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  • João de Macedo: “Foi Deus que enviou aquela onda ao Peter Mel”
    11 janeiro 2021
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  • João de Macedo, pioneiro dos big riders portugueses, é um dos nomes mais experientes do surf mundial a remar na arena de Mavericks. O surfista da Praia Grande viveu uma temporada na Califórnia e foi nesse período que desenvolveu uma estreita ligação com a mágica Half Moon Bay, que durante muitos anos foi o Santo Graal do surf de ondas grandes. Pouco sabem como ele o que representa um swell perfeito em Mavericks. Foi, por isso, com espanto que viu o vídeo do incrível tubo de Peter Mel que correu o Mundo durante os últimos dias.

    Pedimos, dessa forma, a Macedo que dissecasse aquele momento do veterano e multifacetado surfista local de Santa Cruz, que surfou Mavericks durante praticamente toda a idade adulta e que, aos 51 anos, teve o prémio de uma vida, passando por dentro de um tubo de mais de 20 pés de altura e saindo com sucesso, por entre a nébula criado pelo bafo da onda. Sem querer entrar em comparações e conversas sobre o que é ou não a melhor onda de sempre, o big rider português garante que esta onda de Peter Mel “merece todo o hype” que tem tido nas últimas horas.

    “A onda é gigante”, começa por dizer-nos Macedo. “E ele fez parecer tudo aquilo fácil. É isso que muitas vezes também simboliza uma onda incrível. É tudo incrível: a onda, a forma como ele conseguiu vir por trás do pico, a onda ficar aberta e a dar um bafo enorme… Muitas vezes, em Mavericks, a onda achata um pouco, mas aquela não. Foi Deus que lhe enviou aquela onda. Talvez estejamos perante a Ride of the year”, frisa “Massas”, corroborando uma ideia que já havíamos escrito aquando da publicação do vídeo.

    João conta-nos que teve acesso ao vídeo através de uma partilha num grupo de amigos e que foi o também big rider António Silva que lhe mostrou a onda, ficando desde logo impressionado com o feito de Pet Mel. “Ficámos todos espantados com a onda. É uma onda inacreditável. E as imagens do Powerlines Productions, em que se vê o Jamie Mitchell a dar-lhe logo um abraço, também são incríveis. Muitas vezes, no calor do momento, uma pessoa não absorve bem o que acabou de fazer. Mas, ali, eles souberam logo que era uma coisa inacreditável”, sublinha.

    “Ele tem uma linha extraordinária na onda e também houve mérito na escolha da onda. Ele vem muito lá de trás e teve uma atitude incrível em arriscar ir. Foi uma onda ultra-técnica e a facilidade com que o fez leva a parecer que já tinha sonhado muitas vezes com aquela onda. Ele é um surfista que não é muito agressivo, mas posiciona-se bem. E aquela onda veio mesmo ter com ele. Embora nada lhe tenha sido dado de bandeja, pois dá para ver a forma incrível como ele teve de remar para entrar na onda. Penso que esta onda vai ficar para sempre como um momento icónico em Mavericks”, aponta Macedo, sobre um local recheado de grandes feitos e dramas que são intrínsecos à história do surf mundial e das ondas grandes.

    João Macedo acredita que o interveniente também torna a história ainda mais especial. O big rider português conhece bem Peter Mel. Elogia o trajeto do surfista californiano e não hesita em falar de karma. “Todos os fatores somados tornam aquele momento ainda mais especial. No swell de dezembro ele já tinha apanhado uma onda semelhante, por isso acho que esta onda foi um culminar de algo espetacular, que inspira qualquer surfista. Estamos a falar de um surfista experiente, já com a idade que tem [51 anos]. Muitos dos surfistas locais da geração dele já se retiraram e outros morreram, e ele continua ali. É espetacular a forma como continua a elevar o nome de Santa Cruz”, admite Macedo.

    João Macedo durante uma etapa do Big Wave Tour (Foto: WSL) 

    “Ele tem mais do que aquele lado atlético e profissional de um surfista, daí achar há um lado quase kármico nesta onda. O Peter Mel já teve tantos papéis… Já foi comissário do WWT, já foi competidor do circuito mundial de ondas grandes, é comentador da WSL, também trabalhou para a Quiksilver, fez parte de uma geração de ouro de competidores de Santa Cruz. Esteve em todas. É, sem dúvida, um dos grandes nomes do surf mundial. Talvez para fora não tenha tanto mediatismo, mas aos olhos da comunidade do surf já é um dos grandes. O Peter Mel tem uma carreira ao serviço do surf e é uma pessoa que está sempre a reinventar-se”, destaca.

    Apesar de a carreira de Peter Mel estar umbilicalmente ligada a Mavericks, o surfista californiano sempre se destacou nos outros picos por onde passou ao redor do globo. “Foi um dos surfistas que entrou num dos primeiros campeonatos da Nazaré e fez um dos drops do dia num mar gigante. Ele está sempre lá. Já teve sessões incríveis em Teahupoo ou Cloudbreak, por exemplo. Ele marca sempre presença em grandes swells”, recorda João Macedo, sobre o surfista que também foi uma das estrelas presentes no lineup na memorável sessão de remada que aconteceu na Papôa, durante um lay day do Rip Curl Pro Portugal de 2014.

    “Quando começamos a analisar o currículo dele, vemos que já foi campeão mundial de ondas grandes, já foi capa de quase todas as grandes revistas de surf e percebemos que não é um surfista profissional qualquer. No entanto, esta onda faz ele entrar noutro estatuto”, sintetiza João de Macedo, nunca esquecendo o surfista calmo e querido da comunidade local de Santa Cruz, onde possui o seu negócio local, que herdou do pai e desenvolveu ao longo dos anos.

    Este incrível feito de Peter Mel, fez ainda Macedo recordar-se dos seus grandes momentos em Mavericks. Um deles bem memorável. “Na altura em que estava na Califórnia lembro-me de um swell muito especial, em que o mar estava perfeito, mas gigantesco. Essa sessão até me ajudou a qualificar para o circuito mundial de ondas grandes. Tive a sorte também de a onda colaborar e lembro-me de no fim o Greg Long [ex-campeão mundial de ondas grandes] dar-me os parabéns. São momentos que ficam para sempre na memória”, rematou.

     

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