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- Com apenas 16 anos, a jovem surfista obteve um espectacular segundo lugar na prova individual feminina de Surf Open no EuroSurf de 2019.
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Na passada semana decorreu na Praia do Mirante, em Santa Cruz (Torres Vedras), mais uma edição do EuroSurf, o Campeonato da Europa de Surf. Evento que esteve integrado no programa desportivo do Santa Cruz Spirit Pro.
Apesar de Portugal não ter conseguido defender com sucesso o título colectivo, obtido em 2017 na Noruega, a selecção contou nas suas fileiras com uma jovem surfista que surpreendeu tudo e todos na prova individual feminina de Surf Open.
Falamos de Francisca Veselko, que com apenas 16 anos conseguiu obter um extraordinário segundo lugar entre atletas bem mais experientes na disciplina. Por exemplo a medalhada de ouro, Claire Bevilacqua, tem já 36 anos e uma longa carreira atrás de si, que conta com passagem pelo Circuito Mundial de Surf (WCT).
Já atrás da surfista portuguesa ficaram nomes como a atual campeã do mundo da categoria Júnior da ISA (International Surfing Association), Rachel Presti, (norte-americana naturalizada alemã) e ainda a britânica Peony Knight. Dados que dão uma ideia clara da excelência do surf praticado por Francisca nas ondas de Santa Cruz e consequentemente do resultado alcançado.
Praticamente uma semana depois de mais um momento para a história do surf nacional, o 'Beachcam' esteve um pouco à conversa com Francisca Veselko, quando esta encontrava-se já em plena viagem rumo a um novo desafio competitivo.
Em 2019, o EuroSurf decorreu em Portugal. O que sente uma jovem de apenas 16 anos ao ganhar uma medalha com as cores da sua nação, entre atletas séniores, e numa prova que, ainda por cima, teve lugar em Portugal?
Não dá para descrever os sentimentos vividos. Apesar de ter ficado em segundo lugar, este resultado é muito gratificante e acaba por ter um sabor a vitória. É sempre ótimo surfar e ter toda a restante equipa nacional na areia a aplaudir e a incentivar. São momentos incríveis.
O segundo lugar obtido na prova individual feminina, de Surf Open, do EuroSurf é um grande feito. É, até ao momento, o melhor resultado da tua ainda curta carreira?
Estou muito feliz com o resultado obtido, ainda para mais na minha primeira presença com a selecção nacional, no Europeu, em termos de categoria Open. Sim, até ao momento este é o melhor resultado que já alcancei. Este foi um campeonato difícil, onde enfrentei surfistas experientes. Na final competi contra uma surfista que já esteve no Circuito Mundial de Surf.
Pegando precisamente na maior experiência das outras surfistas. Em contraste com os teus 16 anos, no momento de ir para a água e competir, esse é um factor no qual pensas?
No caso da Claire Bevilacqua, olho para a sua sua carreira como uma fonte de inspiração. É uma surfista que conseguiu chegar ao Circuito Mundial, o que é algo que também procuro. Antes de arrancar para as primeiras baterias, existe sempre aquele nervoso miudinho próprio da competição. Porém, no momento de começar a competir, não sinto qualquer pressão adicional por existir essa diferença de idades. Só penso em fazer o meu surf e não me preocupo com as adversárias. Aliás, até vejo essa situação como um factor extra de motivação e que exige o melhor do meu surf.
O ano passado estiveste a viver nos Estados Unidos da América, concretamente na Califórnia. Qual a importância dessa experiência na evolução do teu surf?
Estudei um ano na Califórnia. Estive com o meu pai em Huntington Beach. Acho que fazia surf todos os dias, pois na minha escola tinha 'surf class'. Tinha um horário que me permitia ter mais horas dentro de água e com isso ganhei muito ritmo. Foi igualmente bom ter competido com outras raparigas, que têm um grande nível de surf. Esta foi uma estadia que puxou por mim. Quando regressei a Portugal senti uma evolução no meu surf. Atualmente sinto-me mais confiante e com maior experiência.
Como é que nasceu toda esta tua paixão pelo surf?
Cresci numa família com raízes no surf, pois os meus pais foram surfistas de competição. Como passava os dias na praia tenho uma grande conexão com o mar. Aos sete anos comecei a fazer surf de um modo mais sério e aos nove comecei a competir. Desde então nunca mais quis parar. Hoje em dia já levo o surf muito a sério, disciplina da qual quero fazer a minha vida profissional. Mal posso esperar para ver o que irá trazer o futuro. Estou grata pelo facto dos meus pais terem sido surfistas e com isso ter tido a oportunidade de praticar surf, ter uma relação forte com o mar e divertir-me todos os dias dentro de água.
Dado este teu grande envolvimento com o surf em termos competitivos, como consegues conciliar tudo isto com a escola?
A partir de agora vou começar a fazer 'home schooling', pelo que terei oportunidades para participar em mais campeonatos. Tenho que gerir bem as duas coisas, mas sempre sabendo que a escola está em primeiro lugar, pois é o mais importante.
Para quem não está ligado ao mundo do surf e vê o teu apelido, fica a dúvida se és mesmo portuguesa de nascença. Quais são as tuas raízes familiares?
O meu apelido é originário da Eslovénia, país de onde são os meus avós assim como da Hungria. A minha mãe é portuguesa e o meu pai é norte-americano. Nasci nos Estados Unidos da América e vim muito nova para Portugal, nação onde cresci. Tenho dupla nacionalidade e quando chegar aos 18 anos terei de escolher uma nacionalidade. No caso, a escolha irá recair sobre a nacionalidade portuguesa.
O facto de teres uma família com o surf colado à pele, leva a que contes sempre com um reconfortante apoio familiar nas competições?
Normalmente o meu treinador, Rodrigo Sousa, acompanha-me em todas as provas que participo. O meu pai, como vive no Estados Unidos da América, não consegue estar presente durante as provas europeias. Já a minha mãe, sempre que pode, está presente. Durante as competições é sempre importante ter o apoio familiar e como consequência alguém a torcer por mim.
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FotografiaImprensa EuroSurf
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FonteAlexandre Melo
