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  • Mavericks, a “guerra” ao tow-in e a remada como “dona” do palco
    12 janeiro 2021
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  • Embora em tempos tivesse sido proibida a presença de motos de água no pico, nos últimos anos, começaram a surgir cada vez mais vídeos de sessões de tow-in em Mavericks.
  • Ainda bem antes de o surf de ondas grandes ter extravasado o espectro do surf mundial para chegar aos ecrãs das casas de todo o planeta, fruto sobretudo das ondas gigantes da Nazaré, uma arena destacava-se já entre as demais no que a esta modalidade diz respeito. No final do século passado Mavericks já se afirmava como a arena das arenas das ondas grandes, onde gladiadores faziam o impossível, para ganhar a glória eterna.

    Que o diga o malogrado Jay Moriarity, que durante a irreverência da sua adolescência fez um drop monstruoso, eternizado na capa de uma das mais célebres edições da revista "Surfer", e, mais tarde, popularizado em Hollywood, através do filme “Chasing Mavericks”. Outros chegaram mesmo a perder a vida neste palco situado em Half Moon Bay, em Santa Cruz, Califórnia, o que ajudou a aumentar os contornos místicos e lendários deste local.

    Durante cerca de duas décadas era em Mavericks que se contruíam carreiras. Até que a Nazaré, Jaws e um circuito mundial cada vez mais divulgado, organizado e consensual começaram a distribuir atenções. A chegada das motas de água aos principais picos e o facto de o tow-in permitir a cavalgada de ondas ainda maiores, também ajudou a esta mudança de paradigma.

    Contudo, em Mavericks (quase) todos se mantiveram firmes em manter aquela arena como um palco primordial da remada. Quem queria conquistar Mavericks tinha de fazê-lo a braços e somente com a sua própria força. Foi assim durante anos que nos habituámos a ver as grandes sessões e os campeonatos ali realizados.

    Só que, nos últimos anos, começaram a surgir cada vez mais vídeos de sessões de tow-in em Mavericks. Os mais distraídos podem não ter reparado, mas nos últimos swells são cada vez mais as imagens de surfistas rebocados por motas de água, desde Kai Lenny a Lucas Chumbo, ou até a alguns locais. A verdade é que esta vertente tem sido mais aceite nos últimos tempos por ali, embora ainda não exista uma “oficialização” dessa aceitação como facto consumado. Sim, o tow-in em Mavericks existe, mas a sua divulgação ainda pode dividir opiniões.

    João Macedo, que durante vários anos surfou e viveu na Califórnia, durante os tempos áureos da remada, explica-nos como ao longo da história as duas forças se foram equilibrando e o “pacto” que acabou por permitir que as ondas gigantes de Mavericks também sejam domadas através de reboque. “Embora os campeonatos tenham sido sempre na remada, sempre houve grandes sessões de tow-in em Mavericks, desde o tempo do Jeff Clark ou do Jay Moriarity. Mas, a certa altura, aconteceu uma história interessante de bastidores, que tornou Mavericks num sítio prioritariamente de remada”, revela o big rider português.

    “Na altura em que lá estive, entre 2004 e 2006, até eram os surfistas de Santa Cruz que estavam a fazer um forcing para começar a haver mais tow-in. Nessa altura, existia uma grande guerra entre os surfistas de tow-in, maioritariamente de Santa Cruz, e os de remada, que eram mais de São Francisco e Pacifica. Mas como Mavericks estava situado dentro de um santuário marítimo que era reserva federal, um dos pioneiros do surf na remada em Mavericks evocou uma lei que protegia aquela área e conseguiu mesmo travar a investida das motos de água. Até existiam multas para quem ia de moto de água para o pico”, explica Macedo.

    Ainda assim, houve sempre quem contornasse as regras. “Alguns fotógrafos arriscavam entrar às escondidas, mas pouco mais. Criou-se ali um ambiente de as motos de água não poderem entrar. E foi isso que permitiu uma progressão enorme do surf na remada. Mavericks foi o epicentro do renascimento da remada, estava na ponta de tudo o que era feito na remada. Até porque tinha condições de vento melhores que Jaws, que na altura ainda era considerada uma onda um pouco impossível para a remada”, conta.

    A resistência do passado parece já não ser tão feroz, até porque muitos já tinham entendido no passado a utilidade das motas de água no resgate e auxílio aos surfistas, de forma a evitar a repetição de tragédias como ali já acontecera nos casos dos lendários big riders havaianos Mark Foo – que perdeu a vida no mesmo inverno da proeza de Moriarity (94/95) - e Sion Miloski – falecido mais recentemente, em 2011.

    “Recentemente, houve uma maior abertura para o tow-in, porque as motos de água já lá estão para o resgate. Hoje em dia esse apoio já está liberalizado e as motos de água já lá podem estar. O que acontece é que havia ali uma primeira hora da manhã, na primeira luz, em que a malta podia fazer tow-in antes de chegarem os da remada. Mas não se publicavam imagens. Julgo que ainda continua a ser essa a ‘política’, embora, realmente, se estejam a ver cada vez mais imagens de sessões de tow-in em Mavericks”, corrobora João Macedo.

    Mesmo que as motos de água comecem a surgir cada vez mais no pico e sejam mostradas sem qualquer tipo de receio ao Mundo, a onda de Peter Mel veio relembrar os mais distraídos que, ali, por mais abertura que exista à evolução, é a remada que faz a diferença. É ela a dona do palco. É ela constrói carreiras e desfaz vidas. E foi também ela que, como troco, deu a Peter Mel uma espécie de eternidade no Mundo do surf!

     

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