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- A Surfrider Foundation Porto já realizou 8 amostragens, tendo mais do que uma vez encontrado contaminação bacteriológica nas águas
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Em comunicado enviado à pouco para a nossa redação, a Surfrider Foundation Porto esclarece os demais em relação a este assunto que tem vindo a incendiar a "comunidade do mar" no Litoral Norte.
Perante o esclarecimento emitido pela Câmara Municipal de Matosinhos, vimos por este meio apurar os factos para que a verdade fique estabelecida.
A Surfrider Foundation Porto
A Surfrider Foundation Porto pertence a uma Organização Não Governamental de Ambiente (ONGA) Europeia, com mais de 26 anos de história e trabalho em prol da proteção do meio ambiente, educação e sensibilização ambiental da sociedade, que por sua vez, pertence a uma organização internacional com milhares de membros.
Criada na Europa em 1990, a Surfrider Foundation Europe conta atualmente com mais de 1700 voluntários, 10 500 membros e 120 000 apoiantes reunidos em torno das representações locais espalhadas por toda a europa.
O nosso objetivo é simples: proteger os oceanos, as zonas costeiras e todos os seus utilizadores, seja através de ações educativas ou de sensibilização, através de ativismo local ou trabalho de lobby junto das instituições europeias, tendo sempre o mesmo propósito: fazer uma contribuição ativa e significativa para uma verdadeira mudança social e ecológica responsável.
Campanha Keepers of the Coast | Qualidade da água Porto | Matosinhos
Foi neste sentido, respeitando aquilo que são os princípios e valores da Surfrider Foundation, que a sua representação local do Porto atuou na zona costeira entre os concelhos de Ovar e Esposende, criando a campanha Keepers of the Coast | Qualidade da água Porto | Matosinhos.
No final de 2016 foram reportados por surfistas vários episódios de problemas de saúde relacionados com as idas à água na zona costeira entre a cidade do Porto e a de Matosinhos. Com o apoio da Surfrider Foundation Europe, da Surfing Medicine International (associação internacional de médicos surfistas) e com a contribuição monetária de diversos surfistas, elaborámos e encontramo-nos de momento a implementar um plano monitorização da qualidade das águas na zona costeira entre o Porto e Matosinhos, focando-se esta primeira edição em indicadores de contaminação bacteriológica.
Resultados da monitorização
Pela informação disponibilizada pelas entidades competentes está provado que existe uma situação de contaminação por hidrocarbonetos na zona costeira da área metropolitana do porto e sua envolvente. Uma situação que consideramos ser inaceitável, pelos impactes ambientais e sociais causados, a acrescentar à falta de capacidade de alerta e de descontaminação dessas mesmas entidades.
Procurando contribuir para capacidade de leitura destas entidades, passamos a descrever o que consta em todas as imagens em que é publicada o resultado “Valores de acordo com a legislação em vigor (Decreto-Lei n.º 113/2012 de 23 Maio), que define a qualidade das águas costeirias e de transição em 3 categorias: "excelente”, “boa”, “aceitável”. As amostram foram analisadas por um laboratório independente, acreditado pelo IPAC - Instituto Português de Acreditação, e considerado apto pela ERSAR - Entidade Reguladora de Águas e Resíduos”.
Acreditamos também que poderá ter existido uma falha técnico-científica na seguinte referência por parte do executivo camarário, “Ainda recentemente, recordamos, desaguaram na praia de Matosinhos as cinzas resultantes dos fogos florestais do verão, trazidas pelo caudal do rio Douro.”, por dois motivos: 1. As cinzas poderiam representar eventualmente uma contaminação química da água, análises que nesta fase não realizamos; 2. A dinâmica costeira das nossas praias, demonstra que a deriva oceânica é de Norte para Sul, ou seja, aquilo que é transportado pelo rio douro irá na sua quase totalidade para sul.
Os protocolos científicos são garantidos pelo conhecimento técnico dos membros da Surfrider Foundation Porto, pela experiência e corpo técnico da Surfrider Foundation Europe como agente de supervisão do trabalho realizado e finamente pelo Laboratório independente contratado para as análises, que é considerado apto por duas das entidades nacionais que regulam o sector.
A Surfrider Foundation Porto já realizou 8 amostragens desde o início da campanha de monitorização, tendo mais do que uma vez encontrado resultados que indiciam contaminação bacteriológica de águas utilizadas por centenas de surfistas todas as semanas, excluindo por isso a hipótese levanta de que serão situações anormais. Isto, porque no inverno se tudo correr bem, será normal que chova…
Infelizmente, e contrariando as regras de transparência que devem pautar a atividade dos organismos públicos, não nos foi possível encontrar quaisquer resultados da monotorização que, desde 2016, a CMM e a Agência Portuguesa do Ambiente possam ter realizado…É também com muita pena, que como utilizadores durante todo o ano da praia, sabemos que apenas durante a época balnear a praia é considerada água balnear (15 de junho a 15 de setembro), sendo apenas nesse período garantida a monitorização regular da qualidade das águas.
Finalmente, a análise realizada e os resultados apresentados demonstram uma relação inequívoca entre elevados índices de pluviosidade (condição atmosférica normal nesta época do ano e que obviamente tem toda a validação científica) e os valores elevados de dos parâmetros utilizados e que indiciam contaminação bacteriológica. Esperamos, assim, que esta informação contribua para uma ação responsável, colaborativa e transparente por parte desta e de todas as autarquias e restantes entidades responsáveis, já que acreditamos que todos nós temos um interesse comum, uma qualidade do ambiente.
Gostaríamos de aproveitar para dar os parabéns a toda a comunidade que se levantou perante este problema, utilizadores das praias, oceanos e rios, que procuram poder usufruir de todas as suas valências durante todo o ano, sem restrições.
Aos mais interessados, enviem o vosso manifesto ou parecer contra a situação para a APA - Associação Portuguesa do ambiente em geral@apambiente.pt ou para a Câmara Municipal em mail@cm-matosinhos.pt a fim de parar este disparate.
Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.
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Fotografia: Abílio Rodrigues
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