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  • 23 aves voltaram para a sua casa no mar!
    27 fevereiro 2018
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  • Durante alguns dias, aves com petróleo, anemia ou que engoliram um anzol estiveram em reabilitação.
  • Durante alguns dias, aves com petróleo, anemia ou que engoliram um anzol estiveram em reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, do Ecomare. Esta sexta-feira, foram libertadas em frente à praia da Barra, em Aveiro.

    O céu está limpo, o mar está calmo e duas embarcações vão em direcção à liberdade. No Galeota, um bote rígido da Polícia Marítima, vão várias caixas com 23 aves reabilitadas no Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM), do Ecomare – Laboratório para a Inovação e Sustentabilidade dos Recursos Biológicos Marinhos, na Gafanha da Nazaré (Aveiro). A poucos metros, na embarcação salva-vidas Nossa Senhora dos Navegantes, está quem vai assistir à libertação dessas aves nesta sexta-feira.

    As embarcações param a cerca de meia milha em frente à praia da Barra, já depois do forte da Barra, também na Gafanha da Nazaré, para desviar as aves sobretudo das redes de pesca. A circundar já estão lá outras aves como as gaivotas. Marisa Ferreira, bióloga e coordenadora técnica do centro, abre a primeira caixa. É o ganso-patola (Morus bassanus) que sai lá de dentro. Começa por chapinhar, paira na água e depois voa. “Lá vai ele”, diz alguém em modo de despedida. Está assim de volta a casa. “Foi tranquilo”, comenta Lara Nunes, estudante de biologia e estagiária do centro, dizendo que estava com algum receio de que o ganso-patola fosse agressivo.

    Esta ave marinha mede cerca de 1,8 metros de envergadura, tem um bico grande e é comum na costa portuguesa. O ganso-patola agora libertado veio de Peniche para o CRAM a 9 de Fevereiro. Quando lhe fizeram uma radiografia perceberam que tinha ingerido um anzol de pesca desportiva. “Não estava cravado e foi possível removê-lo com facilidade”, conta Marisa Ferreira.

    “Prontos para outro?”, anuncia a bióloga. E tira a tampa para o fulmar (Fulmarus glacialis) sair da caixa. Toca na água e fica a bater as asas durante algum tempo. “A sério, fulmar? Não fazes o voo”, diz Marisa Ferreira ansiosa por vê-lo partir. Mesmo assim, avisa que é normal: o fulmar está a ambientar-se e fica ali bastante tempo a apalpar terreno (água) batendo as asas. Por isso, durante toda a viagem, os olhares de todos ficam atentos à espera que esta ave marinha, que pode atingir os 1,22 metros de envergadura e que raramente se avista na nossa costa, levante voo. “Chegou depois da tempestade Ana [em Dezembro] e é uma raridade aqui. A sua zona de nidificação mais a sul é o Reino Unido e a sua distribuição é ampla no Norte da Europa.” Por vezes, são observados ainda mais a sul do o Reino Unido.

    Este fulmar foi encontrado na praia do Baleal, em Peniche, por biólogos que o entregaram à sede da Reserva Natural das Berlengas. Acabou por ser um dos doentes do CRAM. “O animal estava muito anémico. Estava realmente numa fase muito crítica e, felizmente, foi possível dar-lhe peso. O fulmar chegou em Dezembro com 550 gramas e foi libertado com 850 gramas, o seu peso normal.

    Enquanto o fulmar bate as asas na água, os membros do CRAM alinham seis caixas e preparam-se para libertar 18 airos (Uria aalge) e três tordas-mergulheiras (Alca torda). “Prontos?”, grita outra vez Marisa Ferreira. E a acção segue-se: um bando de airos e tordas-mergulheiras são lançados no mar. Sempre em grupo, como se fossem uma família, chapinham, fazem sons e metem a cabeça na água. Estas aves chegaram contaminadas com petróleo (oleadas) ao centro entre 5 e 29 de Janeiro vindas de praias ao longo da costa portuguesa. Chegaram através da Polícia Marítima, de outros centros de recuperação ou de particulares. Depois, passaram por um intenso processo de descontaminação. Agora, na embarcação, Marisa Ferreira e as colegas do CRAM observam-nas a sorrir. É o sorriso da despedida e de missão cumprida.

    E qual a importância da libertação destas aves na natureza? “Tenta-se mitigar os danos que os humanos provocam, porque o único em que não temos uma causa humana directa é com o fulmar. Todos os outros têm. Temos então de mitigar os danos que as nossas actividades provocam na fauna selvagem”, responde Marisa Ferreira. Já Nuno Rodrigues acrescenta que “As aves marinhas têm um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas".

     

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    Fonte e Fotos: Público

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