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- Em 2020, 'Gabi' tem vindo a mostrar a evolução do seu surf e os resultados alcançados até ao momento falam por si.
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Nos dias de hoje vivemos um período em que são muitos e bons os nomes a despontar no panorama do surf português, seja na categoria masculina ou feminina. Jovens valores que ousam desafiar os nomes mais consagrados da modalidade em termos nacionais.
No que diz respeito ao setor feminino, Gabriela Dinis é um desses exemplos. Tem apenas 16 aninhos, feitos no passado mês de junho, mas a jovem da Linha de Cascais tem estado em evidência nas poucas, mas intensas competições nacionais de surf já realizadas em 2020, isto após o fim do confinamento devido à pandemia de Covid-19.
Ora vejamos, até à data em que este artigo é escrito, 'Gabi', assim é carinhosamente conhecida no meio, sagrou-se bicampeã nacional de surf na categoria Sub-16 e atingiu pela primeira vez a final de uma etapa na Liga MEO Surf, no caso o Allianz Sintra Pro, que teve lugar na Praia Grande.
É esta a carta de apresentação de uma surfista que está paulatinamente a conquistar o seu espaço no exigente mundo do surf ao mesmo tempo que desenvolve esforços para manter o bom aproveitamento escolar.
Apesar de todas as dificuldades em conciliar a escola com o surf, no seu pensamento, o ensino continua a ser "uma prioridade", pois foi assim "educada". Só mais lá para a frente é que a sua paixão poderá virar profissão. Assim confidenciou em entrevista ao MEO Beachcam a jovem, mas já muito pragmática Gabriela Dinis.
MEO Beachcam (BC) - Neste atípico ano de 2020 já foste bicampeã nacional Sub-16 e alcançaste pela primeira vez a final de uma etapa na Liga MEO Surf. Que mais objetivos tens para esta temporada?
Gabriela Dinis (GD) - Nesta fase, os meus objetivos passam por ser a melhor surfista júnior no ranking da Liga MEO Surf e obter a qualificação para a final europeia do GromSearch de 2020, que decorrerá na piscina de ondas da Wavegarden em Bristol. Entrando no final, pretendo depois obter o apuramento para a final mundial.
BC - Ficaste surpreendida por já teres conseguido o acesso a uma final na Liga MEO Surf?
GD - Apesar de ter trabalhado muito para isso, claro que fiquei muito feliz e um pouco surpreendida. Sem dúvida que foi um resultado muito bom.
BC - Na Liga MEO Surf estás constantemente em confronto com surfistas mais experientes, o que sentes que tens a melhorar no teu surf em comparação com essas mesmas atletas?
GD - Acho que tenho a melhorar alguns aspectos técnicos, nomeadamente a ligação de manobras, a consistência e o rendimento na onda. Tenho também a melhorar a parte psicológica. Isto é, devo entrar em cada bateria com a mente limpa e só estar preocupada em fazer o meu surf. Depois, logo vejo se consegui ultrapassar a bateria em questão, que é o meu objetivo sempre que entro dentro de água.
BC - Como trabalhas essa parte psicológica?
GD - Faço muito trabalho diário com o meu pai, que durante muitos anos foi 'coach'. Estudou muito nessa área, pelo que tem sido uma ajuda importante.
BC - Como é que analisas o atual nível do surf feminino nacional?
GD - Hoje em dia há algumas surfistas jovens a aparecer e o nível competitivo da Liga já é muito bom. Espero que ao longo dos anos a competitividade esteja sempre em crescendo.
BC - Em termos de surfistas quais são as tuas referências a nível internacional e dentro de portas?
GD - A nível internacional a minha referência é a Carissa Moore. Identifico-me com o seu surf e vejo-a como um ídolo. Costumo ver os seus vídeos e penso que no futuro também vou atingir aquele nível. Em Portugal, a Teresa Bonvalot e a Yolanda Hopkins surfam muito bem. Admiro bastante a capacidade de trabalho da Yolanda.
BC - Na próxima temporada vais começar a apostar nos eventos QS ou a prioridade serão os circuitos juniores?
GD - Sou estudante presencial, pelo que tenho o horário completo de manhã à tarde. Isto dificulta um pouco a minha presença nos QS, uma vez que teria que faltar muito à escola. Os eventos QS são campeonatos nos quais pretendo concorrer, essencialmente no período de férias escolares. Porém, o meu foco está essencialmente direccionado para o Pro Júnior.
BC - Falando nas competições juniores, em breve vais competir no Pro Júnior Europeu, que vai decorrer em Espinho. Apontas ao título continental da categoria?
GD - Não diria que vou com o objetivo de vencer. Quero surfar o meu melhor. Se fizer isso, já ficarei contente. O resultado final depois será o reflexo de todo o trabalho realizado.
BC - No futuro pretendes deixar a escola para apostar a 100% no surf? Como consegues conciliar estas duas ocupações?
GD - Deixar a escola é uma questão que nem se coloca, apesar de ser muito difícil conseguir conciliar as duas coisas. É uma prioridade até ao 12º ano, pois fui educada dessa forma. Quero obter boas notas e continuar a evoluir o meu surf, o que tenho conseguido até agora. Só depois de concluído o 12º ano é que irei avaliar, mediante as minhas notas e o nível do meu surf, se entro na faculdade ou opto pela carreira de surfista profissional. Neste momento quero seguir a carreira de surfista, mas tudo dependerá se estarei com um surf que abre boas perspectivas para o futuro.
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FotografiaJorge Matreno/ANSurfistas/Manuel Pereira/Sealand
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FonteAlexandre Melo
