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- Mas garante que nunca vai perder a ligação ao mar, onde se sente "mais perto do céu".
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Bianca Buitendag foi uma das grandes surpresas da estreia olímpica do surf, que aconteceu em Tóquio’2020. Depois de ter eliminado a portuguesa Yolanda Hopkins nos quartos-de-final, a gigante sul-africana apenas foi travada na grande final por Carissa Moore. Conquistou uma medalha de prata que a trouxe de volta à ribalta… e que foi aproveitada para anunciar um ponto final na carreira, com apenas 27 anos.
Buitendag utilizou as redes sociais para anunciar a decisão, justificando-a com uma perda que acabou por mudar a sua carreira nos últimos anos: a morte do pai. Algo que culminou com a sua saída do WWT e com o desaparecimento dos holofotes da fama do surf mundial. Foi com muita emoção à mistura que Bianca dedicou a medalha aos pais.
“Que maneira de cruzar a linha de meta! Esta medalha marca o final de um lindo capítulo na minha vida”, começou por escrever Bianca. “Nos Jogos Olímpicos vesti pela última vez a licra de competição. Desde que o meu pai faleceu, as minhas ambições de vida mudaram drasticamente. O meu coração rapidamente se afastou do objetivo de perseguir notas e scores nos heats. Passaram-se mais de 5 anos, o tempo suficiente para respeitar todos os objetivos a que me propus, ao meu lindo país, a mim e a tantas pessoas. Os Jogos Olímpicos alinharam-se, coincidentemente, como a oportunidade perfeita para este final”, explicou.
A morte do pai acabou por marcar drasticamente uma das carreiras mais promissoras do surf mundial e isso fica agora bem patente por este discurso sincero de Bianca. Contudo, a talentosa surfista sul-africana também deixou palavras de agradecimento à mãe e a Deus, confirmando toda a aura espiritual que sempre a acompanhou enquanto atleta de alta competição.
“Apesar de gostar de acreditar que sou forte e independente, tenho de reconhecer o papel de Deus, que segurou a minha mão ao longo de todos estes anos, entre o escuro e o medo. Ele tem sido o meu melhor amigo, a minha companhia mais próxima. Desde a minha primeira prova, aos 8 anos, que digo sempre antes dos heats: ‘Senhor, confio em ti e no teu caminho’. Após estes anos, percebo que a sua vontade prevaleceu. Esta medalha dedico-a à minha mãe, que venceu dois cancros em apenas um ano. E também a todos aqueles que lutam por vitórias diárias que ninguém vê. Mereces a prata e também o ouro. Não eu”, rematou Buitendag.
Bianca Buitendag estabeleceu-se na década passada como uma das mais promissoras surfistas do circuito mundial feminino, onde foi a rookie do ano em 2013 e onde se afirmou como uma real candidata aos lugares cimeiros do ranking. Em 2015 chegou mesmo a terminar a temporada como número 4 mundial, após três segundos lugares – somou quatro em toda a carreira no Tour, nunca conseguido chegar ao triunfo. Mas foi o início desse ano que mais a marcou, devido à morte trágica do pai. Bianca tinha apenas 22 anos.
O percurso ascendente foi travado logo no ano seguinte, terminando a temporada de 2016 no 12.º posto e falhando a requalificação. Em 2017 ainda fez algumas etapas como suplente, mas acabou por desaparecer completamente dos pódios mundiais. As exceções foram os convites para competir na etapa sul-africana de J-Bay e o Mundial ISA de 2019, onde aceitou representar o seu país, acabando por ganhar a vaga de melhor africana, que a acabou por catapultar para esta medalha olímpica.
Agora, após chegar ao Olimpo e quase subir ao degrau máximo, Bianca Buitendag, que sempre foi uma das surfistas mais inspiradoras da sua geração, dentro e fora de água, colocou um ponto final na carreira competitiva. Embora frise que nunca vai perder a sua ligação ao mar. “Nunca vou parar de ir à água salgada sempre que tiver oportunidade. O mar é a minha terapia e é o lugar onde me sinto mais perto do céu”, vincou a medalhada olímpica.
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FotografiaISA/Watermarkmedia
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FonteRedação
