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- Em 2018, em 15 praias de norte a sul de Portugal, foram recolhidas 88 mil unidades de plásticos.
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As mentalidades estão a mudar, alguns comportamentos também, mas nas praias nacionais continuam a existir beatas, palhinhas, cotonetes e, só no ano passado, uma iniciativa de recolha permitiu juntar 1,5 toneladas de plástico.
“Tem havido melhorias, mas também há ainda quem não queira saber, algumas pessoas continuam a achar que espaço público não é o mesmo que espaço privado, porque dentro de casa não deitam lixo para o chão, como fazem na rua”, disse à agência Lusa Susana Fonseca, da ZERO — Associação Sistema Terrestre Sustentável.
As melhorias são resultado de um conjunto de fatores: por um lado, o investimento que autarquias e concessionários das praias têm feito nos últimos anos, por outro, a sensibilização para o problema dos plásticos nos oceanos, nomeadamente nas escolas, porque “há cinco ou 10 anos não havia nem preocupação, nem mesmo conhecimento” sobre essa questão.
“Há menos tendência para se sujar o que está limpo, as pessoas têm orgulho por a ‘sua’ praia estar bem classificada”, explicou Susana Fonseca.
Contudo, continuam a existir as pequenas embalagens, disse a ambientalista, lembrando o projeto-piloto que irá ser implementado durante ano e meio para incentivar os consumidores a devolverem aos supermercados as garrafas de plástico usadas. A ideia é premiar os consumidores com talões de desconto em função das devoluções.
“O sistema funciona muito bem, tem funcionado muito bem noutros países e devia ser desde já alargado, estar um ano e meio em regime de projeto-piloto é tempo perdido”, salientou.
Questionada sobre se um sistema de multas poderia desincentivar as pessoas a sujar as praias, Susana Fonseca defendeu ser “mais eficaz quando é a própria sociedade a ajudar a implementar regras de civismo”.
Educar e sensibilizar é também um dos objetivos do programa 'Praia mais limpa com…', promovido pela Associação Bandeira Azul de Europa (ABAE) e que é destinado a empresas e associações, que durante um dia ajudam a recolher os “pequenos resíduos” que foram deixados no areal, como beatas e cotonetes.
Outro dos programas promovidos pela ABAE, em conjunto com o Eletrão — Associação de Gestão de Resíduos e o Lidl, é o 'TransforMar', que promove a recolha de plásticos.
O objetivo é precisamente transformá-los em equipamentos para a comunidade, tendo no ano passado sido criados equipamentos de desporto.
Em 2018, em 15 praias de norte a sul, foram recolhidas 88 mil unidades de plásticos, o que correspondeu a cerca de 1,5 toneladas. Só na Praia de Carcavelos em três dias foram recolhidos 400 quilos de plástico.
Sobre a recolha deste ano ainda não existem números, mas Márcia Vieira estimou que o número de plásticos seja muito semelhante ao ano passado ou mesmo um pouco superior.
Além destes programas, a ABAE tenta envolver neste tipo de ações “as pessoas que fazem parte da praia”, como os concessionários, nomeadamente através de um concurso que promove “as boas práticas”.
O problema do lixo nas praias é um assunto que cada vez está mais presente nas redes sociais e na comunicação social. Agora, se isso vai traduzir-se em mudanças de comportamento ainda não sabemos. Mas, falando-se mais, pelo menos temos essa esperança”, disse a responsável da ABAE.
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FonteRedação
