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- A onda de calor vivida no Ártico consolidou o facto de as temperaturas nessa zona estarem a subir duas vezes mais depressa em relação à média global
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A agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou hoje, dia 1 de setembro, que o verão de 2020 vai deixar uma “ferida profunda” nas áreas do planeta cobertas por gelo, depois de uma onda de calor no Ártico.
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), as temperaturas no Ártico estão a subir duas vezes mais depressa em relação à média global, fazendo diminuir o gelo marítimo, provocando o colapso de uma importante plataforma de gelo no Canadá e contribuiu para aquilo que a porta-voz da OMM descreveu como “círculo vicioso”.
“O declínio rápido do gelo marítimo, por sua vez, contribui para um maior aquecimento e, por isso, o círculo continua e as consequências não se limitam ao Ártico”, afirmou Clare Nullis, citada pela agência Associated Press durante uma conferência de imprensa na cidade suíça de Genebra.
Em comunicado, a agência meteorológica afirmou que nos últimos meses foram estabelecidos inúmeros novos recordes de temperatura, incluindo na cidade russa de Verkhoyansk, localizada na Sibéria a norte da linha do Círculo Polar Ártico, que atingiu os 38ºC no passado dia 20 de junho.
“Aquilo a que assistimos na Sibéria este ano foi excecionalmente mau, foi excecionalmente severo”, afirmou a porta-voz, referindo uma onda de calor no Ártico, incêndios florestais recordes na Sibéria, um quase recorde nos baixos níveis de extensão do gelo marítimo e o colapso de uma das últimas plataformas de gelo intactas no Canadá.
“O verão de 2020 vai deixar uma ferida profunda na criosfera (as regiões da Terra cobertas por gelo)” lamentou a OMM em comunicado, apontando uma “tendência preocupante” de inundações resultantes de explosões de lagos glaciares, que se estão a tornar “um fator crescente de alto risco em muitas partes do mundo”.
No final de julho, uma área de 81 quilómetros quadrados da plataforma de gelo Milne, no Canadá, desintegrou-se, reduzindo a área total da plataforma em 43%, segundo a agência. As consequências incluem a perda de um ecossistema raro, a possível aceleração do deslizamento de glaciares em direção ao oceano e consequente subida do nível médio do mar, e a criação de novas “ilhas de gelo à deriva”. Na próxima semana, a agência meteorológica vai divulgar um relatório do impacto das alterações climáticas na criosfera.
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FonteRedação
