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  • Poderemos encarar o surf como uma religião?
    26 dezembro 2017
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  • Encontrei no surf a minha força de vitalidade e espero que todas as pessoas que estão a ler este texto se sintam motivadas a fazê-lo na sua vida
  • Uma vez que a quadra natalicia é uma epoca de reflexão achamos por bem partilhar o texto enviado pela Ana João Martins, que demonstra bem a essência do surf em todas as suas vertentes. Poderá ser o surf uma religião? Porque não? Leiam a mensagem da Ana e aproveitem para reflectir um pouco.

    A minha espiritualidade,

    Há vivências que a ciência não explica mas que não significa necessariamente que não sejam verdade. Vejamos o exemplo do amor: o amor não se vê, nem se quantifica fisicamente mas é algo que o ser humano sabe que existe e que sente, ou seja, mesmo não vendo o amor acredita na sua existência. Ora é nesta linha de pensamento que vivo a minha espiritualidade, não a vejo mas sinto-a e para mim é o suficiente. 

    Com o Veganismo redescobri a minha espiritualidade. E neste reencontro veio a necessidade de viver realmente o presente, de abrir a gaveta dos meus sonhos e começar a esvaziá-la um por um. Um desses sonhos era o Surf.

    O Surf pode ser encarado de várias formas dependendo de quem o pratica. Na sua forma comercial o Surf poderá ser apenas um desporto que consiste em deslizar numa onda em equilíbrio sobre uma prancha. Mas para mim o Surf é muito mais do que isso, para mim é um modo de estar na vida refletindo-se na Alma, Mente e Corpo. 

    Foi no Surf que eu entendi o significado de ser um “Ser” humano. “Ser” humano é viver o agora e não viver focados no que “Fomos” (passado) ou no que “Seremos” (futuro), apenas “Ser“ no presente (até porque o presente de agora é o futuro do amanhã). Neste sentido, no Surf o passado e o futuro não existem mas apenas o presente que vai fluindo e me faz contemplar a beleza de cada gota de água, de cada grão de areia e de cada raio solar. Onde a razão perde espaço para dar lugar à emoção.

    Mais do que uma conexão com a Natureza é uma conexão comigo mesma. No mar percebemos a incrível força da natureza, aprendemos a conhecer os nossos limites e aprendemos a controlar o nosso pânico quando nos colocamos em situações menos seguras. É, sem dúvida, uma aprendizagem sobre o comportamento da Natureza mas, acima de tudo é uma aprendizagem sobre nós mesmos quando, depois de deslizar na onda, caímos na água. Mais do que um ritual físico é um ritual de controlo: em que durante aqueles breves segundos temos de nos manter calmos e, acima de tudo, presentes no momento. Confesso que já me vi em algumas situações complicadas, em que pensei que o meu corpo não iria suportar tamanho impacto energético da onda mas é nesses momentos que percebemos que não há limites, que os limites estão apenas dentro da nossa mente. É nesses momentos que a Natureza nos dá lições de humildade perante algo que é muito maior do que nós. E são esses momentos que nos dão sensações de uma nova oportunidade de vivência fazendo-nos agarrar ainda mais à busca de viver o presente da melhor forma possível. 

    Não, não tenho o sonho nem a audácia de muitos surfistas em querer vivenciar ondas gigantes como as da Nazaré (para grande descanso da minha querida mãezinha ). Não busco no Surf um aspeto profissional ou competitivo. A minha busca não é encontrar a onda perfeita mas sim a perfeita sintonia com a onda

    Sim, acho que toda o ser humano deveria experimentar pelo menos uma única vez na vida o Surf, mas o que realmente quero transmitir com estas palavras é que penso que é importante todo o ser humano encontrar uma atividade que o volte a ligar à Natureza. Não necessariamente o Surf, mas algo em que possa potencializar a sua verdadeira essência que estava marcadamente presente na infância e que com o crescimento e limitações sociais foi perdendo identidade. Porque é na Natureza que a alma assume o papel principal e vos mostra o vosso propósito de vida, o que vos acabará por levar à verdadeira felicidade de viver. 

    É no Surf que redescobrimos o tempo do nosso desenvolvimento até ao nosso nascimento pois quando estamos dentro de uma onda é como se tivesses de novo no ventre da nossa mãe (até porque em ambos os casos estávamos envolvidos em água). 

    Poderei encarar o Surf como uma religião? Talvez sim, seja a minha forma de religião em que a sua pratica é o cerne sagrado e as vivências a crença de que a natureza é a minha entidade poderosa e curativa. A verdade é que o surf me proporciona imenso prazer sendo a razão de eu aos 25 anos de idade ser uma pessoa realizada, positiva, feliz e sorridente para com a vida. Para além disso, ainda tem a vantagem de me permitir manter um corpo em forma e, claro, naturalmente bronzeada o ano todo. 

    O Surf trouxe-me também a oportunidade de vivenciar sentimentos de solidariedade, companheirismo e partilha de experiências entre os praticantes. 

    Por fim, gostaria de expressar a minha gratidão a algumas pessoas. 

    Grata ao Slater Dapulia pois a sua prática fez-me redescobrir o meu interesse pelo surf

    Grata ao Joao Tinoco Faria por ter me ter transmitido os seus ensinamentos sobre a prática de surf 

    Grata ao Americo José Esteves pela disponibilidade em consertar a minha prancha. 

    E Grata à minha amiga de coração, a minha companheira de aventuras, a Helena Vieira pelas fotografias. Apesar da pouca exposição solar do horário de Inverno, conseguimos retratar nas fotos a forma como eu sinto o surf. 

    Encontrei no surf a minha força de vitalidade e espero que todas as pessoas que estão a ler este texto se sintam motivadas a fazê-lo na sua vida. 

    Cumpram os vossos sonhos amigos, 
    Saudações surfistas🏄 — em Apúlia (Esposende).

    Não podiamos estar mais de acordo, não percam mais tempo e procurem fazer algo que vos deixe com um sorriso na cara e no coração. Boas festas e um excelente ano de 2018!

    Para acompanhar e confirmar live, os dados sobre o estado do mar, pode usufruir da nossa rede de livecams e reports preparada para essa finalidade.

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