Homepage

  • Disparam as mortes de golfinhos portugueses em extinção
    23 julho 2018
    arrow
    arrow
  • A Costa da Prata está a tornar-se numa espécie de matadouro para os Phocoena phocoena , vulgarmente conhecidos como botos...
  • Há um número anormal de botos, o mais pequeno dos golfinhos, apanhados este ano nas redes de pesca nacionais. Esgotaram-se as verbas para proteger a espécie da captura acidental.

    A Costa da Prata está a tornar-se numa espécie de matadouro para os Phocoena phocoena , vulgarmente conhecidos como botos - os mais pequenos cetáceos que existem no planeta. De janeiro a junho deste ano morreram 27 destes golfinhos em redes de pesca, mais do que em todo o ano de 2017. A espécie estava já à beira da extinção em águas portuguesas, mas os últimos seis meses têm sido, segundo a Universidade de Aveiro (UA), uma catástrofe.

    O que fazer se vires um animal em dificuldades na praia?

    "Estes 27 arrojamentos são os que conseguimos detetar, porque o número é seguramente bem superior. Nos 12 meses de 2017 tinham-se verificado 25 casos", diz Catarina Eira, bióloga que dirigiu de 2011 a 2017 o LIFE MarPro, projecto co-financiado por fundos europeus e liderado pela UA, para a conservação de espécies marinhas portuguesas como o boto e o golfinho-roaz.

    Botos observados ao largo de São Jacinto, na ria de Aveiro.

    A pesca, sobretudo a tradicional arte xávega - predominante no centro do país - é a grande responsável pelo fenómeno. Ainda assim, os investigadores recusam-se a ver nela o inimigo. "Nenhum pescador quer matar golfinhos. São animais que nem sequer significam rendimento." Há uma solução para o problema: a instalação de alarmes pinger, que emitem um sinal que afasta os cetáceos das redes de pesca. Há um problema na solução: são aparelhos extremamente caros.

    O fim do financiamento do programa LIFE em dezembro do ano passado fez com que deixassem de ser distribuídos pingers pelos pescadores. Cada rede precisa de três a quatro aparelhos, cada traineira tem em média sete a dez redes. "Gastámos 100 mil euros em pingers, que distribuímos. Agora chovem telefonemas de pescadores que querem usá-los para ajudar a preservar a espécie, mas já não os temos nem sabemos se voltaremos a ter", lamenta Catarina Eira.

    É essa a única solução que pode reverter agora o processo de extinção dos botos em águas territoriais portuguesas. "Existem hoje menos de 2000 espécimes, mas o número está a reduzir-se a uma velocidade alarmante", diz a investigadora. Na semana passada, a revista ambiental online Wilder dizia que os investigadores estimavam a extinção dos botos em Portugal em duas décadas. "Mas é provável que este aumento na mortalidade venha a revelar um prazo de extinção ainda mais curto para esta subpopulação."

    Os botos são animais costeiros, discretos e raramente ultrapassam o metro e meio de comprido. Em toda a Europa a população está em regressão, mas o problema é particularmente grave na costa portuguesa e galega. "A universidade de Groningen, na Holanda, tem analisado vários exemplares e acreditamos que, a muito curto prazo, anunciará que o nosso boto tem características próprias que lhe permitem ser classificado como subespécie", revela a investigadora da UA. Uma subespécie portuguesa, sim, mas cuja extinção está por um fio.

     

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

    Visita a nossa Loja Online, encontras tudo o que precisas para elevar o teu nível de surf!

    Segue o Beachcam.pt no Instagram

    Fotografias: Universidade Aveiro e AMN Fonte: DN

Tags
  • Roaz
  • roazes
  • golfinhos
  • golfinho
  • Phocoena phocoena
  • cetáceo
  • Mamífero
  • morte
  • morto
  • mortes
  • arrojados
  • arrojado
  • animais
  • animais marinhos
  • animal marinho
  • praia
  • praias
  • costa
  • pesca
  • portugal
  • boto
  • arte xávega
  • redes
  • Aveiro
similar News
similar
março 22
Toda a costa continental portuguesa sob aviso amarelo a partir da tarde de quinta-feira
março 22
Ainda ativo, mas controlado o incêndio em navio ao largo da Foz do Douro
março 21
Navio que transportava combustível incendiou-se ao largo da Foz do Douro
março 22
Viana do Castelo recebeu primeiro evento oficial de surf enquanto Cidade Europeia do Desporto em 2023
março 22
Circuito ASCC Caparica Power 2023 arranca no primeiro fim de semana de abril
março 21
Assembleia Geral da AESP aprova contas e plano de atividades para 2023
março 21
Arade Clássico volta à Praia da Rocha no sábado