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- Seca extrema é um fenómeno grave e que salienta ainda mais a vulnerabilidade do arquipélago, uma vez que a precipitação é a única fonte natural de água doce.
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As alterações climáticas fazem-se sentir um pouco por todo o Mundo e os Açores não são exceção, por mais improvável que isso pudesse parecer. Nos últimos cinquenta anos, por exemplo, verificaram-se nos Açores vários verões extremamente secos, metade dos quais nos últimos dez anos.
Segundo um artigo publicado no site da revista “Visão”, pelo jornalista açoriano João Gago da Câmara, os especialistas falam numa diminuição generalizada da precipitação em todas as ilhas, sobretudo nas zonas baixas do litoral, num aumento da temperatura e apontam para períodos de seca mais frequentes e com episódios prolongados. Algumas ilhas, como a Graciosa e a Terceira, passaram mesmo por situações consideradas de seca extrema, que se prolongaram por mais de sete meses.
Um fenómeno grave e que salienta ainda mais a vulnerabilidade do arquipélago, uma vez que a precipitação é a única fonte natural de água doce. Por outro lado, chuvadas fortes em períodos curtos geram frequentemente os transbordos e as inundações que tantos prejuízos causam, devido às características particulares dos cursos de água.
As alterações climáticas em regiões insulares de pequena dimensão com estas particularidades, são, pois, um assunto muito sério pelas trágicas consequências hidrológicas que podem comportar, conforme a própria organização das Nações Unidas já alertou. E os impactos negativos nos Açores começam aos poucos a desvendar-se.
Todas as ilhas do arquipélago viveram no último verão uma seca prolongada, favorável para alguns ao incremento do turismo, mas, na realidade, ruinosa para a agropecuária e problemática para o abastecimento das populações. Na ilha Terceira, a título de exemplo, secas com duração superior a três meses implicavam cortes de água no fim do verão.
Nas ilhas do Pico e Graciosa a escassez prolongada levou à sobre-exploração de águas subterrâneas profundas - as disponíveis no fim da época estival - gerando uma salinização galopante na água extraída. Para por cobro a este fenómeno, recorrente após períodos prolongados de exploração, e fazer face à escassez de caudais das nascentes altas, optou-se na ilha do Faial por uma campanha de contenção, apelando-se à população para restringir consumos.
Já na ilha do Corvo, com escassos 17 km2 e 430 habitantes, os efeitos da seca geraram um conflito entre diferentes utilizadores da água, que abriu portas a uma divertida novela política, tendo os reservatórios existentes chegado a limites impensáveis em circunstâncias de precipitação normais. Em ilhas como São Miguel, São Jorge, Santa Maria e Flores, as dificuldades, sobretudo para o sector agropecuário, também se fizeram sentir, levando as autoridades a intervir.
As ilhas consideradas pelos especialistas mais problemáticas são a Graciosa, São Jorge, Pico e Santa Maria. Ao que parece, as autoridades regionais, em conjunção com a Universidade dos Açores, já iniciaram diligências no sentido de minimizar consequências de maior na hidrologia das ilhas para que estes verdadeiros paraísos verdes sejam sustentáveis para a população local e, com o incremento turístico, que se adivinha, continuem a ser lugares aprazíveis.
No entanto, nem tudo são más notícias para os Açores e há já ilhas a tentarem inverter este ciclo das alterações climáticas. Como no caso recente da Graciosa, uma das ilhas mais afetadas, que foi alimentada pela primeira vez a 100 por cento por energias renováveis.
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Fonte: Visão
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FonteRedação
