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  • O diretor de operações que só fica fora de si com o Levante
    28 maio 2020
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    DR ANSurfistas
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  • Peça-chave da ANS nas etapas da Liga MEO Surf, Francisco Morgado também chegou a competir, embora nunca tenha tido a ambição de fazer carreira de surfista.
  • Diretor de operações é uma designação que não consegue definir tudo o que engloba a rotina de trabalho de Francisco Morgado. Embora possa passar despercebido a muita gente durante as etapas da Liga MEO Surf, a ele nada pode passar em vão. Antigo competidor do circuito nacional e de vários outros desportos, atualmente é peça chave da ANS, cumprindo já 10 anos de serviço. Morgado é, igualmente, o elo de ligação entre os surfistas, que o prezam, e a organização da prova. Cresceu a surfar na Caparica, mas uma das grandes paixões está mais a sul, no Algarve. O Levante. Uma das poucas coisas que tira do sério uma pessoa calma e fácil por definição.

    “Comecei a fazer surf em 92, com 11 anos”, começa por recordar ao Beachcam Francisco Morgado, que nunca olhou para a competição com a ambição dos seus colegas de geração. “Na altura comecei a fazer surf com o Francisco Rodrigues e com o irmão dele, na Costa de Caparica, em São João. O Francisco competia nos Esperanças e fazia várias provas, inclusivamente sendo campeão vários anos, mas eu nunca liguei muito à competição. Se fiz cinco ou seis etapas do Circuito de Esperanças quando era júnior foi muito. Ainda fiz um ou dois Pro Juniores europeus, mas fui mais pela viagem a França. Era em agosto e estava lá tudo. Eu ia, mas ia mais numa onda de fazer surf. Nunca tive ambição de fazer carreira no surf”, admite.

    Na juventude foram outros os desportos a entrarem na sua rotina, mas sem se comprometer de vez com algum deles. “Comecei no ténis aos 6 e aos 14 anos fui convidado para estudar só à noite e passar a ter treinos bi-diários de ténis. Mas foi nessa altura, em que a coisa estava a começar a ficar mais séria, que resolvi desistir. Entretanto, depois disso, ainda fiz trial outdoor, de motos, por dois anos. Ganhei um patrocínio da Federação que me deu uma bolsa para correr sem despesas e ao segundo ano a competir fui vice-campeão nacional. Mas também só durou dois anos. A competição nunca foi o meu forte, apesar de ter algum talento para desporto. Sempre fui fraco de estratégia, não queria esse compromisso”, frisa Morgado.

    “Foi por volta dos 16 anos que comecei a surfar com mais frequência e o meu surf começou a evoluir. Mais tarde, só quando cheguei ali perto dos 25 anos é que comecei a entrar mais na competição e a fazer provas do Nacional, nos tempos da Alfarroba. Às vezes até me destacava porque entrava sem seeding e conseguia chegar aos oitavos-de-final. Ainda fui uma vez aos quartos-de-final, no Guincho, salvo erro. Já era bom. Durante dois ou três anos fiz as etapas quase todas, mas foi só isso”, assegura Francisco Morgado, que no currículo ainda ficou com um 35.º posto final em 2005, como melhor resultado.

    Competiu até ao final dessa década, até que um desafio profissional o levou por um ano para os Açores. Entretanto, uma Liga começava a nascer no surf nacional, numa altura em que a ANS era liderada por João Capucho e onde Francisco Rodrigues, atual presidente, estava na vice-presidência. “Nessa altura houve uma fase importante para a ANS, pois o João Capucho e o Francisco Rodrigues já tinham a ambição de fazer a Liga Pro Surf. Começaram a ter mais trabalho e surgiu a necessidade de ter uma pessoa a trabalhar mais a fundo em algumas funções na ANS. Foi assim que surgiu a minha entrada. Estava na área de eventos em Gestão Hoteleira e o Francisco Rodrigues perguntou-me se estava interessado em trabalhar com eles. A primeira etapa que fiz foi a última em 2010, na Nazaré. Fui começando a ficar cada vez mais por dentro dos assuntos. Fui ficando, fui ficando e… estou há 10 anos na ANS”, sublinha.

    Francisco em ação numa etapa do circuito nacional de 2006.

    “No início era tudo uma incógnita, quando as marcas fora do surf começaram a investir a sério. A PT – atualmente Altice - na altura fez este investimento no surf com uma visão a longo prazo e com essa ajuda permitiu o desenvolvimento que toda a Liga teve. Essa ajuda foi fundamental porque os prize moneys começaram a subir, as condições melhoraram e até outras marcas começaram a olhar para o surf de forma diferente. Isso fez com que a Liga crescesse muito ao longo destes 10 anos, não só ao nível de estruturas mas também ao nível de livestreaming, que fez com que o produto chegasse a todas as pessoas, não só às que se deslocavam à praia. Depois, a ANS sempre teve como objetivo ir aumentando os prize moneys e o facto de estar sempre a subir todos os anos fez com que os melhores surfistas nacionais quisessem estar presentes. Algo que acabou por também contribuir para essa evolução”, resume Francisco Morgado, sobre este trajeto de uma década.

    Diretor de operações das etapas da Liga MEO Surf no papel, Francisco explica ao pormenor todas as funções que fazem dele uma das peças mais importantes do puzzle, que liga a ANS à Fire, aos patrocinadores e aos surfistas. “A minha função passa por fazer um pouco de tudo. Estou em toda a operação da prova, desde o primeiro contacto que é preciso fazer, até a prova acabar. Contacto com patrocinadores, sou o interlocutor entre os surfistas e a organização, também lido com as pessoas da produção, com o staff, com os juízes… No fundo passa um pouco de tudo pelas minhas mãos e tento controlar tudo ao máximo. O Paulo Rosa, da Fire, faz o trabalho mais no terreno e eu preparo as coisas antes”, sintetiza-nos.

    “Os surfistas procuram-me para fazer a ponte com a organização. Há provas em que é preciso estar mais atento, mais até nas etapas decisivas, quando há o título em jogo, por exemplo. É preciso ver os heats mais importantes e tentar gerir esses momentos e emoções que estão à flor da pele. Se um surfista sai de água não muito satisfeito, por vezes tenho de impedir que entrem pela cabine dos juízes, como já aconteceu. É bastante importante estar atento a todos os pormenores durante a prova. Antes e depois das provas tenho de gerir a comunicação com eles, porque há algumas obrigações dos surfistas para connosco, como nós temos para com eles. Mas é uma gestão simples, porque sou uma pessoa fácil e para mim não é difícil fazer esta gestão com pessoas”, assegura Morgado.

    Garante nunca ter estado tanto tempo sem fazer uma prova de surf, mas a pandemia do Covid-19 trocou-lhe as voltas, depois de já ter obrigado ao adiamento de três etapas da Liga MEO Surf. “Talvez este seja o momento mais delicado desde que estou na função, porque aconteceu mesmo na altura em que ia começar a Liga MEO Surf 2020 e já estávamos completamente focados na primeira etapa. De repente cortaram-nos as pernas, foi adiada a primeira etapa, a segunda, a terceira… e estamos aqui um pouco ansiosos por começar”, afirma.

    Olhando para todo o percurso que ficou para trás, Francisco Morgado escolhe a Ericeira como o palco das etapas que mais o marcaram. “Têm sempre boas ondas. Sobretudo naqueles anos em que o mar esteve grande. É uma praia mítica e é sempre espetacular fazer lá uma etapa. Quando acabas vais para casa sempre satisfeito e realizado. Outra etapa que foi bom ter aparecido foi a do Algarve. Na Figueira da Foz também é sempre uma boa etapa, com boas ondas. Em 10 anos já vi muitos heats e muitas boas performances, mas não me esqueço de uma final na Ericeira entre o Vasco Ribeiro e o Zé Ferreira, que foi memorável. Houve outras muito boas, mas essa foi incrível, com ondas perfeitas e com o tamanho ideal para eles arriscarem nas manobras. Essa final ficou mesmo na memória”, assegura-nos.

    Fora das provas o surf também faz parte da sua rotina. E há uma região e um fenómeno especial que lhe conseguem tirar toda a calma que aparenta. “Sou maluco pelo Levante. Tenho uma quinta na Fuzeta, que já era do meu bisavô, já vou para lá desde que nasci. Aquele sítio é especial e recebe bem as ondulações de Sueste. Ir para as ilhas no barquinho, quase sem ninguém. Aquela zona tem tudo de bom. A qualidade das ondas não é sempre a melhor, mas só o poder surfar de calções em abril e maio, com água quente, não tem preço. Ando sempre a ver quando entra um Levante. Antigamente sempre que entrava ia logo para baixo. Hoje em dia, com a vida pessoal, não dá, mas antigamente era certinho. Vou para lá desde sempre, tenho alguns dos meus melhores amigos lá e tenho uma ligação muito especial à vila”, confessa Francisco Morgado.

    Para o futuro, apesar de desenvolver outras atividades relacionadas com desporto, Morgado vê-se por mais tempo a ser o homem que trabalha na sombra nas etapas da Liga MEO Surf. “Também sou coordenador e treinador de uma escola de pádel, que acaba por ser fácil complementar com a vida na ANS. Vejo-me mais anos a trabalhar em prol do surf e a ajudar a Liga a crescer”, remata. E a fazer parte da turma madrugadora que nunca falha uma matinal antes de a competição arrancar nas etapas da Liga MEO, acrescentamos nós.

     

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