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- Os peritos propõem a criação de áreas marinhas protegidas 'que abranjam 30% dos oceanos'.
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Um grupo internacional de 150 investigadores alertou, na passada semana, para a necessidade de preservação do genoma dos recursos marinhos oceânicos que têm potencial para aplicações biotecnológicas de interesse comercial, mas actualmente ameaçados.
“É importante, por um lado, preservar a biodiversidade que permite esta variedade genética, mas, ao mesmo tempo, olhar para o oceano como tendo valor económico”, disse à agência noticiosa Lusa Adelino Canário, investigador e director do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve.
O investigador é um dos autores do artigo “O genoma oceânico: conservação, uso justo, equitativo e sustentável dos recursos genéticos marinhos”, juntamente com outros especialistas internacionais e portugueses, como Narcisa Bandarra, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Os especialistas apontam o excesso de exploração, a perda e degradação de habitats, a poluição e o impacto das alterações climáticas como algumas das ameaças ao genoma oceânico, que compreende os recursos genéticos presentes em toda a biodiversidade marinha e que os investigadores consideram ter um elevado potencial para aplicações biotecnológicas com interesse comercial.
Criação de áreas marinhas protegidas
Os peritos propõem a criação de áreas marinhas protegidas “que abranjam 30% dos oceanos” e um apoio para uma “maior equidade na investigação e transferência de conhecimento de genómica”.
Paralelamente, defendem que é preciso garantir que as normas de propriedade intelectual “sustentem o equilíbrio e partilha de conhecimento” e assegurar uma “avaliação dos riscos e benefícios de novas tecnologias e práticas de biologia molecular aplicadas ao ambiente marinho”. Reivindicam, ainda, “um maior apoio financeiro e político para melhorar o conhecimento do genoma oceânico e a sua partilha”.
Adelino Canário defendeu também que a conservação dos recursos é importante, mas “não pode ser encarada apenas como um impedimento”, porque as áreas protegidas “permitem que haja um refúgio da biodiversidade”. Para o investigador, é possível a coexistência de actividades económicas na periferia das áreas protegidas, muitas vezes com uma “produtividade maior” do que aconteceria “se não houvesse essa protecção
Portugal tem bons exemplos de compromisso entre a conservação e a exploração quer na costa continental quer nos Açores, até com reconhecimento a nível internacional”, exemplificou. “Criar áreas protegidas não significa uma perda de dinheiro, mas antes um investimento.”
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FonteRedação
