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Pelo menos 100 ativistas foram acompanhados por residentes locais na praia de Barcelona para expressar a sua raiva contra um pico recente no comportamento barulhento e perturbador de vários turistas estrangeiros.

Previsão de ondas para os próximos dias

Os protestos foram realizados a poucos metros dos turistas que utilizam as praias de Barcelona para curar a “ressaca”, não tendo desta forma de procurar local onde pernoitar.

A tensão é alta na capital catalã, seguindo uma campanha contra o turismo de massas em toda a Espanha.

Vários grupos em Barcelona juntaram-se numa campanha contra o turismo na cidade, com inúmeros incidentes de violência, vandalismo e desordem pública severa.

O grupo de protesto Arran Països Catalans alertou para mais ataques, com novas ameaças de violência desta feita para Maiorca.

No início desta semana, os radicais que levavam armas sinalizadoras foram vistos a ameaçar comensais num restaurante numa Marina em Palma, a gritar "vão para casa". Vários espaços públicos também foram vandalizados com autocolantes com os slogans "O turismo mata a cidade" e "Turistas vão para casa". O grupo Arran atua nas áreas da Espanha, onde o catalão e suas variantes são faladas, incluindo as ilhas Baleares e a região de Valência.

Barcelona tem sido fortemente comercializada como destino turístico durante o último quarto de século, tendo as Olimpíadas de 1992 transformado a imagem da cidade de um porto sujo e destruído, para uma metrópole de topo com diversos atrativos como arte, cultura, gastronomia e diversão.

A cidade espanhola disponibiliza, neste momento, 75 mil camas em hotéis e outras 50 mil em apartamentos para turistas. O problema é que a estas se juntam mais 50 mil ilegais. Tudo isto reduz a oferta para quem vive em Barcelona e aumenta as rendas.

Estima-se que atraia mais de 32 milhões de visitantes por ano, incluindo passageiros de cruzeiros e excursionistas.

No entanto, esse fluxo de turistas tem um preço para os 1.6 milhões de habitantes da cidade, muitos dos quais acham que a sua terra está a ser prejudicada pela sua popularidade imensa.“O foco do plano está errado. Dos 32 milhões de pessoas que visitaram Barcelona no ano passado, só oito ficaram em hotéis. 23 milhões eram turistas de um dia que gastaram muito pouco dinheiro na cidade. Não vão regular o turismo limitando o número de camas”, disse Manel Casal, diretor geral da associação de hoteleiros de Barcelona.

As autoridades locais repreenderam o comportamento de alguns turistas como parte dos esforços para acalmar os locais. Com multas emitidas por nudez pública e atividade sexual em público, as autoridades também estão a considerar proibir a venda de álcool nos aeroportos ou em voos, enquanto os hoteleiros do país começaram a elaborar uma lista negra dos turistas com comportamentos inadequados. As presenças da polícia na maioria dos resorts duplicaram durante este verão, com mais de 2.600 oficiais em patrulha.

O Reino Unido ainda não alterou a sua recomendação de viagens para Espanha, mas continua a acompanhar a situação de perto. Um porta-voz disse: "Estamos em contato com as autoridades locais. Não há uma atualização específica para a nossa recomendação de viagem, mas mantemo-la em constante revisão".

Espanha segue assim a tendência de outras cidades que estão a estudar ou já implementaram medidas para controlar o impacto que o turismo tem no dia a dia dos habitantes. Santorini, na Grécia, quer reduzir o número de cruzeiros que param no local; Veneza, Itália, está a estudar um sistema que contabilize quem entra e sai; e Dubrovnik, Croácia, instalou videovigilância para controlar a circulação no centro histórico.

Estará Portugal a ir pelo mesmo caminho?

Fonte - Express

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