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- Embora tenha nascido em Lisboa e vivido na Amadora, em Oeiras e Peniche, a antiga atleta está radicada naquela localidade da Costa Vicentina
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Foi uma das primeiras praticantes de bodyboard em Portugal e conquistou vários títulos nacionais e internacionais. Já retirada, vive em Vila do Bispo, perto da atual campeã mundial, onde concretizou o sonho de ser mãe.
Em entrevista recente ao DN, Dora falou um pouco mais sobre a sua vida.
Dora Gomes foi uma das pioneiras do bodyboard feminino português. Tinha 16 anos quando descobriu a modalidade, na praia de Carcavelos, preferindo-a aos mais caros surf e windsurf. Aí começou uma carreira que atravessou três décadas e contemplou as conquistas de seis títulos nacionais, quatro europeus e um mundial. O ponto final na vida competitiva, em 2004, deu início a uma nova vida familiar, profissional e até desportiva.
"Terminei a carreira quando abri a loja de artigos de surf em Vila do Bispo, onde vivo. Entretanto constituí família, continuo com a loja e fui mãe aos 40 e aos 42 anos. Era um sonho que tinha. Quando parei, comecei a praticar capoeira e conheci aquele que hoje é o meu marido, Anesio Correia, contramestre de capoeira. Ele trabalha comigo na loja. Eu faço mais a parte da contabilidade e ele desempenha mais a parte de vendedor. Continuamos com o grupo Associação Jogando Capoeira: ele dá aulas aos adultos e eu às crianças", revelou ao DN.
Embora tenha nascido em Lisboa e vivido na Amadora, em Oeiras e Peniche, a antiga atleta está radicada naquela localidade da Costa Vicentina desde a passagem do milénio. "Apaixonei-me pela terra. Vinha para aqui passar férias, até para aproveitar as ondas, e criei amizades. Sempre disse que quando fosse grande vinha viver para aqui. Tem muita natureza e isso atraiu-me. As praias são selvagens e limpas. Como atleta, habituei-me a uma vida sossegada, e este é um sítio onde me sinto bem. É interessante ver os filhos a crescer aqui, embora seja uma zona sazonal e no verão tenhamos muito trabalho", contou, sempre muito orgulhosa a falar dos filhos, que até já praticam bodyboard.
"Além de capoeira, têm aulas de bodyboard e surf, nas quais eu também ajudo e ensino alguma coisa. E aproveito para ir para dentro de água", confessou Dora Gomes, que considera a vida atual mais difícil do que a de atleta. "Quando era mais nova, estava focada no desporto. Ser mãe, gerir uma loja e uma associação desportiva é mais difícil. E antes imaginava que era mais difícil ser atleta", frisa, ainda apaixonada pela modalidade em que se projetou. "É a coisa que mais energia me dá. Adoro. Tento praticar ao fim de semana, com os meus filhos, mas mais para os ajudar e empurrar. Devo conseguir praticar dez vezes durante um ano. A prioridade é a família", salienta a antiga campeã, que tem mais saudades da envolvência do bodyboard do que da competição.
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"Tenho saudades das viagens, das experiências, dos amigos que deixei pelo mundo fora, desse ritual e dessa liberdade. Mas da competição não propriamente. Não sou muito competitiva. A competição é desgastante, exige muito foco", considerou, bem-disposta.
Título mundial foi o auge
Embora diga que o ponto mais alto da sua carreira foi "a vida que o bodyboard proporcionou", até porque "tinha dificuldades financeiras" e a "mãe era doente mental", Dora Gomes destaca a primeira vitória numa etapa do circuito mundial, na ilha Reunião em 1995, e ter--se sagrado campeã mundial ISA. "Foi uma surpresa e não estava à espera. Ter ganho o título mundial, e logo tão perto de casa, em Carcavelos e no Guincho, foi o auge. A minha mãe, entretanto falecida, acompanhava-me muito e viu-me ganhar. Foi uma grande festa e uma grande sensação", recordou, admitindo que a retirada lhe custou.
"No início, custou-me um bocado desistir. Sabia que podia progredir ainda mais e estava em forma. Mas tinha 33 anos, queria ter filhos e tinha de preparar o futuro", afirmou, contando que durante a carreira lhe pediam autógrafos e entrevistas. "Fazia bem ao ego", atirou.
Teve de aprender a nadar
Para trás ficou um trajeto começado em 1987 e que desde logo lhe possibilitou... aprender a nadar. "Fui das primeiras. Quando comecei a praticar já havia duas raparigas, que depois acabei por conhecer. Sempre fui uma apaixonada por desporto. Com 9 anos, metia um colchão na rua e fazia ginástica com amigas, na Amadora. Pratiquei ginástica, mas depois desisti. Aos 16 anos, enquanto trabalhava na praia de Carcavelos, frequentei aulas de windsurf, surf e bodyboard. Optei pelo bodyboard, até porque era o mais barato. Investi em barbatanas e num fato roto. O meu treinador, Pedro Soares Martins, tornou-se meu namorado durante 20 anos", lembrou, puxando a cassete atrás para falar dos primeiros tempos da modalidade: "Ainda não tinha aprendido a nadar e tinha de estar acompanhada ou perto da areia."
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Fonte: Diário de Notícias Foto: Ajc
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