta o site 'Magicseaweed'.
Porém, para que o leitor entenda tudo da melhor maneira é preciso puxar a cassete atrás. Na final da década de 60 do século passado, um navio encalhou no recife noroeste desta ilha indonésia.
Uma situação que potencialmente reunia todos os ingredientes para gerar um desastre ambiental naquelas águas, mas que no fim do dia acabou por dar origem a um surf break naquela latitude, aproveitando o efeito do mar junto da encalhada embarcação.
Assim, nasceu um pico que em 1974 foi batizado de Shipwrecks (naufrágios em português) por Bob Brown, dizem as crónicas que este foi o primeiro a ter a ousadia de meter-se em cima de uma prancha de surf nesta onda artificial sem recurso a tecnologia de ponta, qual Wavegarden e afins. Uma onda que acabou por estar ativa até à década de 80, quando a embarcação acabou por desaparecer no mar.
Ainda antes do seu suspiro final, a peculiar onda de Shipwrecks saltou para a ribalta além-fronteiras quando em 1982 surgiu no filme Band On The Run, película na qual o antigo campeão mundial Wayne 'Rabbit' Bartholomew é protagonista, tendo ali surfado.
Agora, passados todos estes anos uma nova embarcação encalhou no mesmo local (!). Tudo aconteceu porque o navio em causa separou-se do reboque quando transportava materiais para a construção de um novo porto turístico na ilha de Nusa Lembongan.
Desta forma, quando nada o fazia prever, este foi um incidente que voltou a gerar ondas surfáveis aos free surfers locais, que depois da ouvirem as histórias dos antigos sobre o que havia sucedido nos idos do século XX, vivem 'in loco' o que apenas estava no imaginário.
"Esta é a nossa própria piscina de ondas. Nós apenas ouvíamos as histórias dos mais velhos sobre a primeira vez que um navio havia ali encalhado. Sempre tivemos inveja deles porque essa onda supostamente era muito melhor. Agora, acreditamos nos mais velhos porque a onda está de volta. É a Snapper Rocks cá do sítio. A energia da onda é incrível", assegurou Komo Wilson, responsável do Nusa Lembongan Boardriders, ao site 'Magicseaweed'.
Tempo de alegria na comunidade surfista local, ainda que naturalmente esta seja artificial, tal como a onda que surfam diariamente. É uma situação que está a prazo. Nesta altura, decorrem trabalhos por parte das autoridades locais para colocar a embarcação em segurança e minimizar os impactos deste incidente no recife.
"Claro que não queremos que esta situação perdure para sempre. É apenas um pequeno sonho que acabará por desaparecer, mas não temos problemas com isso. A prioridade é salvar o recife, que fornece alimentos para a ilha, e manter a água limpa", concluiu Komo Wilson.
Não se sabe o dia exato em que esta onda deixará de carburar, mas uma coisa podemos deduzir. Esta é uma história na qual os mais novos de hoje vão seguramente contar aos mais novos do futuro as aventuras que viveram nestes dias. Assim alimenta-se o misticismo em torno de uma onda que aparece de tempos a tempos.
Para as gerações vindouras, há uma frase que talvez os poderá reconfortar sobre uma hipotética hipótese de surfar Shipwrecks. É que não há duas sem três...
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FotografiaSurfing Lens/Evgenii Ivkov
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FonteRedação
