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- Nuno Vitorino adorou a experiência e garante que deseja repetir.
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Nuno Vitorino não se cansa de quebrar barreiras e, na mais recente aventura, foi até Bristol cumprir o sonho de surfar numa piscina de ondas artificiais. Apesar do medo inicial, os responsáveis da The Wave, que nunca tinham tido um visitante nestas condições, acabaram por aceitar o repto, oferecendo ao campeão europeu de surf adaptado e grande impulsionador da modalidade em Portugal uma oportunidade única.
“A oportunidade surgiu através do Bruno Hansen, um atleta adaptado, da categoria AS4, que é meu amigo”, começa por contar-nos Nuno Vitorino. “Tinha partilhado com ele o desejo de ir à The Wave e como ele é amigo dos fundadores, eles falaram sobre essa possibilidade. Embora os responsáveis pela piscina estivessem um pouco receosos por nunca lá terem tido um tetraplégico, expliquei-lhes o que queria fazer, que queria experimentar a onda avançada. Depois eles explicaram-me todas as normas de segurança, disseram para levar o meu staff, mas explicaram que não era permitido eles tocarem-me por razões de segurança. Andámos um mês a trocar conversa até que avançámos com a ideia”, recorda.
Nuno adorou a experiência e garante que deseja repetir. “A experiência correu bem, mas a água era muito fria, estava a cerca de 5 ou 6 graus. No entanto, a onda é espetacular. Aconselho a todos os que tenham possibilidade a experimentar. O custo é cerca de 50 dólares por hora (slot). São entre 15 a 20 ondas disponíveis para cada pessoa. É tudo muito ordenado, o staff está bastante preparado para tudo”, frisa.
Sobre a onda, o surfista adaptado português revela que esperava um pouco mais em termos de radicalidade. “A onda é muito técnica. As pessoas pensam que as piscinas de ondas são fáceis de surfar, mas não é bem assim. Aquilo é um pouco raso. A piscina tem 19 níveis e ainda está só no nível 4. Digamos que está numa fase mais divertida, mas a onda ainda tem muito para evoluir. Sinceramente, senti falta de mais adrenalina, de uma onda mais cavada. Pode ser que consiga isso no futuro, pois quero lá voltar. Fui lá mais para evoluir tecnicamente do que propriamente para me divertir, pois o meu objetivo a médio prazo é ser campeão mundial e por isso tenho de evoluir tecnicamente”, explica Nuno Vitorino.
“Gostei muito de lá estar. Esta não é uma onda tão monótona como a do Surf Ranch. Apesar de serem 10 ondas por set, as ondas não são iguais. Este efeito surpresa cria uma falsa sensação de estarmos a surfar no mar. Se me perguntas se gosto mais da piscina ou do mar vou dizer que gosto mais dos dois. Quem é mais purista pode continuar a ir ao mar, quem quer uma situação mais controlada pode ir para a piscina. Isto é a verdadeira democratização do surf. Isto é muito bom, inclusivamente para o mercado. É bom que a indústria do surf não se feche às piscinas de ondas”, defende Nuno.
Nuno Vitoriano acredita que o futuro do surf adaptado também passa pelas ondas artificiais. “Acredito que o surf adaptado vai evoluir muito neste tipo de piscinas. Na piscina podem estar sempre numa situação mais controlada. Ali não há situações de stress, nem sequer temos de remar para o pico e tentar dividir ondas. Os responsáveis da piscina estão, inclusivamente, abertos a receber campeonatos de surf adaptado”, sublinha.
“Para esta minha experiência foi essencial o papel do staff da The Wave, todos os que estiveram comigo na água. Foram extremamente simpáticos. A eles juntou-se ainda o meu staff, com o Elson Pereira, que me ajuda em termos técnicos, e o Ricardo Santos Luís, que fotografou e filmou. E só tenho a agradecer a todos os meus patrocinadores e à FPS por me permitirem ir lá”, termina o pioneiro do surf adaptado nacional.
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FotografiaRicardo Santos Luís
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FonteRedação
