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  • O dia (ou mês) em que Xico Alves decidiu levar o treino a sério  
    24 fevereiro 2021
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  • Os good old days competitivos de Francisco Alves contam ainda com uma promissora carreira júnior e com presenças em grandes eventos internacionais.
  • O mês de março estava prestes a chegar ao fim. Corria o ano de 2013. Saca ainda era um atleta da elite mundial e os que agora reinam ainda estavam a crescer. A Liga Moche preparava a estreia nas ondas da Costa de Caparica. Dias antes do arranque da etapa, um tímido, mas já brincalhão Francisco Alves dava uma entrevista – talvez a primeira de muitas… - a um dos maiores jornais desportivos do país, com direito a câmaras e toda a popa e circunstância que um anfitrião merece.

    Dias depois a etapa começou. O mar nem sempre colaborou. Xico foi avançando ronda após ronda, mostrando o célebre local knowledge. No dia final o mar subiu imenso e chegou-se a ponderar realizar as finais bem lá fora, no outsider, com apoio de motos de águas. Mas a vontade dos surfistas prevaleceu. Xico agradeceu. Continuou a limpar a concorrência, até que despachou Vasco Ribeiro nas meias-finais.

    Se havia quem não acreditasse na surpresa do surfista da casa, as dúvidas ficaram desfeitas na final, que colocou frente a frente Xico Alves de Frederico Morais. Naquele dia, Kikas não conseguiu superar o amigo. A festa fez-se ali mesmo, à frente de casa. Foi a primeira e única vitória de Xico na Liga MEO Surf. Fruto do dia em que o jovem surfista, na altura com 19 anos, decidiu levar a carreira bem a sério e olhar o futuro de frente.

    Naquela pré-época, Francisco decidiu apostar mais forte no treino. Juntou-se muitas vezes ao amigo Frederico Morais, aproveitando a disciplina deste a, coincidência, acabou a vencê-lo na final daquela etapa. Por essa altura, adivinhavam-se altos voos para Xico. Talvez nunca tenham sido tão altos como se previa, sobretudo em competição.

    No dia seguinte à etapa o jornal Record escreveu: “Antes do arranque da Liga Moche, o nosso jornal procurou saber junto do top 10 nacional de 2012 qual seria o favorito ao título e também quem poderia surpreender. A grande maioria dos inquiridos previu uma boa campanha de Francisco Alves, que no ano passado foi apenas 15.º classificado na Liga, apontando o treino que este vinha a desenvolver como a grande razão da escolha. Confrontado com estes dados, “Xico” explicou-nos a mudança radical na sua preparação para 2013. “Tenho treinado mais que nunca. Há já 3 ou 4 meses que o faço sempre duas vezes por dia, tanto na água como no ginásio. Isso influenciou o meu rendimento, até porque notei que na final não estava tão cansado.”

    Atualmente, Xico continua a ser um dos grandes surfistas nacionais e, certamente, o mais hilariante de todos. Mas a sua carreira tomou outros caminhos, pois nem só de competição se pode fazer um surfista profissional. Por estes dias, além de se ter mudado para o Porto, é cara de um dos principais vlogs do surf nacional. Curiosamente, é às quintas-feiras que lança as suas peripécias imperdíveis.

    Hoje não será exceção. Mas, para aqueles que já não se recordam, antes do seu lado de show man houve um rapaz que prometeu imenso de licra vestida e que chegou a enfrentar os melhores do Mundo. Foi isso que aconteceu nesse mesmo ano de 2013 e já antes tinha acontecido em 2011, quando foi wildcard do WCT em Peniche. Em ambas as ocasiões não passou da 2.ª ronda, mas poucos são aqueles que podem dizer aos netos que estiveram a surfar sozinhos na água com Jordy Smith, Taj Burrow ou Mick Fanning.

    Os good old days competitivos de Francisco Alves contam ainda com uma promissora carreira júnior, que terminou nesse mesmo 2013, com um top 10 no circuito europeu da categoria, depois de ter sido 5.º classificado em duas etapas, a abrir e a fechar o circuito, em Royan, França, e Rias Baixas, Espanha, respetivamente. Além disso, fica ainda na memória a presença numa edição do Rip Curl Padang Padang, mais concretamente em 2014, numa altura em que já estava mais rendido ao freesurf.

    Já no WQS, onde se estreou aos 15 anos, em 2008, numa etapa em Vila do Bispo, acabou por ter como ponto mais alto o 9.º lugar alcançado na Cordoama em 2010, com apenas 17 anos. Acabou por nunca se aventurar mais do que nas complicadas etapas da perna europeia do WQS e foi também em 2013 que acabou por deixar a aposta internacional para trás. Ainda regressou em 2017, mas daí até 2019 contou com aparições apenas esporádicas.

    Apesar de tudo, ninguém pode tirar o mérito pela forma como Francisco Alves foi amadurecendo no surf e a verdade é que, mesmo com aquele seu lado brincalhão a vir ao de cima, pouco surfistas exprimem tão bem o talento de surfar como ele. Ainda hoje é capaz de dar o aéreo da sessão por qualquer sítio que passe. E isso prova que ainda é um dos melhores. Mesmo que aqueles dias de ginásios e treinos bi-diários já façam parte de um passado longínquo.

     

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