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Poderia apresentar-se como a região mais intocável do planeta, mas a Antártida também já não está a salvo da poluição causada pelos humanos. Um novo estudo realizado por cientistas da Greenpeace ao longo dos últimos meses, detetou a presença de micro-plásticos e produtos químicos na água e neve daquele continente.

As amostras de água e neve foram recolhidas pelos cientistas ao longo dos três primeiros meses deste ano e mostram o cenário negro em termos ambientais, consequência do estilo de vida moderno de todos nós.

“Podemos pensar na Antártida como uma região selvagem remota e intocável”, começou por dizer a ambientalista Frida Bengtsson, da campanha “Proteja a Antártida”. “Mas da poluição e das mudanças climáticas até à pesca industrial de krill, a pegada humana é clara“, explicou.

Sete das oito amostras de água da superfície do mar analisadas continham um elemento micro-plástico por litro de água. Já as outras nove amostras adicionais, recolhidas através de uma rede de arrasto, apresentaram micro-plásticos em duas delas. “Estes resultados mostram que mesmo os habitats mais remotos na Antártida estão contaminados com resíduos de micro-plásticos e persistentes produtos químicos perigosos”, frisa o estudo.

Também sete das nove amostras de neve mostraram vestígios de produtos químicos tóxicos associados a processos industriais humanos e à produção de bens de consumo. Estes produtos químicos estão também relacionados com problemas reprodutivos e de desenvolvimento na vida selvagem.

Os investigadores acreditam que estas substâncias possam ter vindo das recentes chuvas e nevascas contaminadas. Como consequência disso, até mesmo as partes mais remotas do continente, como, por exemplo, a ilha de Kaiser, podem ter sido poluídas.

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