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  • Cientistas sabem que doenças os médicos tratam com base em análises à água do mar
    30 setembro 2019
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  • A poluição dos mares por fármacos "é mais perigosa" do que a por plásticos, pelos efeitos que tem nos recursos marinhos.
  • Os cientistas que investigam a contaminação dos mares e rios conseguem saber que doenças os médicos estão a tratar ou as que são prevalecentes numa determinada população, através de análises à água, revelou uma especialista na área.

    Ouvida pela agência noticiosa Lusa à margem da ISOC 2019, conferência internacional sobre alterações climáticas e sustentabilidade oceânica, promovida pela Universidade de Coimbra e que decorreu na Figueira da Foz, Maria João Bebianno, diretora do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve afirmou ter dados que permitem dizer "o que os médicos estão a tratar nos vários sítios" daquela região do sul do país.

    Em Portimão, gente jovem turista, há Prozac [um medicamento antidepressivo cujo princípio ativo é a fluoxetina], no Guadiana há pessoas idosas que precisam de medicamentos para as dores e problemas respiratórios. E isto sabe-se tudo numa análise da água", revelou.

    A investigadora, que é perita da ONU na área da contaminação oceânica e ecotoxicologia, defende que a poluição dos mares por fármacos "é mais perigosa" do que a por plásticos, pelos efeitos que tem nos recursos marinhos (por exemplo através de químicos para o tratamento do cancro), idênticos aos verificados, em terra, decorrentes da toma daqueles medicamentos por parte dos doentes.

    "E estes efeitos mantêm-se. Estes são só exemplos locais que as pessoas percebem melhor. Agora ponham isto em milhares de milhões de pessoas à escala global", avisou Maria João Bebianno.

    Outro estudo realizado no Algarve em 2018 incidiu sobre a presença de microplásticos (pequenos fragmentos de plástico com tamanho até cinco milímetros) em mexilhões e amêijoas, resultou em dados "interessantes, mas que ainda não estão explorados", reconheceu.

    "Enquanto nos mexilhões aparece plástico azul, nas amêijoas há mais plástico preto. Este plástico preto para mim tem uma explicação, mas que terá ainda de ser provada, que é a de que os pescadores de polvo, que antes usavam covos (armadilhas para a captura de polvos) de barro, substituíram-nos por outros de plástico preto. Não sei se será já uma degradação [do plástico] a esse nível, temos de provar a ligação", enfatizou Maria João Bebianno.

    A professora catedrática admitiu, no entanto, que a investigação científica nesta área especifica é "um trabalho complicado, porque quem produz aqueles recursos não gosta que falemos destas coisas".

    "Mas eles próprios deviam fazer pressão para que as coisas mudem. Os covos que eram de barro partiam-se, o plástico é resistente mas se calhar teremos de voltar ao tradicional por causa das implicações ambientais que tem, as coisas saem de casa de uma maneira e um dia voltam a casa [através da alimentação]", alertou.

    Na Praia Grande, Sintra, onde habitualmente passa férias, Maria João Bebianno, recordando a apetência dos mexilhões pelo plástico azul, identificou, este verão, que a zona da rebentação das ondas "estava cheia de micro e pequenos plásticos, quantidades imensas" que esteve "um mês a recolher", identificando que a cor predominante não era o azul, "havia de tudo".

    "Porque é que os mexilhões gostam mais do [plástico] azul, e nos peixes é a mesma coisa, é uma questão que ainda terá de ser cientificamente percebida", argumentou a cientista.

     

     

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