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  • As nações já qualificadas para Tóquio e os surfistas em risco
    18 setembro 2019
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    ISA
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    Redação
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  • Com este critério de qualificação, a ISA oferece quatro vagas “de borla” à Nova Zelândia, sendo que o cenário não é muito diferente para Japão e África do Sul.
  • Após o primeiro grande evento de qualificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio’2020, onde o surf fará a sua estreia olímpica, ficaram já conhecidos alguns dos países que têm a presença garantida no Japão – sim, apenas os países e não os surfistas, ao contrário do que muitos dizem… Ora, fazendo uma primeira análise aos resultados do Mundial ISA 2019 e até aos Pan-americanos, há alguns problemas que se levantam com a justiça do sistema de qualificação. Isso e alguns nomes sonantes, onde se inclui o mais recente campeão mundial ISA, em risco de marcar presença nas olimpíadas nipónicas.

    Até ao momento há sete países já com a presença oficialmente garantida em Tóquio, alguns até a dobrar. Entre os que já garantiram a presença de um representante masculino e um feminino estão o Japão, Nova Zelândia e Peru. Portugal e Marrocos têm uma vaga masculina e Israel e África do Sul uma feminina, cada.

    Ora, basta uma análise rápida a esta lista e ao critério de qualificação para perceber que é altamente provável que Japão e Nova Zelândia dobrem essas vagas e que a África do Sul ainda possa chegar aos três membros. Basicamente, porque não há oposição de nível nos continentes que representam.

    Na Oceânia, com a Austrália a garantir vagas pelo CT, a Nova Zelândia fica com o caminho aberto nos Mundiais ISA, pois não é a Samoa Americana ou Fiji que vão fazer frente aos mais experientes surfistas kiwis. Isto é o mesmo que dizer que, com este critério de qualificação, a ISA oferece quatro vagas “de borla” à Nova Zelândia. Ou seja, a vaga oceânica coloca os neozelandeses a competir entre si, enquanto na vaga europeia, por exemplo, há várias nações com ambições de a conseguir. As vagas do Japão e África do Sul não são tão “fáceis”, mas para lá caminham.

    No continente asiático os nipónicos são dominadores e apenas a Indonésia conseguiu acompanhar o ritmo na prova masculina. Do lado feminino não parece haver dúvidas que o país do Sol Nascente conseguirá mais uma vaga. Nos homens, como Kanoa Igarashi deverá ir direto pelo WCT, as contas baralham-se e abre-se uma vaga a outro país, que, muito provavelmente será a Indonésia. Isto tendo em conta que ninguém acredita que surfistas chineses, coreanos, do Sri Lanka, Afeganistão ou Maldivas possam sequer sonhar com a vaga olímpica.

    Em África a África do Sul só não mostrou o mesmo domínio, porque assistiu-se a um verdadeiro one man show por parte de Ramzi Boukhiam. O surfista marroquino, que tem já muito de francês, foi representar o seu país sozinho e conseguiu bater a concorrência sul-africana. Resta frisar que em termos da qualificação africana, tal como na asiática, do lado masculino haveria sempre, pelo menos, um outro país a qualificar-se, pois a África do Sul garantirá uma das duas vagas possíveis pelo WCT, através de Jordy Smith.

    Resumindo, no Mundial ISA de 2020 os sul-africanos terão assim caminho aberto para uma segunda vaga, a não ser que Marrocos se reforce para o próximo ano ou que os senegaleses façam o milagre… Isto do lado masculino, porque no feminino não se avista grande concorrência.

    Perguntam agora vocês - porque criticar é fácil -, qual seria, então, a solução? Uma possibilidade seria aproveitar a proximidade geográfica entre Ásia e Oceânia para juntá-los numa única vaga, que realisticamente seria apenas disputada por Japão, Nova Zelândia e Indonésia, e abrir mais uma vaga, por exemplo, para América Central/Latina. Sim, porque países com alguma expressão no surf mundial, como México, Argentina ou Equador, que não têm surfistas no WCT/WWT, apenas se podem qualificar pelos Pan-Americanos, onde há somente uma vaga por género em disputa.

    Acham estranho ainda não termos falado em nomes? É normal porque ainda nenhum surfista está oficialmente garantido em Tóquio’2020. A lista oficial só será anunciada após os Mundiais ISA de 2020 e, na realidade, ainda há possibilidades, mesmo que sendo muito pequenas, de estes surfistas não se qualificarem – sobretudo no caso japonês. Mas vamos, então, apresentar os surfistas oficiosamente qualificados para a estreia dos Jogos Olímpicos, sendo que, para já, o melhor cotado em termos de ranking mundial de qualificação é bem nosso conhecido.

    Surfistas masculinos com lugares reservados para Tóquio’2020:

    - Lucca Mesinas (Peru), 23 anos, número 109 mundial;

    - Frederico Morais (Portugal), 27 anos, número 30 mundial;

    - Ramzi Boukhiam (Marrocos), 26 anos, número 76 mundial;

    - Shun Murakami (Japão), 22 anos, número 180 mundial;

    - Billy Stairmand (Nova Zelândia), 31 anos, número 58 mundial;

    Surfistas femininas com lugares reservados para Tóquio’2020:

    - Daniella Rosas (Peru), 17 anos, número 110 mundial;

    - Anat Leilor (Israel), 19 anos, número 47 mundial;

    - Bianca Buitendag (África do Sul), 25 anos, número 43 mundial;

    - Shino Matsuda (Japão), 17 anos, número 59 mundial;

    - Ella Williams (Nova Zelândia), 24 anos, número 50 mundial;

    O facto de nesta lista já estar um surfista japonês qualificado por género, faz com que os nipónicos percam os wildcards a que tinham direito. Essa vaga salta diretamente para o Mundial ISA 2020 e fica aleatória para qualquer continente, ou seja, para o surfista melhor qualificado de um país que, pela hierarquia de qualificação, ainda não tenha as duas vagas preenchidas. É por isso mesmo que os surfistas acima ainda não estão totalmente garantidos em Tóquio, sendo esta, simultaneamente, a última esperança dos países da América Latina em ter uma vaga.

    WCT praticamente definido

    Agora, antes de mais uma edição do Mundial ISA, que terá forçosamente de acontecer até março, uma vez que os Jogos Olímpicos acontecem no fim do verão, os próximos lugares a serem decididos acontecerão no WCT, que é o circuito que está no topo hierárquico da qualificação. Apesar de só existirem 10 vagas para o top 34 masculino e 8 para o top 17 feminino, e ainda com quatro etapas por se disputar, a verdade é que, em virtude da limitação de duas vagas por país, não se prevê muita emoção para esta luta em particular.

    Os lugares já se começam praticamente a definir, sobretudo em termos de países. Já em termos individuais a história é bem diferente, sobretudo no caso das maiores potências mundiais. O Brasil tem três super galos para dois poleiros, sendo que neste momento quem falharia a qualificação olímpica seria o recém-consagrado campeão mundial ISA, Italo Ferreira. Cabe a Gabriel Medina e Filipe Toledo segurarem as posições que ocupam, embora seja certo que qualquer que seja o surfista que não se qualifique, será uma enorme baixa nos Jogos.

    Há também a delicada situação australiana, onde Ryan Callinan ameaça dois pesos pesados como Julian Wilson e Owen Wright, que não podem abrandar nesta reta final do ano. Depois há ainda a peculiar disputa norte-americana, onde John John Florence ainda está em lugares de qualificação, mesmo depois da grave lesão sofrida em junho, que o atirou para fora de água o resto da temporada, e com alguma vantagem para a concorrência. Concorrência essa encabeçada por Kelly Slater, mas com o havaiano Seth Moniz já à sua frente.

    Também do lado feminino acontece esta disputa, sobretudo num país como os Estados Unidos da América. Com nomes tão fortes como Carissa Moore, Courtney Conlogue, Lakey Peterson, Malia Manuel ou Caroline Marks, é certo que gente de muita qualidade vai falhar a ida a Tóquio. Em relação à Austrália a disputa está mais calma, até porque a vantagem de Stephanie Gilmore e Sally Fitzgibbons para Nikki van Dijk e Bronte Macaulay já é bem grande.   

    Tabela masculina provisória de qualificação olímpica pelo WCT:

    1 – Filipe Toledo (Brasil), número 1 do ranking;
    2 – Jordy Smith (África do Sul), número 2 do ranking;
    3 – Kolohe Andino (Estados Unidos), número 3 do ranking;
    4 – Gabriel Medina (Brasil), número 4 do ranking;
    5 – John John Florence (Estados Unidos), número 5 do ranking;
    6 – Kanoa Igarashi (Japão), número 7 do ranking;
    7 – Owen Wright (Austrália), número 8 do ranking;
    8 – Julian Wilson (Austrália), número 11 do ranking;
    9 – Michel Bourez (França), número 13 do ranking;
    10 – Jeremy Flores (França), número 14 do ranking;

    Do lado masculino as quotas por país parecem estar praticamente fechadas, faltando apenas conhecer os nomes. Isto porque de Jeremy Flores até ao próximo surfista qualificável, o neozelandês Ricardo Christie, atual número 31 mundial, vão mais de 10 mil pontos de diferença. Uma boa notícia para Portugal, que, na prática, não terá a concorrência dos franceses na luta por mais uma vaga no Mundial ISA 2020.

    Tabela feminina provisória de qualificação olímpica pelo WCT:

    1 – Carissa Moore (Estados Unidos), número 1 do ranking;
    2 – Sally Fitzgibbons (Austrália), número 2 do ranking;
    3 – Stephanie Gilmore (Austrália), número 3 do ranking;
    4 – Lakey Peterson (Estados Unidos), número 4 do ranking;
    5 – Tatiana Weston-Webb (Brasil), número 8 do ranking;
    6 – Brisa Hennessy (Costa Rica), número 9 do ranking;
    7 – Johanne Defay (França), número 10 do ranking;
    8 – Silvana Lima (Brasil), número 13 do ranking;

    Do lado feminino a distância do último lugar qualificável para a restante concorrência, que na realidade se resume apenas à neozelandesa Paige Hareb, é menor, embora seja uma almofada já algo confortável. No entanto, não deixa de ser curioso que, tanto no caso masculino como feminino, se a Nova Zelândia conseguisse uma vaga pelo WCT/WWT, abriria as portas à ida de um país “exótico” aos Jogos Olímpicos.

    Isto porque a confirmar-se esse cenário a Nova Zelândia só poderia garantir uma vaga pelos Mundiais ISA e, dessa forma, Tibinaliva Apisai, no caso masculino, e Hannah Bennett, no feminino, ambos das Fiji, poderiam mesmo ir a Tóquio’2020, uma vez que foram os surfistas da Oceânia não-neozelandeses melhor qualificados nos Mundiais ISA de 2019.

    É por estas e por outras que talvez seja melhor rever, aprimorar e até simplificar este primeiro sistema qualificativo do surf para as olimpíadas… Uma situação a ter em conta para os Jogos de Paris’2024! Isto também para evitar que este restrito sistema de qualificação faça aumentar a já de si enorme vaga de naturalizações que estão a acontecer no surf…

     

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