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- Segundo os moradores, continuam a haver descargas de esgotos ilegais, na Ria de Aveiro, no caminho do Praião
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Temos recebido inumeras denuncias relativamente a esta situação, esta é uma delas. Quem nos relata a mesma é Carla Santos:
"Vou começar por tentar descrever a localização.
Esta situação passa-se na margem da Ria do lado da Gafanha da Encarnação, entre as duas marinas mas mais próximo da Marina da Bruxa e em frente à Costa Nova o “Postal da região com as suas casinhas às riscas”
Em frente destes esgotos ilegais temos um local a onde as pessoas costumam ir ao berbigão, navalha, isca, etc.. E a produção de bivalves concessionadas pela DGRM/IPMA.
Neste local temos dois pontos, ilegais de descarga.
Temos um que despeja grande quantidade de matéria orgânica juntamente com todos os produtos utilizados na preparação do bacalhau assim como todos os produtos desinfetantes usados para limpar estas instalações.
Depois o outro, a cerca de 20m, que serve para fazer as descargas de caracter domestico (fezes, urina, desinfetantes, etc.)
Além do cheiro a podre das lamas, junto do esgoto mais a norte, naquela zona, este faz-se sentir ao longo de toda a extensão do canal de escoamento no areal.
As lamas formadas têm cor escura, quase negra e o cheiro a podre prolonga-se muito abaixo das lamas e areia da superfície.
Todos os bivalves que são apanhados nesta zona, de areia e lamas, ao longo do canal de escoamento deste esgoto, mesmo depois de limpos, mantêm algum deste cheiro a podre.
Pois quando está maré vazia todo esse material ao escorrer vai-se infiltrando nos sedimentos marinhos locais. Se a maré estiver cheia, esse efluente dispersa-se por uma área mais vasta contaminando tudo em volta.
O mesmo se passa com o esgoto mais a sul de águas provenientes das casas de banho, em que os dejetos humanos e urina e detergentes desinfetantes, se concentram nas proximidades do esgoto, ou caso esteja a maré cheia se dispersa numa zona mais vasta.
Como se sabe este cheiro horrível a podre é o resultado, da decomposição da matéria orgânica acumulada em excesso naqueles pontos, e que as bactérias resultantes da decomposição também são espalhadas pro toda a zona, com a ajuda do fluxo das marés. Estas bactérias e outros produtos químicos, em quantidade excessiva, prejudicam a produção de bivalves ou podem provocar a sua morte.
Criando perdas muito elevadas, de quem depende deste tipo de produção, para viver e sustentar as suas famílias.
Todos estes dejetos, restos de peixe e produtos químicos, ficam em suspensão na água ou depositam-se nas lamas, que depois os bivalves e outros filtradores absorvem durante o processo de alimentação, que se faz através da filtração dos sedimentos. Parte destas substâncias, ficam acumuladas no organismo dos filtradores, que depois vai passando e acumulando-se no organismo de todos que fazem parte da cadeia alimentar, através da ingestão de bivalves crustáceos e peixes variados."
Já foram feitas várias denuncias, à Camara Municipal de Ílhavo, pelos próprios Ostricultores, várias queixas para o Sepna, por moradores, têm-se exposto a situação com regularidade nas redes sociais ao longo do tempo, já foi levantado um auto……, e continua tudo na mesma, a empresa a prejudicar o frágil equilíbrio do ecossistema Ria, porque não quer investir de acordo com as normas de preservação do ambiente que pertence a todos nós. E que também dependemos dele em caso de necessidade."
Neste vídeo abaixo é captada mais uma descarga, desta feita no passado dia 10 de Agosto.
A redação do Beachcam já tentou entrar em contacto com a CM de Ílhavo no sentido de obter declarações adicionais.
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Vídeos e fotos - Paulo Ferreira
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