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- Na base desta ameaça está a exposição a toxinas PCB que se acumulam nos tecidos daqueles mamíferos marinhos e têm efeitos severos no sistema reprodutor, imunitário e podem até provocar cancro.
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Uma investigação da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, publicada esta quinta-feira na revista “Science”, põe em causa a viabilidade, a longo prazo, de mais de metade das orcas do mundo. As orcas são os mamíferos mais contaminados com toxinas e a espécie pode mesmo estar em risco de colapso nos próximos anos.
Na base desta ameaça está a exposição a toxinas PCB que se acumulam nos tecidos daqueles mamíferos marinhos e têm efeitos severos no sistema reprodutor, imunitário e podem até provocar cancro. Apesar dos primeiros passos para banir os PCB, bifenóis policlorados, terem sido dados há 40 anos, aqueles poluentes continuam a constituir uma ameaça para o planeta e o bem-estar animal.
O novo estudo da Universidade de Aarhus dá conta de que as orcas são o mamífero mais contaminado no mundo pela toxina, as que registam uma maior concentração do poluente chegam aos 1300 miligramas por quilo no tecido adiposo – gordura. Animais com níveis tão baixos como 50 miligramas de PCB’s por quilo já mostram sinais de infertilidade e impactos a nível imunológico.
A pesquisa traça o caminho que as orcas fazem em direcção ao próprio declínio, que poderá acontecer durante o próximo século. Esta realidade torna-se gritante em águas mais poluídas, como é o caso do Brasil, do estreito de Gibraltar e do Reino Unido, onde a estimativa é que desapareçam no prazo de apenas 30 a 40 anos.
“Para as orcas, especificamente, é muito difícil estudar como as toxinas estão a afectar a sua saúde porque os estudos são logística e eticamente desafiantes, por isso, baseamos a nossa compreensão em efeitos potenciais com estudos feitos noutros mamíferos marinhos semelhantes. Sabemos de estudos em focas e outras baleias com dentes que os PCBs podem ter efeitos severos na supressão imunológica, reprodução e cancro”, referiu Jean-Pierre Desforges, primeiro autor da investigação, ao jornal “Público”.
A investigação realizada por Jean-Pierre Desforges e outros investigadores abre a porta para que mais pesquisas estudem a consequência que os PCB’s continuam a ter nos animais. O investigador apontou que entre os próximos passos a tomar está o de perceber onde e como estão estes poluentes a entrar na atmosfera. “Precisamos identificar pontos críticos contaminados que poderiam ser potencialmente limpos”, rematou.
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Fonte: Público
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FonteRedação
