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  • Direito a resposta: Mineração nos Açores e os Factos Consumados
    20 março 2018
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  • 'Após leitura do vosso artigo “Mineração nos Açores e os Factos Consumado” - venho manifestar a minha posição...'
  • Cumprindo o direito de resposta relativamente ao artigo publicado hoje da alegada Mineração nos Açores, fiquem com a opinião de Tiago Garcia, da EurOcean, sobre o assunto:

    "Após leitura do vosso artigo “Mineração nos Açores e os Factos Consumado” - venho manifestar a minha posição perante aquele texto rico, como pretendo demonstrar, em falsidades.

    Como membro da equipa do projecto MARINA em Portugal e organizador do evento referido no texto que copiaram, reponho a verdade:

    1)      O MARINA é um projecto Europeu que procura implementar a Responsible Research and Innovation (RRI) em assuntos ligados ao mar. O MARINA está sobretudo interessado em testar metodologias de envolvimento do público (uma das seis componentes da RRI) do que propriamente nas temáticas (como a mineração em mar profundo) que têm vindo a ser utilizados em toda a Europa pelos nossos parceiros para o mesmo efeito.

    2)      O MARINA e o EurOcean não tem posição alguma sobre qualquer uma das temáticas abordadas nestes workshops. A nossa missão resume-se a divulgar informação, a criar ferramentas para que ela circule por toda a sociedade e a promover a mais aberta, plural e abrangente discussão. Todas as visões valem o mesmo para nós, independentemente de quem as defende. Atingimos o nosso objectivo sempre que observamos cidadãos, pescadores, surfistas, cientistas, presidentes de câmara, membros do governo e directores de empresas a trocarem ideias nos nossos eventos. Não nos interessa que nenhuma causa vença. Interessa-nos somente informar a Comissão Europeia sobre as melhores formas de obter uma visão comum em que todas as partes interessadas se sintam representadas, dando a voz a todas as percepções existentes na sociedade. Somos como que uma espécie de ferramenta ao serviço da democracia e da deliberação conjunta da sociedade.

    3)      O Sr. António Lima não entendeu o workshop que realizámos na Ribeira Grande em São Miguel no dia 9 de Março. Porventura não leu a brochura (em anexo) que enviámos a todos os inscritos. Porventura dirigiu-se ao evento com amente de tal forma fechada, que não teve a mínima capacidade de relatar condignamente o que ali decorreu.

    4)      O Sr. António Lima aparenta ter pegado no subtítulo do evento (Uma oportunidade para fazer as coisas bem feitas) e como, não sabe o que é a RRI, não percebe o que está a ser feito no MARINA, nem entendeu o evento nos Açores, tirou todo o contexto àquela expressão e deu-lhes uma interpretação muito pessoal e muito errada.

    5)      No vosso artigo do Sr. António Lima, pode ler-se:

    “O subtítulo do evento era o seguinte: Uma oportunidade para fazer as coisas bem feitas. Esta ideia revela claramente que, para os responsáveis pelo projeto MARINA, a decisão está tomada. A mineração do mar profundo no Atlântico, ou seja, no mar dos Açores, é para avançar e o que se debate é apenas a forma como esta será realizada. No entanto, esta certeza apresentada logo no início da conferência, contrasta com as dúvidas e alertas lançados ao longo da mesma no que respeita aos possíveis impactos da mineração nos ecossistemas marinhos e, consequentemente, em tudo o que deles depende.

    6)      Na brochura que o EurOcean preparou, pode ler-se:

    “Não está definido exactamente quanto tempo levará a Comissão da ONU a avaliar o pedido Português (para a extensão da plataforma continental portuguesa). Enquanto o País espera, o tempo é de debater o que deve ser feito.O que está em jogo? Quais são os benefícios, desafios e responsabilidades de qualquer País que queira começar a explorar o que está no fundo do mar? Este é também o momento de questionar se realmente precisamos explorar recursos que fazem parte de um dos mais remotos e desconhecidos ambientes do planeta. A humanidade cometeu vários erros ao longo de sua história durante a exploração de novos territórios. Esta é uma oportunidade única para fazer as coisas bem feitas.”

    “Os investimentos e riscos associados à mineração mar profundo são mais ou menos vantajosos do que as alternativas verdes, como a redução do consumo e a reciclagem de materiais?”

    “As mais recentes inovações tecnológicas ainda não foram testadas em condições que reproduzam de maneira realista o fundo do mar em termos de profundidade, pressão, correntes e temperatura.”

    “Existem sérias dúvidas sobre a capacidade de extrair esses recursos sem afectar permanentemente o funcionamento e a vida selvagem associada a essas formações únicas e frágeis.”

    “Parte da sociedade está convencida de que é apenas uma questão de tempo até a mineração em mar profundo avançar. No entanto, com o nível actual de tecnologia e conhecimento, a mineração em mar profundo no meio do Oceano Atlântico a 5000 metros de profundidade pode revelar-se uma actividade insuficientemente lucrativa.”

    “Novos grupos de cidadãos foram formados para defender, juntamente com ONGs mais antigas, que a solução para a escassez de recursos deve basear-se na adopção de mudanças de estilo de vida - como moderar o consumo, partilhar, reutilizar e reparar equipamentos que utilizem as matérias-primas a serem extraídos do fundo do mar. Essas mudanças podem demostrar que a mineração em mar profundo é, na realidade, desnecessária.”

    7)      No flyer do evento (também em anexo) pode ler-se:

    “Aquela que pode ser uma solução para a escassez de matérias-primas em terra, apresenta-se também como uma actividade potencialmente perigosa. Terá a solução de passar pela exploração de um dos ambientes mais remotos e desconhecidos? Ou será que em terra podemos reduzir consumos e reutilizar materiais o suficiente?”

    8)      Motivado porventura pelas lutas cegas de poder a que se dedica e que talvez lhe transtornem o discernimento, o Sr. António Lima escreve ainda:

    “E os Açores, não têm uma palavra a dizer sobre o que se faz no seu mar?”

    Embora esse assunto já fuja da missão do EurOcean e do MARINA, importa talvez referir que na brochura consta:

    “O regime administrativo do governo dos Açores confere-lhe total poder em matérias ambientais, sem impor um limite sob a plataforma continental após 200 milhas.”

    Mais, recordo-me do Secretário Regional para os Assuntos do Mar – por iniciativa exclusivamente sua e sem qualquer articulação com nenhum membro do MARINA até porque não houve qualquer interacção entre ambas as partes – encerrou o seu discurso de encerramento aproximadamente da seguinte forma:

    “Enquanto persistirem as dúvidas que existem actualmente sobre os impactes ambientais, a mineração em mar profundo nos Açores terá de esperar!”

    Portanto, os factos apenas estão consumados apenas na mente deturpadora do Sr. António Lima.

    Para terminar, informo que no dia 7 de Maio, o EurOcean realizará outro evento – desta vez de cariz internacional - sobre mineração em mar profundo na Fundação Gulbenkian. "

     

     

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    Fotografia: Braço robótico da Nautilus por ViceNews

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