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- O processo para a onda se formar é lento e depende de algumas variáveis, fica aqui a perceber quais, e os riscos envolvidos!
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A formação de “ondas estáticas” que fazem lembrar as piscinas de ondas não é um fenômeno novo em Portugal, no entanto surfar estas ondas à noite decididamente não é para qualquer um.
Clica aqui para ver a praia de Santa Cruz ao vivo.
Estivemos à conversa com o Tiago Miguel que nos explicou como tudo aconteceu e quais os riscos e outros detalhes envolvidos em surfar uma onda tão complexa como esta.
"Esta surfada nocturna aconteceu por acaso. Depois de uma sessão de bodyboard em Peniche em muito boa companhia , no regresso a Santa Cruz, recebi um telefonema do João Ferreira e decidimos ir ver como estaria a boca do rio. A abertura aconteceu já tarde mas ficámos a aguardar a ver se as ondas se formavam e tivemos sorte. As primeiras ondas estáticas surfáveis apareceram ao pôr do sol, mas a melhor fase deu-se já de noite atingindo um tamanho que não estávamos a espera.
Quando começaram a aparecer as primeira formações, eu, o Tiago “Zimbral” Miguel, Bernardo Tomé, Samuel Avelar, Gonçalo Nogueira, Rodolfo Santos, João Ferreira e o Saul Rodrigues decidimos vestir os fatos e ir para a água apesar de o caudal ainda estar fraco. Anoiteceu, mas com as ondas a aumentar gradualmente fomos arriscando ficar a apanhar umas apesar da fraca visibilidade. Já tínhamos surfado este tipo de ondas antes mas foi a primeira vez que o fizemos de noite.
Surfar este tipo de ondas é completamente diferente de surfar ondas de mar, quer a nível de técnica quer a nível de segurança onde tem de se ter em conta outra tipo de perigos. Quando estas ondas quebram forma-se um rolo de água onde se pode ficar temporariamente preso e momentos de aflição podem acontecer com necessidade de rápida ajuda de terceiros, bem como se formos levados pela corrente para o mar a passagem pela ondulação é feita com pouco intervalo para respirar entre as ondas.
O agueiro que se forma também é de ter em conta pois pode nos levar a alguma distância da costa. Esta situação torna-se mais complicada de gerir quando se está a surfar de noite pois perdemos alguma a noção das distâncias e da velocidade a que estamos a ser arrastados pela corrente. Nestas ocasiões é sempre importante contarmos com a atenção e ajuda de quem está surfar connosco.
O processo para a onda se formar é lento e depende de algumas variáveis, depois de algumas horas para se criar a vala de escoamento, a água do rio começa a ser libertada lentamente para o mar arrastando consigo areia, aumentando gradualmente o caudal até atingir as dimensões pretendidas. Há que ter em conta também as marés e o tamanho da ondulação do mar que podem impossibilitar a formação das ondas estáticas. Este tipo de fenómeno nas condições certas acontece com pouca frequência, no entanto existem vários sítios onde pode ocorrer.
Em Portugal já não é inédito sessões em ondas estáticas, em algumas lagoas como a de Santo André existem datas já previstas para a ligação das mesmas ao mar para renovar e oxigenar as águas, melhorando assim a qualidade das mesmas para a fauna e flora existente, bem como em locais onde o fecho das bocas dos rios provoca inundações nos terrenos agrícolas e urbanos adjacentes.
Gostava de agradecer a toda a malta que esteve presente que ajudando de várias formas possibilitou que esta a sessão nocturna acontecesse."
Para os que quiserem ir acompanhando este tipo de ondas dêm uma vista de olhos na página de instagram @riverbreach, uma página dedicada exclusivamente a este tipo de surf.
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, podes usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
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Fotos - Inês Luis Gomes
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