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O Allianz Figueira Pro de 2021 é daqueles campeonatos que ficará na memória do surf nacional por muito tempo. Depois de dois dias difíceis, com uma tempestade a dificultar a vida a organização, surfista e a todos os presentes, oferecendo constantes chuvadas e mar muito partido, a verdade é que o melhor estava guardado para o final e os surfistas responderam à chamada para dar um espetáculo poucas vezes visto a nível nacional.

Depois da tempestade vem a bonança, dizem. Ainda assim, a chuva não deu tréguas no domingo e o mar continuou desafiante, mas as ondas foram acertando ao longo do dia e os scores treparam para uma escala poucas vezes vista. Após dois dos dias mais complicados alguma vez vistos na Liga MEO Surf, a verdade é que tudo foi compensado pelo épico dia final, numa condições muito exigentes, mas que recompensaram com perfeição os mais ousados.

Os surfistas mais experientes acabaram por destacar-se rumo às finais, num mar que não dá espaço a surpresas, pois tem o condão de separar o trigo do joio. Vasco Ribeiro, Guilherme Fonseca, Miguel Blanco e Tomás Fernandes foram os que mais deram nas vistas na prova masculina e não é estranho que tenha sido este o lote de semifinalistas. Do lado feminino, as finalistas Yolanda Hopkins, Kika Veselko, Carolina Mendes e Mafalda Lopes também foram as competidoras em maior destaque.

Tudo terminou com uma performance avassaladora de Vasco Ribeiro e também Yolanda Hopkins. Com o decorrer do dia já se avizinhava o triunfo dos dois surfistas mais preparados para estas condições. Só não se esperava que Vasco tivesse uma prestação tão avassaladora, destruindo completamente as ondas e os adversários que se atravessaram no seu caminho. Deu combinação a Guilherme Ribeiro nos quartos-de-final, a Miguel Blanco nas meias-finais e ainda a Guilherme Fonseca na grande final, culminando uma exibição praticamente perfeita com uma nota 10 e um score de 19 pontos. É bom perceber que Vasco Ribeiro ainda está “vivo” e que neste tipo de condições continua a ser dos melhores do Mundo.

Do lado feminino, Yolanda limitou-se a mostrar todo o treino que coloca constantemente em prática, não surpreendendo o seu à vontade no outside. Depois de uma ausência inesperada na Ericeira, a surfista algarvia regresso à Liga da melhor forma. Contudo, há que destacar o papel de uma surfista que ainda não venceu qualquer etapa no circuito, mas que já conta com dois segundos lugares. Sem tirar qualquer mérito às fortes adversárias, Kika Veselko tem sido a surfista mais regular da temporada e parece aquela mais bem colocada e em melhor forma na luta pelo título nacional, graças a um surf já muito maduro. Neste momento, seria até uma pena não ver Kika a competir no Mundial ISA.

A competição segue agora para o Porto e Matosinhos onde, dentro de 15 dias, a ação regressa com emoções ao rubro. Vasco Ribeiro e Carolina Mendes seguem de amarelo para o Norte do país, numa prova que antecede as decisões do WQS e a ida da Seleção Nacional para El Salvador. Ou seja, depois de uma etapa em que se viveu as quatro estações do ano em apenas três dias, estão reunidas as condições para mais uma grande reunião dos melhores surfistas nacionais. Embora saibamos antecipadamente que dificilmente nos próximos anos se vá assistir a algo tão intenso e épico como aquilo que se viu este domingo na Praia do Cabedelo.

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