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  • Remada no Cabo da Roca com Jojó Parisot
    20 junho 2019
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  • O objetivo da iniciativa foi o de celebrar a paixão pelo mar.
  • Texto de Gustavo Lermen Silva:

    A ideia de transpor o Cabo da Roca remando em pranchas usadas para surfar ondas gigantes "foi motivada pela distância e beleza do percurso, além de cruzar o mítico ponto mais a oeste do continente europeu" diz João Pedro Parisot.

    Jojó, como é conhecido o surfista da Praia Grande, gosta de ondas pesadas, começou nas artes marciais, é nadador, atleta e treinador da seleção portuguesa de hóquei subaquático e também treinador de alguns dos melhores surfistas do planeta.

    Desenvolveu juntamente com seus parceiros de equipe o programa de treinos de apneia chamado Wave Crushers Training System. São sessões muito intensas fisicamente, mas é sobretudo na parte mental que fazem toda a diferença, servindo tanto para os atletas de elite como para qualquer um que queira adquirir auto conhecimento e confiança no ambiente aquático.

    Além de vibrar com a superação dos seus alunos e ver os seus atletas surfando ao mais alto nível, uma das maiores gratificações que Jojó recebeu pelo seu trabalho foi ouvir atletas como Tom Lowe e António Silva dizerem-lhe que foram os seus treinos na piscina que salvaram as suas vidas em situações extremas no mar.

    O grande impulsionador deste trajeto foi o próprio António, o intuito era celebrar a paixão pelo mar com a missão de completar remando em aproximadamente 3 horas os 10 quilômetros que separam as pegadas de dinossauro na Praia Grande da Praia do Guincho. O Cabo da Roca localizado a oeste de Lisboa e da Serra de Sintra fica precisamente no meio do caminho, é um fenômeno geológico e geomorfológico da maior importância, a sua estrutura é responsável pelo microclima mais exótico do território continental português, nevoeiros densos formam-se ou dissipam-se em poucos minutos, ventos fortes, águas agitadas e correntes são comuns ali.

    As 'guns' shapeadas por Rabbit, Gary Linden e Dylan Longbotton variavam entre 8' e 11', foram gentilmente cedidas pelos atletas do team ORG Surfboards João de Macedo, António Silva e outro legend menos mediático da Praia Grande André Pedroso, os participantes variavam dos 50 aos 15 anos e Lucas Pereira foi o mais novo a completar a prova.

    "A expectativa é sempre grande pois sempre estão todos ansiosos e sem saber se vão aguentar ou não. Como é uma distância grande tem que haver uma entrega ao mar e a forma como tu vais encarar é o que vai te fazer chegar. Eu vou sempre preparado com o telefone porque há sempre aqueles que desistem ou enjoam e as mulheres acompanham pela costa. As desistências só podem acontecer até ao cabo da Roca porque depois quase que não há pontos de saída e a partir daí é que o físico e o psicológico começam a trabalhar" diz Jojó.

    Segundo o participante José Molestina, "a remada foi espectacular. Pensávamos que as condições climáticas seriam mais duras e por sorte o vento previsto não chegou. A direção da ondulação estava perfeita para a segunda metade do trajeto e ajudou avançar a favor da correnteza. O preparo físico tem que estar bom, mas como no surf de ondas grandes, a parte mental e o conhecimento de quais são os limites do corpo é a chave para encontrar estratégias em condições difíceis.

    Aprender a ler a situação, se adaptar e nunca entrar em pânico é a razão principal deste tipo de treinos. Com o Jojó, aprendemos a puxar os limites da mente debaixo d'água e nos acostumamos a situações incômodas, aprendemos quais são os alarmes que o corpo tem em situações sem ar, sabemos que sempre temos um pouco mais de tempo.

    Quanto mais confiança no treino mais diversão, caso contrário, você está só sobrevivendo. Jojó faz muito bem o trabalho de simular condições críticas e ficamos familiarizados com circunstâncias que possam acontecer, este endurance paddle segue esta forma de pensar porque a distância é bem longa e parecida com o que você tem que remar quando o mar está grande.

    Partimos todos juntos por segurança, a primeira parte do trajeto foi a mais dura porque a ondulação vinha de lado e te obrigava a gastar mais energia para avançar. Também foi o momento que muitos realizaram que não seria uma tarefa fácil e surgiram algumas dúvidas. Essa é a beleza de qualquer situação no mar, enfrentar o incerto transforma tudo numa aventura.

    Outro excelente aspecto da remada foi o companheirismo e o trabalho em equipe, todos preocupados com o bem estar do grupo que movia-se unido. Era importante ninguém ficar para trás e os menos treinados contavam com incentivo dos colegas, camaradagem semelhante aos dias em que as ondas estão grandes e a verdadeira batalha é contra o mar.

    Na segunda parte do trajeto ficaram só os que estavam totalmente determinados em chegar na praia do Guincho por água, até porque não havia mais alternativas. Foi a parte onde eu não tinha mais nenhuma posição cômoda para remar na prancha.

    A musculatura começou a doer e a praia parecia que não se aproximava por mais que remasse. Neste ponto que o mental é testado e foi o que ajudou-nos a seguir em frente, porque cedo ou tarde chegaríamos e assim foi.

    Passamos por falésias alucinantes, rochas gigantes e antes de chegar na praia encontramos uma onda linda pra direita. O spot conhecido como Ninjas estava funcionando para a nossa despedida e surfamos algumas ondas boas enquanto esperávamos que todos chegassem. Para as ondas sempre temos mais forças."

    Um final perfeito com os elementos que Jojó adora, desafios, ondas e a família reunida. 

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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Tags
  • Remada
  • Cabo da Roca
  • Mar
  • João Pedro Parisot
  • Praia do Guincho
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