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O Havai é um verdadeiro paraíso à beira-mar plantado. Uma meca para amantes de ondas e não só, as ilhas havaianas também são famosas pelas suas paisagens incríveis e praias idílicas. Só que esse cenário está a mudar radicalmente nos últimos anos. Isto porque estudos recentes mostram enorme preocupação com os areais cada vez mais pequeno de algumas ilhas deste estado norte-americano.

Segundo um artigo publicado no jornal havaiano “Honolulu Star Advertiser”, de nome “Paraíso Perdido”, ao longo do último século as ilhas de Maui, Oahu e Kauai, curiosamente, as mais famosas entre os surfistas, perderam um quarto do areal que possuíam. Mas as previsões são de que as perdas possam ser bem maiores nos anos futuros, devido à subida do nível médio do mar.

Este cenário de avanço do mar e perda de areal fez com que nos últimos anos a faixa costeira esteja cada vez mais exposta à violência das ondulações, que no Havai são bastante conhecidas por serem das mais fortes do Mundo, deixando inúmeras habitações em risco. E mais irão ficar nos próximos anos devido a este fenómeno.

Uma das questões levantadas como causa desta situação é a forte construção de pontões e barreiras junto à costa, que inicialmente serviram para proteger as habituações ali construídas, mas que com o decorrer dos anos estão a causar enorme erosão do areal. Uma realidade bem conhecida um pouco por todo o Mundo e até aqui no nosso país.

Inicialmente a construção deste tipo de barreiras era proibida por lei no Havai, uma vez que as praias são públicas e o dever do estado era protege-las. Contudo, nos últimos 20 anos alguns dos proprietários costeiros aproveitaram um algumas lacunas nestas leis estaduais e municipais para contornar esta proibição. Dessa forma, julgaram proteger as suas casas do avanço natural do mar, além de vedarem o acesso público à praia.

De acordo com a investigação levada a cabo pelo jornal havaiano, em conjunto com a organização ProPublica, nos últimos anos foram concedidas pelo governo havaiano 230 isenções ambientais a proprietários de casas, hotéis e condomínios, permitindo que estes mantivessem antigos pontões, construíssem novos e instalassem montes de sacos de areia de emergência ao longo das praias.

As autoridades responsáveis defenderam-se desta situação, explicando que obrigar estes proprietários a cumprir as leis poderiam causar muitos danos e dificuldades, não só aos proprietários, como a uma zona costeira já de si afetada por imensos paredões. Dessa forma, o efeito da chegada das ondas à costa vai carregando a areia para o mar, ao mesmo tempo que esta impunidade legal fez, logicamente, aumentar o número de propriedades privadas numa zona que deveria estar protegida. E assim se vai perdendo mais um paraíso do nosso planeta…

Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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