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A estatística não é nada agradável. Faleceram 508 mil caranguejos-eremitas no arquipélago das ilhas Cocos, no Oceano Indíco, e 61 mil na ilha Henderson, no Pacífico Sul. 

Esta é a contabilização de uma investigação realizada pelo Institute for Marine and Antarctic Studies, na Universidade da Tasmânia (Austrália), em conjunto com investigadores do Museu Natural de História de Londres e da organização Two Hands Project.

A principal causa deste cenário é o facto dos animais terem ficado presos em resíduos de plástico. Por causa do plástico perderam a vida, segundo os investigadores, entre um a dois caranguejos por metro quadrado.

Este é um problema que está a tomar maiores proporções, pois, de acordo com uma análise a diferentes sítios das ilhas Cocos, os caranguejos-eremitas utilizam o odor de caranguejos que perderam a vida recentemente para escolher as conchas disponíveis. Tudo porque não possuem uma concha própria.

Isto faz com que diversos caranguejos fiquem presos no mesma área. Num dos casos, 526 caranguejos foram encontrados num único recipiente de plástico.

As ilhas Cocos e a ilha Henderson são locais muito poluídos, sendo que as praias desta última já foram consideradas como o espaço onde existia a maior densidade de lixo de plástico encontrado no planeta Terra. 

Toda esta situação vivida com os caranguejos eremitas, pode vir a ter um impacto muito grande nos ecossistemas envolventes. Estes animais são os responsáveis por espalharem sementes e fertilizarem o solo.

Para Alex Bond, curador sénior no Museu Natural de História e um dos investigadores do estudo, esta situação obriga o ser humano a "considerar as suas ações, em especial no que diz respeito ao plástico descartável. Mostramos repetidamente que o custo de conveniência é imenso".

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